O ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu foi transferido para a carceragem da Central de Polícia Especializada (CPE) de Brasília, após fazer exame de corpo de delito no final da tarde desta quarta-feira. Abreu foi preso em Goiânia na Operação Saint-Michel, um desmembramento da operação Monte Carlo, que desmantelou a organização criminosa comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O advogado de Abreu, Roberto Pagliuso, informou que a prisão foi desnecessária porque o cliente vinha colaborando com as investigações, tem endereço fixo e não representa risco à ordem pública. "Vou tirar cópia dos autos para conhecer as acusações e entrar imediatamente com pedido de habeas corpus", disse o defensor. "Não há justificativa para essa prisão. Ele tem comparecido a todos os depoimentos, não reagiu à prisão e tem colaborado de forma serena", enfatizou.
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A Operação Saint-Michel - bairro de Mônaco que, a exemplo de Monte Carlo, concentra cassinos - foi desencadeada pelo Núcleo de Combate a Organizações Criminosas (Ncoc) do Ministério Público do DF, com auxílio da Polícia Civil do DF. O objetivo é desarticular um esquema de tráfico de influência, fraude em licitação e desvio de dinheiro público no sistema de bilhetagem eletrônica do Departamento de Transportes Urbanos (Dftrans). A empresa vencedora seria ligada à Delta e a Cachoeira.
Ao todo, foram efetuadas quatro prisões e cumpridos seis mandados de busca e apreensão em Brasília, Goiânia, Anápolis e São Paulo. Entre os presos estão o vereador Wesley Clayton da Silva (PMDB), vice-presidente da Câmara de Anápolis; Valdir Reis, ex-assessor da Secretaria de Planejamento do governo do DF e Dagmar Alves, todos acusados de envolvimento no esquema.
Embora com ordem de prisão temporária também decretada, Heraldo Puccini Neto, diretor da Delta em São Paulo, não foi localizado. O advogado da empresa, Marcelo Souza, compareceu à delegacia para negociar a apresentação do executivo.