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Após promessa do Congresso de priorizar as demandas federativas, em reuniões com prefeitos e governadores, a Câmara deu um passo no sentido da aprovação da proposta de emenda à Constituição 172/2012, que altera o artigo 160 e proíbe transferência de qualquer encargo ou prestação de serviços aos Estados, Distrito Federal e municípios sem a previsão de repasses financeiros necessários ao custeio. Uma comissão especial para analisar a matéria já foi instalada.

De autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a PEC foi apresentada em maio de 2012 e chegou a receber parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) no mesmo ano e em 2013. Sem avanço, a matéria foi arquivada em janeiro de 2015 e desarquivada em março. Em maio, a CCJC confirmou a admissibilidade da proposta, que agora terá o mérito analisado no colegiado especial. Só após esse parecer, o texto seguirá par o plenário.

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A promessa inicial do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é de levar o texto para o plenário ainda neste primeiro semestre. “Essa é uma emenda urgente. Precisamos estabelecer os encargos, mas também garantir os recursos para a execução”, frisou ele. No entanto, ao que tudo indica, não haverá tempo hábil para votar o texto antes do dia 17 de julho, devido às prioridades da Casa e processo de tramitação previsto no Regimento Interno. “Neste primeiro semestre, não dá para ela chegar ao plenário. Mas acho que no segundo semestre, é bem provável”, aprontou Mendonça Filho.

O líder do DEM se diz confiante na aprovação. “É uma proposta que não tem como você se opor a ela. Ela é absolutamente lógica. Não dá para continuar repassando encargos para os estados e municípios e não repassar meios”, defendeu. “Essa é a cultura da União, não é só do governo atual do PT. É ao longo de décadas. A gente tem que acabar com essa farra, em que a conta sempre é paga pelos municípios e pelos estados da federação”.

Para o parlamentar, além de comprometer a eficiência e a qualidade dos serviços transferidos, a prática de não prover os recursos necessários afeta significativamente o próprio equilíbrio financeiro do pacto federativo, por aprofundar a dependência dos Estados e municípios de repasses da União. “Os prefeitos e os governadores ficam com o pires na mão, sem conseguir dar conta das obrigações por falta de recursos”, salientou.

Um dos exemplos do não cumprimento é o da Lei 738/2008, que instituiu o piso nacional para os professores da rede pública da educação básica. A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) reclama da impossibilidade do reajuste porque boa parte das prefeituras não tem verba para o cumprimento sem quebrar as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal.  “Isso encurta a distância entre o Estado e seus cidadãos, destinatários de qualquer planejamento público”, lembrou Mendonça.

 

A Câmara dos Deputados Federais em Brasília aprovou a Proposta de Emenda constitucional que permite a expropriação de imóveis rurais e urbanos, quando for verificada a exploração do trabalho escravo. Após fiscalização e constatação, os bens confiscados serão destinados à reforma agrária e aos programas de habitação popular.

Depois de um acordo entre líderes no congresso, a PEC do trabalho escravo passou com 360 votos a favor, 29 contra e 25 abstenções. O texto precisava de 308 votos para ser aprovado. Alguns deputados afirmaram que agora se faz necessário que o congresso aprove a lei que define o que é condição análoga ao escravo e a forma como se dará a expropriação. “O importante é a demonstração que o Parlamento passou ao Brasil de que não é mais possível que convivamos com situação análoga ao trabalho escravo. Foram nove anos entre a votação do primeiro e do segundo turno da PEC”, disse Marco Maia.

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O presidente da casa também declarou que uma comissão formada por deputados e senadores faria um texto diferenciando sobre o que é trabalho escravo (que será tratado como crime penal) e o que diz respeito à legislação trabalhista.

Segundo o vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), o que foi aprovado hoje é “o arbítrio dos fiscais”. “Os agricultores não concordam com o trabalho escravo, mas meu voto contra a PEC é porque não foi corrigido às distorções existentes”.

De acordo com Luiz Carlos, o assunto refere-se ao direito trabalhista e não ao direito penal, como foi apontado pelo congresso. O texto agora passará pela análise do Senado que deverá corrigir os possíveis erros.

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