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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, parece mesmo que não está preocupado com a repercussão de seus pronunciamentos polêmicos e nem tampouco da nota divulgada pela Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, cujo conteúdo critica a sua postura e afirma que o magistrado usa a imprensa para “tecer juízos depreciativos no âmbito da Lava Jato”. Nesta sexta (16), durante evento, o ministro disse que não se pode "canonizar" os integrantes da força-tarefa da Lava Jato. 

Foi perguntado a Gilmar Mendes a sua opinião sobre a Operação. Ele se disse um dos maiores defensores, mas que mantém posição crítica em relação às medidas contra a corrupção. “Não concordo quando os membros da Lava Jato decidem assumir o papel de legislador, aí claro que eu sou crítico. Examinei essas propostas e critiquei a que acabava com habeas corpus. O cidadão que assinou isso obviamente não sabe que ele próprio está correndo risco se a proposta for aprovada”, disse.

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“Acho que a Lava Jato cumpre papel importantíssimo. Disse isso no Congresso Nacional. Só vamos ter reforma política graças à Lava Jato, que colocou todo o sistema político e o sistema econômico-financeiro exposto. Essa é uma grande vitória. Daí a canonizá-los, a deificá-los (endeusá-los), vai uma distância”, acrescentou. 

Na última quinta-feira (15), na nota divulgada pelos juízes criticando Gilmar, eles pediram para que “enquanto permanecer magistrado da mais alta Corte do país, a sociedade brasileira espera que ele se comporte como tal”. 

Ainda ironizaram. "Nada impede que o Ministro Gilmar Mendes, preferindo a função de comentarista à de magistrado, renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão, como cidadão, em qualquer dos veículos da imprensa, comentando - aí já sem as restrições que o cargo de juiz necessariamente lhe impõe - o acerto ou desacerto de toda e qualquer decisão judicial".

 

O Papa Francisco proclamará santos no próximo domingo dois latino-americanos, em cerimônia solene no Vaticano.

O argentino José Gabriel Brochero (1840-1914), o menino mexicano José Sánchez del Río (1913-1928), os franceses Salomón Leclercq (1745-1792) e Isabel de la Santísima Trinidad Catez (1880-1906), o espanhol Manuel González García (1877-1940) e os italianos Ludovico Pavoni (1784-1849) e Alfonso María Fusco (1839-1910) também alcançarão a glória dos altares por serem exemplo de dedicação aos pobres e aos doentes, e por sacrificar a própia vida por sua fé.

Milhares de pessoas, entre eles o presidente argentino Mauricio Macri e a ministra francesa da Ecologia, Ségolène Royal, assistirão ao evento.

Segundo as normas do Vaticano, é necessário demonstrar que o candidato intercedeu ao menos em dois milagres para que ele possa ser proclamado santo.

Com essas canonizações, Francisco se converte num dos pontífices que mais proclamou santos em três anos de pontificado, entre eles os papas João XXIII e João Paulo II em 2014 e a madre Teresa de Calcutá este ano.

A chamada "fábrica dos santos" é uma máquina burocrática complexa que estuda vida e os milagres atribuídos aos candidatos à honraria.

Em 27 anos de pontificado, João Paulo II (1978-2005) proclamou 480 santos, um recorde na história da Igreja católica.

No início do ano, Francisco aprovou normas para o financiamento das causas de beatificação e canonização, uma maneira de garantir uma maior transparência depois do escândalo conhecido como Vatileaks2, no qual foram denunciadas as somas elevadas que algumas congregações religiosas gastaram para alcançar a beatificação ou a canonização de seus protetores.

O Papa canonizará neste domingo (4), durante uma cerimônia no Vaticano, a madre Teresa de Calcutá, símbolo de caridade e dedicação aos pobres, que se converte, assim, em modelo para os católicos de todo o mundo. A cerimônia será celebrada na Praça de São Pedro diante de milhares de pessoas, religiosos e autoridades de todos os continentes, entre eles a Rainha Sofia da Espanha.

"O papa Francisco quer chamar a atenção do mundo para que seja encontrada uma razão para viver e esperar. Um apelo à misericórdia ante um mundo tão fraturado", explicou o número dois do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado.

A "incansável benfeitora da humanidade", como foi chamada pelo papa João Paulo II, será canonizada um dia antes dos 19 anos de sua morte em Calcutá, em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos. A famosa freira, que dedicou suas vida aos pobres e doentes, alcançará a glória dos altares durante o ano santo extraordinário da misericórdia proclamado pelo Papa argentino.

"A mensagem da madre Teresa é muito atual, porque nos convida a superar a indiferença", lembrou Parolin. O anúncio da canonização foi feito em março passado depois que o Papa reconheceu que a madre Teresa intercedeu em um segundo milagre em 2008 para a cura inexplicável de um brasileiro que estava em fase terminal por problemas cerebrais.

Segundo as normas do Vaticano, é necessário demonstrar que o candidato intercedeu em dois milagres para que seja proclamado santo. Para muitos católicos, a canonização da madre Teresa deveria ser realizada em Calcutá, a cidade da Índia onde viveu quase toda a sua vida e onde nasceu seu desejo de aliviar a miséria, a pobreza e o abandono que muitos de seus habitantes sofriam.

Apesar disso, as autoridades eclesiásticas a programaram em São Pedro para homenageá-la no maior templo do cristianismo como exemplo para os católicos de todos os continentes. A religiosa (1910-1997), nascida em uma família albanesa da Macedônia, fundadora de sua própria congregação em 1950, as Missionárias da Caridade, por mais de 40 anos consagrou sua vida aos pobres e doentes, obtendo em 1979 o Prêmio Nobel da Paz.

A mulher, uma das mais conhecidas e populares do cristianismo moderno, foi beatificada pelo papa João Paulo II em 19 de outubro de 2003 em uma cerimônia em Roma que contou com a presença de 300.000 fiéis.

Em 2002, o Vaticano havia reconhecido um primeiro milagre, a cura de uma mulher bengalesa de 30 anos, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal. O papa Francisco contou ter conhecido em Roma a religiosa, que sempre vestia um sari branco bordado de azul, durante um sínodo de bispos em 1994: "Provocava temor", confessou.

- Trabalhar pelos pobres sem lutar contra a pobreza -

A nova santa, que teve no início uma vida difícil ainda dentro da própria igreja, que nem sempre viu com bons olhos sua congregação, obteve fama mundial após anos de trabalho, convertendo-se na benfeitora dos pobres e inspirando muitos filmes e livros.

A americana Mary Johnson, que por 20 anos pertenceu à congregação Missionárias da Caridade, autora do controverso livro "Uma Sede Insaciável", descreveu madre Teresa como um ser humano ambicioso, mais que como uma santa.

"Ela era uma pessoa que realmente podia ter realizado mudanças muito, mas muito importantes. Inclusive contou com muito dinheiro para alcançar isso, mas não a interessava. Para mim, desperdiçou esta oportunidade", afirmou Johnson em uma entrevista por telefone à AFP.

"Ela queria ser santa, isso estava claro, esta era sua grande ambição, razão pela qual foi sempre uma pessoa obediente", acrescentou.

Na década de 90, a associação deste ícone da caridade com a princesa Diana de Gales deu a ela muito reconhecimento e popularidade, mas também críticas por sua defesa do sofrimento sem lutar contra a condição de miséria e por não fazer nada para reverter a situação.

"Parte da doutrina social da igreja é eliminar as causas do sofrimento, as estruturas. Ela dizia que outros tinham esta tarefa, sua missão era aliviar o sofrimento", explicou à AFP-TV o padre Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização de Madre Teresa.

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