O Facebook anunciou nesta quinta-feira (3) que está revisando seus sistemas para priorizar o bloqueio de calúnias contra negros, gays e outros grupos historicamente visados, não mais filtrando automaticamente as ofensas dirigidas a brancos, homens ou americanos.
"Sabemos que o discurso de ódio dirigido a grupos sub-representados pode ser o mais prejudicial, e é por isso que focamos nossa tecnologia em encontrar o discurso de ódio que os usuários e especialistas nos dizem ser o mais grave", disse a porta-voz do Facebook, Sally Aldous.
##RECOMENDA##O ajuste de software terá como alvo inicial as ofensas mais gritantes, incluindo aquelas contra negros, muçulmanos, pessoas de mais de uma raça, a comunidade LGBTQ e judeus, de acordo com um relatório do Washington Post. As publicações contra os demais grupos serão mantidas no filtro.
- Longa data -
A mudança é anunciada em meio à pressão de grupos de direitos civis que há muito tempo reclamam que a empresa faz pouco contra o discurso de ódio.
No início deste ano, mais de 1.000 anunciantes boicotaram o Facebook para protestar contra seu tratamento ao discurso de ódio e desinformação.
O Facebook e outras plataformas têm sido criticadas por não impedir conteúdos abusivos e odiosos graves, além da violência organizada, como o massacre da minoria Rohingya em Mianmar e a decapitação do professor francês Samuel Paty, perto de Paris.
O Facebook disse que desde agosto identificou mais de 600 movimentos sociais militarizados e excluiu suas páginas e contas, parte de um esforço que retirou 22,1 milhões de postagens contendo "discurso de ódio".
- Problema social? -
Os críticos do Facebook e de outras redes sociais argumentam que elas deveriam ser responsabilizadas pela violência organizada em suas plataformas, exigindo reformas de uma lei que isenta os serviços de internet do conteúdo postado por terceiros.
Mas alguns analistas argumentam que as plataformas não podem assumir total responsabilidade por problemas sociais profundos que levaram ao extremismo e à violência nas ruas.
O Facebook e outras redes enfrentam uma batalha para descobrir como eliminar o conteúdo tóxico enquanto se defendem das acusações de que estão sufocando a liberdade de expressão.