Tópicos | Constança de Almeida Prado

Filha de pianistas, Maria Constança de Almeida Prado Moreno começou a carreira musical ainda pequena. A música erudita sempre esteve presente na sua casa e a musicista foi influenciada pelos pais, principalmente o pai - o compositor Almeida Prado. Constança é uma das artistas que se apresenta na IX Virtuosi Brasil neste final de semana no Recife, fazendo uma homenagem aos 70 anos de nascimento do seu pai. O festival ainda homenageia os 150 anos de Ernesto Nazareth.

Premiada com a Bolsa de Estudos da CAPES/Brasília, programa Apartes, Constança Moreno concluiu em 2001 o Mestrado em Violino-Performance na Manhattan School of Music – New York. De 2001 a 2006, assumiu a classe de violino de Eugenia Popova na ECA/USP. Tem realizado inúmeros recitais e concertos com orquestra, homenageando seu pai. Após a morte dele em 2010, ela idealizou, junto a Carlos Moreno, a criação do Almeida Prado Ensemble, que teve sua première em abril de 2011.

##RECOMENDA##

Constança conversou com o LeiaJá e falou sobre a relação com o pai e sua participação no IX Virtuosi Brasil.

Como a música interferia na sua relação com seu pai?

A vida dele sempre foi um mergulho na arte da composição. A vida dele foi a música, ele sempre abraçou a música como tudo para ele desde muito pequeno. Ele descobriu seu talento com seis anos de idade. A seriedade e o amor que ele tinha pela música era uma coisa muito impressionante para mim. Ele compunha com tanta facilidade que chegava a fazer uma sonata em três dias. Ele sempre explicou para gente a maneira como ele fazia: escrevia direto no papel, não apagava nada e, quando nascia a obra, ela já estava pronta.

Você, além de ser violinista, compõe?

Como eu fiz faculdade de música, tive algumas oportunidades para compor. Mas para mim era exatamente ao contrário do meu pai. Era um dificuldade absurda. Eu fazia uma linha, apagava tudo e fazia de novo. Não é minha praia, definitivamente. É por isso que admiro muito quem faz, pois é uma arte muito especifica, muito especial.

Quais são suas influências musicais?

É uma grande honra na minha vida ter nascido em uma família musical. Isso para mim foi um presente de Deus porque cresci ouvindo muita música. Meu pai e minha mãe são grandes pianistas. Então tive essa benção de crescer ouvindo muita música erudita, de Mozart a Beethoven e Bach. Sempre acompanhei a dedicação e os estudos dos meus pais que sempre foram muito dedicados à música. No caso da minha mãe, ela sempre foi muita dedicada ao piano. Ela estudava muitas horas por dia e deixava eu e minha irmã, que é um ano mais velha do que eu, ouvir os ensaios nos estúdios. A gente adorava aquilo.

Você já conhecia o Festival Virtuosi?

Eu sempre ouvir falar muito bem porque recebo as divulgações e admiro muito o trabalho da professora e pianista Ana Lúcia Altino e do maestro Rafael Garcia. Quando você pensa na nossa realidade, a música erudita ainda é muito precário no nosso país. E é muito admirável quando a gente ver um trabalho assim de alto nível. São essas pessoas que têm levantado a bandeira da música erudita. Eu acho uns verdadeiros heróis.  

Como é participar de um festival que tem como homenageado seu pai? Você já participou de outros festivais tendo seu pai como homenageado?

Em 2003, quando meu pai fez 60 anos, ele recebeu uma homanegam no Festival Eleazar de Carvalho. Foi muito especial porque ele ainda estava vivo e, com isso, participou, deu muitas aulas, e realizou palestras sobre a sua própria obra. Além disso, eu pude participar com ele tocando e realizando recitais. Foi muito lindo! Já do Virtuosi, é a primeira fez que participo. Estou muito honrada de poder homenagear meu pai, esse grande gênio. Além de ser a primeira vez que toco no Recife.

