Uma conferência interafegã para "encontrar uma solução para o problema afegão" será realizada em Pequim no final do mês, anunciou à AFP o porta-voz dos talibãs Suhail Shaheen, que excluiu a participação de representantes "de alto nível" do governo.
A delegação talibã, liderada pelo cofundador do movimento, mulá Abdul Ghani Baradar, irá à China nos dias 29 e 30 de outubro, disse.
A grande incógnita continua sendo a identidade dos demais participantes da conferência, pois os talibãs rejeitam a presença de um "representante de alto nível" do governo afegão de Cabul.
Paralelamente, os Estados Unidos e a União Europeia instaram as autoridades afegãs a formar uma "equipe de negociação afegã inclusiva", em comunicado divulgado na terça-feira.
A conferência foi decidida após uma reunião em Doha entre o mulá Baradar, que também é o chefe político do Talibã, e o enviado especial chinês Deng Xijon, segundo Shaheen.
O Talibã rejeita qualquer legitimidade do governo afegão, que ele considera "fantoche" dos Estados Unidos. Essa posição foi reiterada por Shaheen em suas declarações à AFP.
Em maio, opositores políticos do governo afegão se reuniram com uma delegação do Talibã em Moscou.
Pequim já abrigou uma delegação do Talibã em junho e, em seguida, no final de setembro, após a suspensão pelo presidente americano Donald Trump de conversas com os insurgentes sobre a retirada das tropas americanas do Afeganistão em troca de uma série de contrapartidas.