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Quadros até agora desconhecidos, como um Marc Chagall e um autorretrato de Otto Dix, se encontram entre as obras encontradas na Alemanha, no apartamento de um octogenário, revelou nesta terça-feira (5) uma especialista em história da arte. No total, foram descobertas 1.406 obras, acrescentou a promotoria em uma coletiva de imprensa em Augsburgo (sul). A mais antiga remonta ao século XVI. As obras incluem desenhos, gravuras e telas, e entre elas há criações de Toulouse-Lautrec, Renoir e Picasso.

Meike Hoffmann, historiadora de arte da Universidade de Berlim, enfatizou que a tela desconhecida de Chagall, que representa uma cena alegórica e que data provavelmente da metade dos anos 1920, "têm um valor histórico particularmente alto". Sua procedência ainda não foi determinada.

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Reinhard Nemetz, procurador-geral de Augsburgo, assegurou que uma parte das obras pertencem ao que os nazistas consideravam como "arte degenerada", e que foram roubadas de famílias judias. Hoffmann enfatizou que as investigações sobre a origem das obras são complexas e levarão muito tempo. Também garantiu que as obras estão em bom estado.

As autoridades da Alemanha tentam organizar a gigantesca tarefa de estabelecer a origem de 1.500 obras encontradas em um apartamento repleto de lixo em Munique. As autoridades admitiram que trabalham há vários meses no caso, que foi revelado no domingo pela revista Focus. A Focus calculou que o valor total dos 1.500 desenhos, esboços e quadros pode superar um bilhão de euros.

O governo alemão reconheceu que estava a par há vários meses da descoberta feita pela Alfândega. O serviço de alfândega alemão encontrou, no início de 2011, os desenhos e quadros, que em sua maioria eram considerados perdidos para sempre, em um apartamento de Munique repleto de lixo e latas de conserva com validade vencida, algumas há quase 30 anos.

O apartamento pertencia a Cornelius Gurlitt, um octogenário evidentemente afetado por uma transtorno obsessivo de comportamento que leva ao acúmulo compulsivo de objetos. Em setembro de 2010, Cornelius Gurlitt foi parado por fiscais da alfândega em um trem que viajava da Suíça para a Alemanha. Ele estava com 9.000 euros em espécie em um envelope.

Apesar do transporte da quantia ser considerado legal, os investigadores decidiram seguir uma intuição e, alguns meses depois, conseguiram autorização para revistar o apartamento do idoso. Segundo os primeiros elementos da investigação, Cornelius Gurlitt vivia há décadas sem um registro legal e sem trabalho na Alemanha. Ele ganhava a vida com a venda ocasional de obras reunidas em seu apartamento a proprietários de galeria de arte pouco escrupulosos a respeito da origem das peças.

Gurlitt herdou as obras de seu pai, Hildebrand Gurlitt, um colecionador de arte falecido em 1956 em um acidente de automóvel. Hildebrand Gurlitt, que inicialmente foi ameaçado pelos nazistas, sobretudo porque tinha uma avó judia, se tornou mais tarde indispensável para o regime de Hitler, ao qual ajudava a vender obras roubadas ou apreendidas no exterior.

As autoridades da Alemanha também optaram pelo sigilo o maior tempo possível em consequência do gigantesco desafio de identificar as obras, assim como de buscar a origem ou os herdeiros.

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