Tópicos | Caso Promotor Thiago Faria

O Ministério Público Federal (MPF) garantiu a continuação do processo penal contra um dos acusados de participar do assassinato do promotor Thiago Faria, morto a tiros em outubro de 2013. Um dos acusados, José Maria Domingos Cavalcante, tentou manter processo suspenso enquanto aguardava julgamento de recursos nos tribunais superiores. O réu havia tentado suspender o andamento do processo por meio de um habeas corpus, que foi negado pelo Tribunal.

José Maria Cavalcante já havia sido encaminhado para julgamento pelo tribunal do júri, por meio da sentença de pronúncia emitida pela 36ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, posteriormente confirmada pela Quarta Turma do TRF5. Ele recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, embora os recursos encaminhados aos tribunais superiores ainda não tivessem sido julgados, a 36ª Vara Federal deu continuidade ao processo, determinando a intimação da acusação e da defesa para apresentarem as testemunhas a serem ouvidas em plenário.

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Por meio de um habeas corpus, o acusado questionou a decisão junto ao TRF5, alegando que só poderia ser submetido a julgamento pelo tribunal do júri após o trânsito em julgado da pronúncia, ou seja, quando não fosse mais possível recorrer da decisão que o submeteu ao júri popular. Em seu parecer, o MPF ressaltou que recursos encaminhados aos tribunais superiores não possuem o chamado efeito suspensivo, ou seja, não impedem o cumprimento da decisão da qual se recorreu.

Entenda

No dia 14 de outubro de 2013, Thiago Faria Soares, promotor de Justiça em Itaíba, Pernambuco, foi assassinado a tiros quando viajava em direção à cidade pela Rodovia PE-300, acompanhado de sua noiva, Mysheva Freire Ferrão Martins, e do tio dela, Adautivo Elias Martins, que sobreviveram. José Maria Domingos Cavalcante foi um dos cinco acusados de ter praticado o crime.

Também participaram do crime o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, denunciado como mandante, além de Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva. Antônio Cavalcante Filho, quinto denunciado pelo Ministério Público Federal pela participação no crime, segue foragido e deverá ser julgado em sessão separada assim que for capturado. As investigações, feitas pela Polícia Federal, concluíram que o crime foi motivado por uma disputa de terras entre José Maria Rosendo e a noiva do promotor, Mysheva Martins. 

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Chegou na manhã desta sexta-feira (31) no Recife o segundo suspeito de envolvimento no assassinato do promotor Thiago Faria. José Marisvaldo Vitor da Silva, vulgo “Passarinho” de 42 anos, estava foragido, tendo sido encontrado na última quarta-feira (29), no município de Senhor do Bonfim-BA, em uma operação conjunta da Polícia Civil daquele estado e da Polícia Federal.

A investigação do caso ainda está sob segredo de justiça e qual seria a participação do suspeito no caso ainda não foi divulgada. É sabido, entretanto, que Marisvaldo tinha fortes vínculos com o fazendeiro Zé Maria, que é apontado como mandante do crime e que se entregou à Polícia Federal na última terça-feira (28). Também não foram divulgadas informações de como Marisvaldo chegou à Bahia nem de como foi encontrado.

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Ao chegar à Superintendência da Polícia Federal, no centro do Recife, ele foi ouvido pelo Delegado Alexandre Alves e em seguida encaminhado para o Centro de Triagem e Observação Professor Everardo Luna (Cotel), onde ficará à disposição da Justiça.

Entenda o caso  

14 de outubro de 2013 - Assassinado por quatro tiros de espingarda calibre 12 enquanto trafegava na PE-300, entre os municípios de Águas Belas e Itaíba, o promotor Thiago Faria de Godoy Magalhães, de 36 anos, estava acompanhado de sua noiva, a advogada Mysheva Freire, e de um tio da moça no momento do crime. O carro do promotor teria sido seguido por um outro veículo e, depois do primeiro disparo, teria sido bloqueado. Mysheva e o tio saíram com alguns arranhões e foram medicados em um hospital de Itaíba.  

15 de outubro de 2013 – Apontado como o autor do crime, o agricultor Edinacy Cruz Ubirajara apresentou-se na Delegacia de Águas Belas, no Agreste, permanecendo em detenção durante três dias e liberado por falta de provas. 

16 de outubro de 2013 – A Polícia chega até o nome de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como o mandante do crime. De acordo com as investigações, a disputa por terras no distrito de Fazenda Nova, em Águas Belas, era motivo de conflito entre as famílias de Thiago e Mysheva e teria motivado o crime. 

28 de janeiro de 2014 – Foragido, José Maria envia um vídeo para a imprensa acusando a noiva do promotor como mandante do assassinato. No dia seguinte, o advogado de Mysheva apontou o agricultor como o responsável pelos disparos. 

6 de março de 2014 – Membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) solicitam a federalização das investigações do caso, por acharem que a Polícia Civil não estava fazendo um bom trabalho. 

6 de junho de 2014 – O STJ negou a federalização do caso e afastou os promotores que solicitaram a demanda. 

13 de agosto de 2014 – Após dez meses do crime, o STJ decide entregar as investigações à Polícia Federal.  

10 de outubro de 2014 – Polícia Federal informa ter entrado oficialmente na investigação do caso.

28 de outubro de 2014 - O suspeito de ser o mandante do crime, o fazendeiro Zé Maria, se entrega, segundo ele, "para ajudar nas investigações da Polícia Federal".

29 de outubro de 2014 - A Polícia Federal prendeu, na Bahia, o suspeito José Marisvaldo.

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