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Em crise no Brasileirão e com quatro derrotas seguidas, o Vasco perdeu um de seus promissores jovens do elenco. O meia-atacante Eguinaldo, de 18 anos, foi oficialmente apresentado nesta segunda-feira pelo Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, com contrato por cinco temporadas.

"O meio-campista Eguinaldo, de 18 anos, chega ao Shakhtar vindo do Vasco da Gama. O acordo do clube de Donetsk com o jogador será válido até 30 de junho de 2028", anunciou os ucranianos. O garoto foi adquirido por 3,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 18,2 milhões).

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Eguinaldo assinou o contrato e, sorridente, recebeu a camisa 7 das mãos dos dirigentes. Logo depois, já participou do primeiro treino com os novos companheiros. O garoto pode não apenas concretizar o sonho de jogar na Europa como, enfrentar grandes craques mundiais na Liga dos Campeões, onde o time ucraniano está no pote 3.

"Eguinaldo iniciou a sua carreira profissional no clube brasileiro Artsul, em 2022 mudou-se para o FC Vasco da Gama, no qual disputou 29 jogos e marcou 3 gols. Na temporada de 2023, disputou 11 partidas. Joga pela seleção do Brasil sub-20, como parte da qual estreou em 10 de setembro de 2022 em um amistoso com o Usbequistão e disputou 3 partidas até o momento. Participante do Campeonato Mundial Juvenil de 2023", listou o Shakhtar.

Realmente a vida do garoto sofreu uma virada rapidamente. Há pouco mais de um ano, Eguinaldo usava suas redes sociais para celebrar a "realização de um sonho de criança." No dia 28 de julho de 2022, ele anotou o primeiro gol como profissional ao fechar a goleada do Vasco por 4 a 0 diante do CRB. O bom trabalho o levou à seleção brasileira sub-20. Agora, ele está na Europa.

Contrariando os prognósticos, o futebol da Ucrânia voltou nesta terça-feira, na véspera do Dia da Independência do país, seis meses após ser paralisado com a invasão de tropas militares russas e um rastro de destruição. As incertezas quanto ao retorno do esporte em meio à guerra são muitas, mas as autoridades locais defendem a volta das competições. Os jogos serão disputados sem público e terão a presença de militares, além da instalação de abrigos nos estádios.

Uma reunião em julho entre a Liga Ucraniana, representantes do Ministério da Defesa e de outras pastas do governo envolvidos na guerra discutiu as medidas de segurança para a realização das partidas. "Recomeçar o futebol é um grande passo para o país", declarou Andriy Pavelko, chefe da Federação Ucraniana de Futebol no encontro que decidiu os detalhes para a nova temporada.

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No Campeonato Ucraniano da primeira divisão, dois times fecharam as portas. O FC Mariupol encerrou suas atividades em abril após o bombardeio russo destruir toda a sua infraestrutura de instalações. A cidade de mesmo nome foi uma das mais devastadas pela ofensiva militar de Vladimir Putin. Já o Desna Chernihiv também não vai disputar a competição. O clube viu seu estádio Gagarin, em homenagem ao famoso cosmonauta russo, ser alvo de bombardeio aéreo.

O técnico Volodymyr Matsuta teve sua casa destruída e perdeu parte importante da sua vida, incluindo a medalha pela conquista da Copa da Ucrânia na época de jogador. "Um vazio na alma. Meus olhos não acreditaram no que viram…", lamentou.

Os clubes da Ucrânia foram forçados a realocar seus jogos para a parte ocidental do país, menos afetada pela guerra. As partidas vão ser realizadas em Kiev (e região), Lyviv, Uzhhorod, Petrov, Kirovohrad e Kovalivka . Muitos times realizaram sua pré-temporada se abrigando em nações vizinhas. O Metalist 1925 deixou a cidade de Kharkiv, a 40 km da fronteira russa e bastante destruída pela guerra, e viajou 1,300 km para treinar em Uzhhorod, na divisa com a Eslováquia. Já o Metalist Kharkiv fez seus treinamentos na Turquia.