O que o público pode esperar do concerto de abertura do festival que você fará com Ingrid Baranconski em homenagem ao seu pai?

A Ingrid é uma grande intérprete da obra do meu pai. Foi ele que me apresentou a ela na ocasião de uma bienal que ocorreu em Cuiabá. Nos apresentamos juntas e estreamos mundialmente a Sonata n.4 – obra que vamos tocar no Recife – e foi maravilhoso porque ela é uma pessoa incrível. Já em relação ao concerto de abertura, nós vamos iniciar com uma obra muito meditativa que é a Cantiga da Amizade. Em seguida, vamos fazer a sonata Primavera, de Beethoven – que, como o próprio nome diz, é uma obra muito encantadora. E finalizaremos com a sonata da Ressureição. São duas sonatas que têm nomes muito belos e realmente as obras estão à altura desses nomes de batismo.

[@#galeria#@]

O Virtuosi Brasil chega a sua 9ª edição e faz homenagem aos pianistas Almeida Prado e Ernesto Nazareth, que neste ano completariam respectivamente 70 e 150 anos. O festival acontece entre os dias 14 e 16 de junho no Teatro de Santa Isabel. Os destaques deste ano são o grupo Cantilena Ensemble, os violinistas Constança de Almeida Prado, filha do compositor homenageado, e Clóvis Pereira Flho, as pianistas Ingrid Barancoski, Ana Lucia Altino e Maria Teresa Madeira, e a Orquestra Jovem de Pernambuco sob a regência do Maestro Rafael Garcia, diretor artístico do Virtuosi. Todos os concertos são gratuitos e começam às 20h, com exceção do domingo, dia 16, quando haverá duas apresentações, sendo uma às 15h e outra às 16h.

##RECOMENDA##

A abertura do festival acontece com um duo de piano e violino formado por Ingrid Barancoski e Constança de Almeida Prado Moreno que apresentam um programa dedicado ao compositor Almeida Prado. Constança, premiada com a Bolsa de Estudos da CAPES/Brasília, programa Apartes, concluiu em 2001 o Mestrado em Violino em Nova York. De 2001 a 2006, assumiu a classe de violino de Eugenia Popova na ECA/USP. É conhecida entre os recitais e concertos com orquestra, homenageando seu pai.

A Pianista paranaense Ingrid Barancoski é Doutora em Piano pela Universidade do Arizona. Participou de renomados festivais, como o Cliburn Piano Institute (EUA) e Centre Acanthes (França). É detentora de vários prêmios em concursos nacionais e internacionais, entre os quais The President´s Competition (EUA), e IBLA Grand Prize (Itália). Já atuou com diversas orquestras como a Sinfonia Cultura, a Sinfônica de Minas Gerais, a Orquestra da Universidade do Arizona, a Orquestra de Câmera de Curitiba e a Sinfônica Nacional, sob a regência de Lutero Rodrigues, Roberto Duarte, Dario Sotero Calvo e John Roscigno.

No dia 16 de junho o IX Virtuosi Brasil apresenta dois espetáculos. Sarau Carioca acontece às 15h e contém obras de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, sendo executada pela pianista Maria Teresa Madeira. A carreira musical da pianista é marcada por experiências no campo artístico e no campo acadêmico. Bacharel em Piano pela Escola de Música da UFRJ e Mestre em Música pela Universidade de Iowa, nos EUA, realizou recitais e concertos nos EUA, França, Argentina, Tunísia e Alemanha, sempre priorizando a divulgação da música brasileira. Às 16h, o festival encerra sua programação com a Orquestra Jovem de Pernambuco, com a presença de três solistas, sob a regência do Maestro Rafael Garcia. 

Serviço

Ingrid Barancoski e Constança de Almeida Prado Moreno

14 de junho | 20h

Cantilena Ensemble

15 de junho | 20h

Maria Teresa Madeira e Orquestra Jovem de Pernambuco

16 de junho | 15h e 16h

Teatro de Santa Isabel (Praça da República – Santo Antônio)

(81) 3355 3323

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando