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O Maestro Forró e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH) lançam nesta quinta-feira (17) o DVD do premiado álbum #CabeçaNoMundo, que conquistou o prêmio da música popular brasileira em 2013. A apresentação será gratuita no Teatro de Santa Isabel às 20h. 

O repertório do DVD, composto por 14 faixas, mescla o erudito e o popular. #CabeçaNoMundo tem músicas autorais e canções de grandes nomes pernambucanos como Fred Zeroquatro e Nelson Ferreira. A apresentação terá algumas novidades que foram inclusas no DVD como uma versão do Hino Nacional com maracatu, ciranda e frevo. 

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O Maestro Forró e a OPBH também farão uma homenagem a Reginaldo Rossi, tocando a música Tô Doidão. O show de lançamento ainda terá presenças de Lirinha, ex Cordel do Fogo Encantado, e de Marco César, consagrado bandolinista e professor. 

Os ingressos serão distribuídos na quinta-feira (17) a partir das 19h na bilheteria do Teatro de Santa Isabel.

Serviço

Show de lançamento do DVD #CabeçaNoMundo

Quinta (17) | 20h

Teatro de Santa Isabel (Praça da República- Santo Antônio)

Gratuito- retirada de ingressos a partir das 19h na bilheteria do teatro

(81) 3355 3323

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Teatro e música de uma forma única. O Maestro Forró e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério lotaram o Teatro Santa Isabel, localizado na zona central do Recife, para a gravação do seu segundo dvd, o #CabeçaNoMundo. Logo no começo, Forró deixou um recado: “A Bomba do Hemetério está no Universo e o Universo está na Bomba do Hemetério”.

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Um espetáculo bastante esperado pelos fãs e que superou todas as expectativas. Com cenário simples, feito basicamente de uma iluminação bem elaborada que deu um toque especial ao espaço, o Maestro Forró e a OPBH abrilhantaram a noite e fizeram a alegria do público.

Entre os convidados estavam o Seu Tenório, primeiro professor de música do maestro, o músico Claudionor Germano e a secretária de cultura do Recife, Lêda Alves, que foi citada pelo maestro e participou de uma brincadeira que ele fez ao término do show. “Eu acho que a apresentação de Forró aqui no Santa Isabel prestigia o teatro. Acrescenta à história do lugar receber um artista como ele. Somos amigos desde jovem e sempre que eu estou exercendo alguma função de poder, dou uma mão e crio espaço para que o povo conheça a alegria dele. Ele não me dá trabalho, ele é ótimo!”, comentou a secretária.

Quem também foi lembrado durante a apresentação foi o Maestro Formiga, que recebeu uma homenagem na primeira participação musical recebida no palco. O bandolinista e professor Marcos César subiu para tocar uma música e fez a alegria de todos ao misturar o som do bandolim com os metais da orquestra.

A segunda participação foi do cantor e ex-integrante da banda Cordel do Fogo Encantado, Lirinha. A música da vez foi “Recife Iluminado” que, segundo Forró, foi feita por ele pensando numa voz que não apenas cantasse. “Recife democrático é isso! Lirinha veio aqui e declarou ao seu jeito. Ele faz teatro com a voz”, falou o maestro.

O único convidado para participar da gravação do DVD que não pode comparecer foi o músico Fred 04, da banda Mundo Livre S/A. Fred está com uma inflamação na lombar e teve que ficar de repouso para poder se recuperar. Mesmo assim, Forró cantou a música "meu esquema", em homenagem ao amigo.

Entre os fãs estava o químico Agrinaldo Júnior, que sentou na primeira fila. “Admiro bastante o trabalho dele. Sou de Maringá, no Paraná, e vim morar no Recife há pouco tempo. Esse é o primeiro show que vejo ao vivo. Sempre assisto na internet. Cheguei cedo aqui e consegui entrar”, pontuou. A entrada para o show foi gratuita e ocupou os 700 lugares do teatro.

Durante toda a apresentação Forró conversou com o público e com os convidados. Sempre brincalhão e bem humorado, o maestro ganhou até um “filho”. Uma fã levou um boneco usando as mesmas roupas que o músico e chamou a atenção de todos. “Eu não lembro de ter feito nenhum menino. Eu lembro dos que eu tenho em casa, mas esse aí não é meu não”, brincou.

Ainda durante o show, o maestro deu um recado sobre a atual situação vivida pelo país. “A nacionalidade não pode apenas aparecer na copa ou só nas passeatas. Passeatas são massa, mas sem violência, sem quebradeira. As coisas não podem se misturar. Temos que nos posicionar da maneira correta. Em casa, no trabalho e em qualquer lugar, temos que ser os mesmos”, afirmou.