"Quero desejar paciência aos ucranianos em um momento tão difícil, ajudar uns aos outros e acreditar definitivamente em nossos soldados. Com certeza, venceremos", disse Yehor Demchenko, do Metalist Kharkiv, ao site oficial do clube.

O campeonato da primeira divisão foi interrompido em abril, sem definição de um campeão. Desde então, a bola no gramado só foi vista nos jogos da seleção, que ficou a um jogo de garantir vaga na Copa do Mundo deste ano, no Catar. Os ucranianos precisaram se preparar na Eslovênia para as partidas contra Escócia e País de Gales em maio. Os jogos contra Irlanda e Armênia pela Liga das Nações, em junho, precisaram ser disputados na Polônia.

Atletas penduraram chuteiras e uniformes para trajar a farda das forças armadas do país. O site oficial do Shakhtar noticia regularmente informações operacionais do Ministério da Defesa da Ucrânia, com detalhes diários sobre a guerra, enquanto o do Dínamo de Kiev traz pronunciamentos do presidente Volodymyr Zelensky.

Assim como a seleção, os dois rivais participaram da Tour Global pela Paz na Ucrânia, realizando amistosos pela Europa para arrecadar fundos que serão usados ??para ajudar a população local em meio à guerra. Os jogos "em casa" do Shakhtar Donetsk na Liga dos Campeões serão em Varsóvia, no Estádio do Exército Polonês. O rival Dínamo de Kiev também fez suas partidas da fase de playoffs da competição europeia no país vizinho, mesma situação do Zorya Luhansk na Liga Conferência. Já o Dnipro fez seu jogo pela fase pré-classificatória da Liga Europa, na Eslováquia.

"Diáspora" no Campeonato Ucraniano

Os times ucranianos também precisaram contornar o êxodo de seus principais jogadores, que deixaram o país em busca de segurança. Conhecido por atrair jovens talentos brasileiros na última década, o Shakhtar hoje não tem mais nenhum atleta do país em seu elenco. Dodô (lateral-direito), Ismaily (lateral-esquerdo), Marcos Antônio (meia), David Neres (atacante) e Fernando (atacante) foram negociados em definitivo ou liberados. Outros sete brasileiros foram emprestados: Marlon (Monza, da Itália), Marquinhos Cipriano (Cruzeiro), Vinicius Tobias (Real Madrid), Vitão (Internacional), Maycon (Corinthians), Pedrinho (Atlético-MG) e Tetê (Lyon).

Esse processo foi facilitado por uma decisão da Fifa de junho. Jogadores e treinadores estrangeiros ganharam o direito de suspender seus contratos de trabalho com times ucranianos até 30 de junho de 2023, a não ser que um acordo mútuo seja firmado entre atleta ou técnico e o clube.

A grande maioria dos jogadores deixou o clube por valores baixos ou sem gerar nenhum ganho ao time ucraniano. Além de cobrar um valor indenizatório da Fifa, o clube acionou a Corte Arbitral do Esporte para tentar anular a regra. Na ação, o clube ainda pede que a entidade máxima do futebol mundial cubra todos os custos relacionados aos procedimentos jurídicos na CAS porque está em situação financeira delicada desde o início da guerra. O Shakhtar cobra uma indenização de 50 milhões de euros, equivalente a R$ 272 milhões, da Fifa, segundo o site The Athletic.

Mas o desfalque de seus principais jogadores não é a principal preocupação. Há incertezas sobre a segurança do retorno do futebol no país. Nas últimas semanas, os governos de Rússia e Ucrânia acusam um ao outro de bombardear a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, aumentado os temores internacionais de uma catástrofe no continente. A usina está sob ocupação russa desde o início da guerra e, segundo as autoridades ucranianas, tem sido utilizada para armazenar tropas e armas.

"Este é o nosso trabalho, e o percebemos como profissionalismo, como uma responsabilidade muito grande - mostrar ao mundo que a vida na Ucrânia não para, mas continua. E o futebol é um dos fatores que dá emoção a todo o país e às pessoas que lutam por todos nós. Isso é muito importante para nós - não só para o Shakhtar, mas para toda a liga - continuar a vida, mostrar ao mundo que o futebol continua. É difícil", contou Ihor Jovichevich, técnico do Shakhtar.

