Tópicos | centro de refugiados

Um centro de refugiados recém-construído no norte da Áustria foi destruído na madrugada desta quarta-feira por um "incêndio criminoso", informou a polícia.

O incidente, que não deixou vítimas, destruiu totalmente a construção, de madeira.

O estabelecimento está localizado em Altenfelden, uma cidade de 2.100 pessoas perto de Linz, e deveria acomodar 48 pessoas em duas semanas, de acordo com a Cruz Vermelha.

O presidente da Cruz Vermelha local, Walter Aichinger, ficou consternado e disse que sua organização esperava ver o local reconstruído "o mais rápido possível".

"Permanecemos fiéis à nossa missão, que é ajudar as pessoas necessitadas", disse ele em um comunicado.

Ao contrário da Alemanha, a Áustria não havia sofrido até agora nenhum caso de destruição intencional de abrigos para refugiados.

A Áustria acolheu no ano passado cerca de 90.000 refugiados, ou seja, mais de 1% de sua população.

Um refugiado iraniano detido em Nauru, uma ilha do Pacífico para onde a Austrália envia seus solicitantes de asilo, morreu nesta sexta-feira, dois dias depois de ter tentado se imolar durante a visita de uma delegação da ONU ao centro onde estava confinado.

A marinha australiana expulsa sistematicamente os barcos clandestinos. Aqueles que conseguem chegar à costa são direcionados a campos de detenção em outros países com os quais Canberra assinou convênios, como em Nauru, enquanto seu pedido de asilo é examinado.

Esta política custou ao país duras críticas por parte de organizações de defesa de direitos humanos, assim como da ONU.

Ainda que uma demanda de asilo seja finalmente considerada válida, a Austrália se recusa a admitir em seu território o solicitante e se propõe a realocá-lo em países com os quais fechou acordos, como Nauru, Camboja ou Papua Nova Guiné.

O iraniano de 23 anos, identificado sob o nome de Omid, ateou fogo na quarta-feira (27) ao próprio corpo durante uma visita ao acampamento de uma delegação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Gravemente ferido, o iraniano foi hospitalizado em Brisbane. O governo de Nauru classificou seu gesto de "ato de protesto político".

Omid "morreu hoje devido aos seus ferimentos", anunciou o ministério australiano de Imigração.

"Esta nova morte trágica e sem sentido é uma consequência da desumana política australiana em matéria de refugiados", considerou Elaine Pearson, diretora da ONG Human Rights Watch para a Austrália.

"Os refugiados que fogem das perseguições em seus países não merecem uma vida no limbo de um centro de detenção ou de uma prisão em uma ilha remota", acrescentou.

Omid, casado, estava detido há três anos, segundo Aurora Adams, da associação Get Up. "Tudo o que pedia era um futuro, um lugar para construir sua vida".

A Austrália segue defendendo sua política, apesar do recente anúncio de Papua Nova Guiné de que fechará um de seus campos de retenção, em Manus.

"Impedindo o tráfico de seres humanos, impedimos que as pessoas se afoguem no mar", declarou o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull. "Devemos ser claros e mostrar determinação em nossa política nacional".

Na quarta-feira, o governo de Papua ordenou o fechamento do campo de detenção de Manus depois que o Tribunal Supremo deste país o declarou ilegal.

A Itália anunciou que o centro para refugiados da ilha mediterrânea de Lampedusa será esvaziado nesta terça-feira (24), três dias depois que imigrantes do Magreb costuraram a boca em Roma para denunciar suas condições de detenção.

"Antes do final do dia, o centro de Lampedusa ficará vazio (após terem sido retirados dele) cerca de 200 imigrantes", declarou o vice-ministro do Interior, Filippo Bubbico, ao jornal Avvenire.

"Um primeiro grupo de cem refugiados está saindo do centro e terá que ser transferido de avião a Palermo (Sicília, sul). Um segundo grupo sairá pela tarde com um novo voo especial", confirmou Khalid Chaouki, deputado da principal formação de esquerda italiana, o Partido Democrata (PD), segundo a imprensa.

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