Logo depois do conselho, o hino nacional foi entoado e acompanhado de pé pelas 700 pessoas que acompanhavam o show. Tocado bem ao estilo pernambucano, Forró ainda disse “do nosso jeitinho é mais legal”. Ao término da gravação, toda a OPBH saiu do teatro tocando e seguiu para as ruas, contando com a animação do público para encerrar a noite musical.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o Maestro Forró falou da sensação de estar à frente da OPBH e de saber que a Bomba do Hemetério não pertence mais ao Recife e sim ao mundo. “Antes de eu nascer a Bomba já era dessa maneira, já era muito rica. A gente apenas juntou vizinhos e amigos para fazer um trabalho de pesquisa, manutenção, releitura e interação. A Bomba do Hemetério é um país cultural”.

Algo que também gera curiosidade é o nome do cd. “O nome tem a hashtag, que pouca gente sabe que o 'jogo da velha' da rede social é um sustenido em música. Vê como a gente se comunica e não sabe, né? Por isso que eu coloquei esse nome. Estamos no mundo”, afirmou.

Segundo Alessandro Guedes, diretor do DVD, foram usadas oito câmeras HD gravando simultaneamente a apresentação. "Dá muito trabalho. O trabalho começa bem antes. É necessário conhecer o artista antes e ficar o mais próximo possível das músicas, do que ele quer. A partir daí, a gente vai vendo a necessidade. Já trabalho com a Orquestra e tenho intimidade com o trabalho, isso facilita, né? O maestro é muito cênico e isso ajuda muito no audiovisual", pontuou.

 Tumulto

Antes do começo do show, uma pequena confusão se instalou na entrada do teatro. Cerca de 200 pessoas disseram estar na fila para pegar o ingresso desde cedo e não conseguiram entrar, alegando que a produção teria pego mais ingresso e deixado poucos para o povo.

“Foi anunciado que as pessoas deveriam chegar cedo. Cheguei às 18h e logo depois uma pessoa do teatro começou a avisar que só tinham 80 ingressos. Deram prioridade para quem é da produção e deixaram a gente de lado”, relatou Marta Souto Maior, servidora pública.

A técnica de enfermagem Laura Patrícia também deu sua opinião sobre o ocorrido. “É uma falta de respeito com o público. 400 ingressos ficaram para as pessoas da produção e o resto pra gente. Não tinha nem 200 pessoas esperando na fila e não vamos poder entrar. Eu vim do Janga e não vou conseguir assistir ao show”, reclamou.

Em resposta às reclamações, o Maestro Forró afirmou: “Eu fico muito triste. No lançamento do CD, em Novembro, quando a gente ganhou o prêmio da música Brasil, nós fizemos o show no Dona Lindu e aconteceu a mesma coisa. O ruim é que o povo as vezes não entende o seguinte: o teatro só cabe, em média, 700 pessoas. Então, não é uma questão de não ter ingresso, mas sim de superlotação. A distribuição de ingresso foi acompanhada por mim. Nós não podíamos pegar todos os ingressos pra gente. É uma norma da prefeitura e desse teatro. Mais de 60% dos ingressos ficaram para o público e, infelizmente, não deu pra quem chegou depois. Se dependesse de mim e da Orquestra, a gente colocaria até um telão aí fora. Eu poderia, inclusive, fazer um show lá fora, como a gente fez no final, fomos pra rua e ficamos tocando. A gente adora e gosta muito do povo. Peço que entendam que não foi culpa nossa ou da produção”.

Coco, xaxado, frevo, forró, ciranda, chorinho, cumbia e até um maracatu funkeado fazem parte do caldeirão cultural que traduz o novo trabalho da Orquestra da Bomba do Hemetério (OPBH) intitulado #CabeçaNoMundo. O disco, segundo da carreira da OPHB, chega para celebrar os dez anos da orquestra, comemorados em grande estilo neste sábado (17) com o lançamento do CD no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu.

#CabeçaNoMundo nasceu do aprofundamento da filosofia de trabalho de Francisco Amâncio da Silva, o irreverente Maestro Forró, líder e fundador da orquestra. Pesquisa, manutenção (da pesquisa), releitura e interação de linguagens integram o mantra do maestro. Tão popular quanto acadêmico é o #CabeçaNoMundo, que se comunica com todo o mundo, à medida que "populariza o erudito e eruditiza o popular", como gosta de frisar o Maestro Forró.

