Tópicos | concessão de benefícios

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pôs em prática uma força-tarefa para colocar em dia os pedidos de benefícios. Atualmente, 1,3 milhão de pedidos aguardam, por mais de 45 dias, uma conclusão no requerimento. Esse é o prazo máximo de análise definido por lei. De acordo com Márcia Elisa de Souza, diretora de Benefícios do instituto, medidas estão sendo tomadas para acelerar as análises dos requerimentos.

“Criamos as centrais de análises, servidores dedicados à análise de benefício e por especialização. Estamos especializando a análise dos benefícios para ganhar em produção e qualidade. […] Temos o programa especial, onde os servidores analisam, fora da jornada de trabalho, com pagamento do bônus, os processos que estão há mais de 45 dias, após atender os requisitos necessários definidos no programa de gestão”, disse a diretora em entrevista à Rádio Nacional.

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Além da realização de hora-extra por servidores para analisar os pedidos em atraso, o órgão trocou o sistema de marcação de ponto por outro, que mede a produtividade. Com isso, explicou Márcia, o INSS tem um maior número de benefícios analisados pelo mesmo servidor.

Vários tipos de requerimentos aguardam conclusão de análise do INSS. São, por exemplo, pedidos de aposentadoria por invalidez, por idade – tanto urbana quanto rural – e aposentadoria por tempo de contribuição.

A legislação prevê que nenhum segurado deve esperar mais que 45 dias para ter o pedido de benefício analisado. Caso ultrapasse esse prazo, o instituto pode ter prejuízo, porque terá de pagar os valores retroativamente, com a devida correção monetária.

Márcia esclareceu, contudo, que apesar do grande número de requerimentos atrasados, cerca de 500 mil estão aguardando documentação adicional, necessária quando não é possível concluir o requerimento no ato da análise.

A diretora nega que o atraso seja por causa da mudança nas regras da reforma da Previdência, aprovada pelo Congresso e promulgada em novembro. Segundo ela, os sistemas do instituto já estavam sendo preparados para as mudanças antes mesmo da aprovação das novas regras. “Assim que sai uma nova regra, é necessário adequar os sistemas, é uma coisa normal. Acontece que a gente já tem, dentro das novas regras, mais de 70% da demanda sendo atendida”.

Depois do anúncio nas mudanças na concessão de benefícios oriundos da previdência social, no mês de dezembro, pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, centrais sindicais criticaram a decisão do Governo Federal. De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, as alterações prejudicam os trabalhadores. “As medidas são muito negativas e prejudicam os trabalhadores, principalmente quem fica desempregado e custou a conseguir o primeiro emprego”, afirmou.

Para reverter o quadro, o governo planeja esclarecer e discutir as mudanças com líderes dos movimentos sindicais. A reunião prevista para segunda quinzena de janeiro contará com a participação do secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto. Em nota encaminhada pela assessoria, Rossetto afirma que as modificações não reduzem os direitos trabalhistas, apenas corrige as distorções. 

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Dentre as modificações está a alteração do período trabalhado para concessão do seguro desemprego e abono salarial.  

As mudanças na previdência social anunciadas na última segunda-feira (29), pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, vão contra o discurso apresentado pela presidente Dilma Rousseff (PT) durante a campanha eleitoral e tal fato não iria passar despercebido pelos seus opositores.

A ex-senadora Marina Silva não perdeu tempo e utilizou sua página no facebook para comparar o discurso apresentado pela presidente, no qual garantia que o seu governo não reduziria os direitos trabalhistas.  

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O deputado federal reeleito por Pernambuco, Mendonça Filho (DEM), também tratou logo de se pronunciar. De acordo com o líder do Democratas na Câmara Federal, os cortes que irão representar economia de, aproximadamente, R$18 bilhões por ano aos cofres públicos, mas ao mesmo tempo prometem dificultar a vida da classe trabalhadora, pode ser visto de maneira cruel. “Incrível como, a cada medida anunciada, a presidente Dilma desmente o que prometeu na campanha. O que Dilma disse que Aécio e Marina fariam contra os trabalhadores, ela está fazendo com requintes de crueldade. O pacote de medidas anunciado pelo Governo Dilma atinge em cheio aposentados/pensionistas, desempregados e trabalhadores que precisam de beneficios sociais. Não tenho outra classificação para isso que não seja a de estelionato eleitoral”, pontuou.

Segundo o parlamentar, o Governo teria outras saídas, que não interfeririam de forma tão brusca na vida da população. “Qualquer medida que o governo tenha que tomar deve preservar o direito dos trabalhadores e atacar o inchaço da máquina pública, o desperdício de dinheiro pelo aparelhamento partidário e a corrupção. Infelizmente, ela joga a conta pelo descalabro econômico nas costas de trabalhadores e aposentados”, sugerindo que a redução do número de ministérios poderia ser uma alternativa. 

Mas o democrata garante que a Medida Provisória será rebatida pela oposição, que tentará barrar a determinação. “Vamos apresentar emendas às medidas provisórias. Não se pode cassar direitos dessa forma. Queremos assegurar que a conta final pelo desastre nos gastos públicos não retire dos trabalhadores e suas famílias direitos históricos garantidos”, afirmou Mendonça, ressaltando que esta será uma das bandeiras defendidas a partir de 1° de fevereiro. 

O que muda:

A Medida Provisória  altera a concessão do abono salarial, seguro-desemprego, auxílio-doença e aposentadoria. O abono salarial, por exemplo, deixa de ser pago a quem trabalhou no trabalhado 30 dias corridos, no ano anterior, e passa a ser destinado apenas a quem tenha atuado, no mínimo, por seis meses. O valor também será alterado. A quantia era equivalente a um salário mínimo, independente do tempo de serviço, mas agora será proporcional, como ocorre com o 13° salário.

O auxílio-doença não prejudica diretamente a classe trabalhadora, mas interfere no bolso dos patrões. Antes cabia aos empregadores garantir o salário do funcionário afastado por motivo de doença pelo prazo de 15 dias. Com as novas regras, o benefício só poderá ser solicitado ao INSS depois de 30 dias. 

Quanto ao seguro-desemprego, o trabalhador poderá recorrer ao benefício pela primeira vez se tiver completado 18 meses de trabalho na mesma empresa. Na segunda solicitação o prazo recai para 12 meses e na terceira, equivale ao que é aplicado atualmente, 6 meses.

A aposentadoria também sofreu alguns ajustes. A pensão por morte será concedida a família dos trabalhadores que tenham contribuído com a Previdência Social pelo prazo mínimo de dois anos. Para ter direito a pensão do cônjuge também é necessária a comprovação de casamento ou união estável de dois anos. O valor da pensão por morte será reduzido de 100% para 50% do salário, com adicional  de 10% por dependente do beneficiário até o limite do valor integral pago pelo INSS. E os cônjuges jovens também terá a pensão reduzida, exceto para casos de invalidez. Os servidores públicos passarão a adotar as mesmas regras utilizadas para os trabalhadores no regime geral. 

As alterações entrarão em vigor após a publicação no Diário Oficial da União, mas terão que ser ratificadas pelo Congresso Nacional dentro de 120 dias, para não perder a validade. 

 

 

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