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Luciano Szafir está há dois meses fora do hospital, mas ainda carrega em seu corpo as marcas e cicatrizes deixadas após um longo período de internação com Covid-19. Entre as sequelas, o ator adquiriu um problema no intestino e, por isso, terá que viver com uma bolsa de colostomia até novembro de 2021, quando realizará a cirurgia de reconstrução.

Em entrevista para o jornal 'Extra', ele revelou que enxerga as cicatrizes como um troféu, mas que ainda é difícil para seus filhos pequenos - David, de oito anos de idade e Mikael, de seis anos. "Minha mulher segurou uma bronca absurda e os distraía em meio ao caos. Acho que o mais velho tinha uma percepção de que era grave. E eles estão se acostumando a ver minhas cicatrizes agora. Se estou sem camisa, pedem para eu me vestir. É que os cortes viraram um troféu para mim, mas para eles é feio. Sem contar que eu, que sempre fui grandão, não tenho tido tanta força pra brincar com eles. E Mikael e David sentem, claro", contou.

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E continua: "Minha vaidade hoje é estar vivo. Se vou ter um buraco ou barriga flácida, não estou nem aí. Não quero ser aquele tiozão que faz loucuras nem comparar meu físico com o que tinha aos 25 anos. Já tive a sorte de ter um corpo bonito, ter aquele tanquinho. Hoje, tenho uma máquina de lavar (risos) e tudo bem. Meu foco é na minha recuperação, quero poder me alimentar bem, me exercitar e ajudar o máximo de pessoas que eu puder, como no Projeto com Vida".

Apesar de estar feliz em voltar para casa, o ator disse que sente muito medo por não ter assistência médica 24 horas por dia. "Dá uma insegurança. Se acontecesse algo no hospital, os médicos já estavam de prontidão. Em casa, não. Comecei a fazer terapia duas vezes na semana. Nunca tinha feito. Estava muito ansioso e foi uma sugestão da equipe médica. É uma recuperação de médio a longo prazo. Há vezes em que chego no fim do dia e chamo meu amor para deitar comigo e segurar a minha mão [para conter o medo]. Mas isso tem diminuído. O que também tem ajudado é fazer meditação: 20 minutos quando acordo e 20 antes de deitar. Me dá uma paz... Também rezo e agradeço por mais um dia de vida. Sem contar a fisioterapia", revelou Luciano.

Questionado sobre o período no hospital, o artista revelou que achou que ia morrer: "Um episódio me traz arrepio até de falar. Tive arritmia cardíaca. Acordei às duas da manhã sem entender por que tinha tantos médicos a minha volta. Olhei o monitor e meus batimentos cardíacos chegavam a 180. A enfermeira me mandou segurar na mão dela ao me dar um remédio e disse: Vai melhorar, mas antes vai piorar muito. Na mesma hora, senti uma queimação, como se fosse uma lava dentro do corpo. Os batimentos aumentaram, ouvi o piii e vi o traço no monitor. É como nos filmes. Pensei: vou morrer nos próximos segundos. Aí dão um reinício, como num computador, e os batimentos voltaram aos poucos".

A apresentadora e modelo Andressa Urach usou suas redes sociais para fazer um desabafo sobre suas tatuagens, na última quarta-feira (25). Gravando para o seu canal do YouTube, ela conversou um pouco sobre o assunto com seus seguidores.

Incomodada Andressa tem feitos sessões para remoção dos desenhos e também das suas cicatrizes cirúrgicas que passou para retirada do hidrogel. A apresentadora compartilhou um vídeo com seus seguidores mostrando o passo a passo do procedimento e contou sua justificativa.

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"Não tenho nada contra tatuagens. Estou tirando as minhas porque me incomodam; eu sou modelo... Vocês lembram, quase morri em 2014, que apliquei o hidrogel. Já passei por mais de 22, 23 cirurgias, até já perdi as contas, para poder retirar o hidrogel e ficaram algumas cicatrizes e essa é uma delas. Estamos retirando ela para ficar mais bonitinho, ajeitadinho", contou ela.

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Se o corpo é memória, gravar novos discursos sob sua superfície pode mudar uma história. Ao lançar a campanha “Transmute sua história”, a tatuadora caruaruense Fernanda Souza se depara com o maior desafio de sua carreira de três anos. Durante todo o mês de março, por iniciativa própria, a artista tomou para si a responsabilidade de cobrir com tatuagem definitiva as cicatrizes de mulheres vitimadas por agressão física, sem cobrar nada por isso, arcando com todos os custos do procedimento. 

Sentada em um dos bancos da Praça de Casa Forte, na Zona Norte do Recife, a poucos metros do novo estúdio, Fernanda se esforça para conversar sobre a campanha. Tímida, ela conta que a iniciativa está diretamente ligada a sua trajetória pessoal. “Aos 18, ainda em Caruaru, fui brutalmente agredida por um homem, conhecido meu. Geralmente, vem de onde você menos imagina, de gente próxima. É difícil até denunciar, porque você acha que não vão entender o que está acontecendo”, lembra. 

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A superação do trauma veio junto com a profissionalização no desenho. “Estou em um momento de me colocar como mulher na minha produção, trazer essa vivência. Agora trabalho também em uma série de seis desenhos à aquarela, chamada ‘Mulheres nu infinito’, onde exponho a nudez feminina”, comenta. A tatuadora ressalta ainda que, em sua área, o trabalho das profissionais do gênero feminino é questionado. “Existe muita desconfiança no nosso trabalho das mulheres. É comum a gente ouvir que tem mãos ‘pouco firmes, por exemplo’”, relata. 

Por outro lado, os abusos sofridos por algumas clientes de profissionais do gênero masculino, faz com que sua freguesia seja majoritariamente feminina. “Muitas das que chegam no meu estúdio se dizem felizes por terem encontrado uma mulher tatuadora. Infelizmente, alguns colegas se excedem durante o trabalho, pedindo que elas tirem mais roupa do que é preciso para fazer o desenho, por exemplo”, lamenta.

Desenhos serão feitos de acordo com a história e as ideias de cada vítima. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Tabu

A primeira fase da campanha consiste em ouvir os relatos. “A criação do desenho será feita de acordo com o que a mulher quiser, estarei totalmente aberta. Meu trabalho é autoral, a tatuagem será feita de acordo com a história e a intenção da mulher”, explica. Desta forma, a tatuadora acredita que é possível ressignificar as cicatrizes. “A palavra ‘transmutação’ está no título da campanha porque nosso objetivo é colocar, no lugar dessa marca, uma coisa boa, um significado positivo. Você não vai precisar olhar para cicatriz durante o banho ou na hora de trocar de roupa, nem vai precisar explicar o que aconteceu às pessoas que perguntam”, completa.

Ainda que gratuita, a campanha ainda não foi acionada por nenhuma mulher. Pelo que apontam os dados, contudo, a falta de procura parece paradoxal. De acordo com a pesquisa 'Relógios da Violência', do Instituto Maria da Penha, a cada 7.2 segundos, uma mulher é vítima de violência física no Brasil. Já o Anuário Brasileiro de Segurança Pública registra que, de onze em onze segundos, uma pessoa do gênero feminino é estuprada. Para Fernanda, as vítimas enfrentam enorme dificuldade para falar sobre os ataques. “Eu também passei por esse momento de ficar travada na hora contar o que tinha ocorrido. No caso da conversa comigo, a mulher só precisa falar do que se sentir a vontade”, conclui. 

Serviço

Fernanda Souza

Estúdio: Rua Visconde de Ouro Preto, 156, Casa Forte, Recife

Contato: fsouzatattoo (Instagram)

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