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O caráter universal do disco começa pela hashtag (#),incluída no nome do álbum. "Foi uma escolha que fiz porque além de fazer referência à potencialização da comunicação nas redes sociais, que ligam pessoas de todas as partes do mundo, é o mesmo símbolo do 'sustenido' na música. Ou seja, está tudo conectado", explica o maestro. As andanças da Orquestra, que este ano realizou turnês em Cuba, Europa e Estados Unidos, influenciaram diretamente na essência do novo trabalho, que eliminou qualquer tipo de fronteira entre local e universal. "Quando eu estava em Cuba, eu me sentia em casa, como se estivesse na Bomba (do Hemetério). É esse o sentimento que nós pensamos em transmitir através do disco, tratar todo mundo como cidadãos do mundo. Acredito que antes de ser uma comunidade do Recife, a Bomba é uma comunidade do mundo. O mundo está na Bomba e a Bomba está no mundo", atesta o maestro.

#CabeçaNoMundo é denso de informação, mas de curta duração. São 12 faixas, seis com letras e seis instrumentais. Ousadia não faltou no novo trabalho da OPBH. A começar pela primeira faixa, intitulada Frevo de Bolso, que além de inspirada em elementos circenses (outro símbolo cosmopolita), teve a tuba substituída por um piano de calda no acompanhamento. Ousadia maior foram as participações escolhidas para o disco. O ex-Cordel do Fogo Encantado, José Paes de Lira, o Lira, empresta sua voz para o frevo de bloco Recife Iluminado. "Para essa música, eu quis a forma peculiar do Lirinha cantar, essa voz teatralizada. Nessa faixa, eu vejo mais teatro do que música, ou tudo junto e misturado", reflete o fundador da Orquestra. Outra participação pernambucana é a de Fred04, vocalista do Mundo Livre S/A, que divide os vocais com o Maestro Forró na versão frevada de Meu Esquema, um dos maiores hits do Mundo Livre. O bandolinista e professor Marcos César completa o time de participações especiais do disco na faixa Formiguiando, dedicada ao Maestro Ademir Araújo, o Formiga. "Ele tem a ver com a história das orquestras populares, essa coisa inquieta, que tem tudo a ver com o nosso trabalho", diz Forró.

Outro momento inusitado é na terceira faixa, Tô Doidão, hit de Reginaldo Rossi que foi sucesso nas rádios nos anos 1970, e que, no disco, ganhou uma roupagem de frevo. Também de homenagens é feito o #CabeçaNoMundo. Além do Maestro Formiga e Reginaldo Rossi, Nelson Ferreira é lembrado na releitura de seu clássico Óia a virada. Segundo Maestro Forró, o compositor teve papel importante na caracterização do frevo enquanto ritmo. "Nelson foi o divisor de águas que transformou o frevo em frevo puro. Ele retirou do frevo algumas características que trazia do começo, quando o ritmo começou como marcha". Na última faixa, que leva o nome do álbum, o ouvinte se depara com todo o CD reunido em 1:11. Trata-se de um remix, assinado por Jorginho Manêro, com pequenos trechos e ruídos das músicas que compõem o disco.

Atualmente formada por 27 integrantes, dos quais 21 são músicos e seis são técnicos, a Orquestra da Bomba do Hemetério completa, com o novo disco, um ciclo de aprendizado fruto do contato com o mundo. "Estamos abertos a world music, música eletrônica. A ideia é trazer o que está distante para mais perto de nós", afirma Francisco Amâncio.

Na ocasião do show de lançamento, que conta com incentivo do Funcultura, assim como o disco, a OPBH toca o #CabeçaNoMundo na ordem, misturando teatro, dança e música, com direito à presença das participações especiais. #CabeçaNoMundo tem concepção e direção musical e artísticas assinadas pelo Maestro Forró, produção executiva de Alessando Guedes - que participou dos trabalhos anteriores da OPBH (CD e DVD Jorrando Cultura Ao Vivo) - e assistência de direção musical do instrumentista da Orquestra, Waltinho D'Souza. A arte da capa é de Eduardo Padrão. Segundo Alessandro Guedes, adequar a arte do disco com o som da OPBH foi um dos maiores desafios. "A produção da capa foi uma longa discussão, pois tivemos a preocupação de traduzir o sentimento do disco através de uma boa apresentação do produto".

Recentemente, o Maestro Forró e OPHB receberam das mãos da presidente Dilma Rousseff, em Brasília, a Ordem do Mérito Cultural, uma das maiores honrarias culturais do Brasil.

Serviço

Lançamento do CD #CabeçaNoMundo do Maestro Forró e da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH)

17 de novembro (sábado), às 20h

Teatro Luiz Mendonça - Parque Dona Lindu (Av. Boa Viagem, s\n, acesso pela Rua Setúbal)

Gratuito

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