O clássico ucraniano entre Shakhtar Donetsk, que jogava em casa, e Dínamo de Kiev registrou mais um caso de racismo contra jogadores de futebol. Desta vez com dois brasileiros envolvidos neste domingo: os atacantes Taison e Dentinho.

Taison, que atua no Shakhtar, acabou expulso por mostrar o dedo do meio em um gesto obsceno e chutar a bola em direção à torcida rival, em resposta às ofensas que estariam sido direcionadas a ele e a seu companheiro de time, Dentinho.

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O lance aconteceu aos 28 minutos do segundo tempo no estádio Metalist, quando o time da casa já vencia por 1 a 0 com gol marcado por Krystov. Taison tentava jogada individual pela ponta esquerda, quando fez uma falta. Ao ouvir sons em imitação a macacos que vinham da pequena ala reservada para a torcida visitante, o ex-jogador do Internacional respondeu com o gesto obsceno, tomou a bola das mãos do goleiro adversário e a chutou em direção às arquibancadas.

Percebendo o tumulto que se formava, o árbitro paralisou a partida e ameaçou encerrar o jogo, enquanto os jogadores do Dínamo pediam a seus torcedores que parassem de se manifestar e Taison, juntamente com Dentinho, foram vistos chorando. No reinício do jogo, cerca de oito minutos depois, o brasileiro acabou sendo expulso e saiu de campo ainda aos prantos.

Após o ocorrido, a diretoria do Shakhtar emitiu uma nota, divulgada em suas redes sociais, em apoio a seus atletas. "O Shakhtar se opõe categoricamente a qualquer manifestação de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância. Não pode haver justificativa para aqueles que insultam com base em raça, crenças religiosas ou políticas. Esse comportamento é inaceitável nos países civilizados e nos campeonatos de futebol. A Uefa aplica as sanções mais rigorosas a clubes e associações cujos torcedores demonstram racismo nas partidas", destacou o clube.

Em seguida, a nota oficial é finalizada com uma cobrança de punição aos atos racistas. "O Shakhtar é uma grande família de jogadores de futebol, para quem esses incidentes humilhantes trazem dor e decepção. Condenamos esse comportamento dos torcedores, sempre apoiaremos e protegeremos nossos jogadores. Pedimos às autoridades do futebol e aos clubes que parem o racismo nos estádios", completou.

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O Shakhtar Donetsk faturou neste sábado (6) pela décima vez em 15 anos o título do Campeonato Ucraniano. A conquista veio com uma vitória sobre o Zorya por 3 a 2, em Kharkiv, com direito a gol do brasileiro Ismaily.

O jogador de 27 anos pouco atuou no Brasil. Natural do Mato Grosso do Sul, iniciou a carreira profissional em 2008 no Desportivo Brasil. No mesmo ano, jogou por empréstimo no São Bento e em 2009 retornou ao clube de Porto Feliz, no interior paulista.

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Ainda em 2009 foi negociado com o Estoril, de Portugal. Na sequência passou por dois clubes portugueses, o Olhanense (2010 a 2012) e o Braga (2012 e 2013). Chegou ao Shakhtar Donetsk em 2013.

O Shakhtar ainda contou com a participação no jogo dos brasileiros Bernard, Marlos e Taison, que começaram entre os titulares neste sábado. No segundo tempo, Alan Patrick entrou na partida. Nenhum deles, no entanto, marcou no duelo do título.

A equipe do técnico português Paolo Fonseca abriu 3 a 0 no marcador. O argentino Facundo Ferreira aproveitou lançamento de Dario Srna e fez o primeiro. Ismaily ampliou em chute de longa distância e Ivan Ordets marcou o terceiro. Kharatin e Bonaventure descontaram.

Com a vitória, o Shakhtar chegou aos 75 pontos e não pode mais ser alcançado na liderança do Campeonato Ucraniano, mesmo com quatro rodadas ainda a serem disputadas. E o novo título já o garante na fase de grupos da próxima edição da Liga dos Campeões da Europa.

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