Amanhã (16) e domingo (17), grupos culturais de Pernambuco – orquestras e passistas de frevo, bonecos gigantes, grupos de bois e muito mais – aportam no Sesc Pompeia, na cidade de São Paulo, para fazer parte de uma programação da unidade com a presença dos brincantes, como são conhecidos os artistas e grupos dedicados à cultura popular. As apresentações acontecem na Rua Central do Sesc Pompeia.
Entre os grupos participantes estão os bois, manifestações muito conhecidas no folclore brasileiro por suas variações e estilos distintos. Os grupos são o Boi de Mainha, Cavalo Marinho Boi Pintado de Aliança e Hélder Vasconcelos e o Boi Marinho, de Pernambuco.
##RECOMENDA##A apresentação do Boi de Mainha traz o mote "Além da ponte e da área de risco!" e começa às 14h, neste sábado (16). O grupo, que é liderado pelo Mestre Vavá, tem sua origem no bairro do Ibura, possuindo a cara e o jeito dos arranjos sociais das comunidades do Recife. Mestre Vavá, que comanda de forma brincante e comunitária o Boi de Mainha, usará a apresentação para integrar seus alunos e aprendizes de São Paulo ao brinquedo, como são chamados os grupos de cultura popular. Na brincadeira do boi, uma parte da cena será sobre toda a tragédia que afetou o Ibura, um dos bairros de maior densidade demográfica do Recife.
Em seguida, às 15h, quem se apresenta é Hélder Vasconcelos e o Boi Marinho, que existe há 22 anos com um trabalho de leitura e experiência corporal e sonora inspirados nos bois da Zona da Mata Norte de Pernambuco e em elementos de diversas tradições populares, especialmente o Cavalo Marinho, com composições autorais de Hélder Vasconcelos. Trata-se de um boi que teve conexões com a cidade de São Paulo quando se originou, mas com raízes fincadas na tradição da brincadeira. No domingo (17), os grupos encenam mais uma vez os espetáculos, nos mesmos horários.
Nos dias 30 e 31 de julho será a vez do Mestre Grimário aportar no Sesc Pompeia com uma apresentação especial. Às 14h, entra em cena o Cavalo Marinho Boi Pintado de Aliança, um autêntico cavalo marinho da Zona da Mata Norte de Pernambuco, liderado pelo Mestre Grimário. No espetáculo, a reprodução das histórias e dos dramas vividos pelo boi, pelo Capitão e pelo Mateus (figura marcante da cultura popular). As histórias são contadas passo a passo, intercaladas pelas sambadas. Como participação especial, o Boi da Garoa e da Oca, ambos de São Paulo, se integram ao Cavalo Marinho para fechar a programação numa celebração da vida e à cultura de brincar o Boi e o Cavalo Marinho. Os espetáculos serão encerrados às 17h.
Em agosto, nos dias 13 e 14, com homenagem aos 115 anos de existência oficial do Frevo e aos 10 anos do ritmo como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco, com um recorte simbólico de todas as manifestações que melhor representam a alegria do Carnaval de Olinda, vão se apresentar grupos brincantes com ênfase nas manifestações carnavalescas da cidade conhecida por suas belezas, ladeiras e bonecos gigantes.
Quem abre a programação é o grupo Daruê Malungo, que entra em cena às 14h. O grupo, que é um dos mais lendários centros de cultura afro e foi importante para a formação das raízes do movimento Manguebeat, atua envolvendo crianças da comunidade Chão de Estrelas com a música, dança, teatro e manifestações culturais de afirmação afro. Em seguida, a partir das 15h, simultaneamente, se apresentam os Bonecos Gigantes de Olinda, os passistas de frevo do grupo Frevança - companhia oficial de dança de Frevo - e a Orquestra de Bolso, que faz parte do movimento de renovação do frevo, com a proposta de tocar o ritmo de janeiro a janeiro e não apenas durante o Carnaval. Às 15h30 quem entra na folia é o Dragão do Eu Acho é Pouco, um símbolo imagético do Carnaval de Olinda, com alma anárquico-política, uma das marcas do Carnaval de rua de Pernambuco. As apresentações serão encerradas às 17h e repetidas no dia seguinte, 24 de julho.
A surpresa para o público: um novo boneco gigante, o Pompeia, será batizado na folia pelos padrinhos: os bonecos gigantes de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião (em celebração aos 110 anos de seu nascimento), e Chico Science, para festejar os 30 anos do manguebeat, movimento do qual foi precursor.
As apresentações são organizadas por Roberta Barbosa, Jadion Helena, Marcelo Tomé (SP), Jorge Riba e Tactiana Braga.
SERVIÇO:
Brincantes de Pernambuco
Dias 16, 17, 30 e 31 de julho, 13 e 14 de agosto, sábados e domingos, às 14h e 17h
Rua Central
Livre. Grátis
Da assessoria