Tópicos | Copa de 1958

Marcello Casal jr/Agência Brasil

##RECOMENDA##

A trajetória de Pelé é tema de um bate papo inédito no 'Foras de Série'. O programa, veiculado no YouTube, resgata memórias da infância do ex-jogador até o encerramento de sua carreira no New York Cosmos. O Rei do Futebol relembra, por exemplo, que não conseguiu quebrar um recorde de seu próprio pai.

"Meu pai jogava no Bauru e telefonou para o deputado e ex-presidente do Santos Futebol Clube, Athiê Jorge Cury, para conseguir um teste no clube. Lembro que fui de trem até São Paulo e de lá de táxi até Santos. Foi o início de tudo. Uma curiosidade que pouca gente sabe é que comecei minha carreira com um desafio: meu pai era e ainda é o maior artilheiro de gols de cabeça em um mesmo jogo com cinco gols. Eu pensava... Será que um dia vou conseguir bater essa marca? Fiquei todo esse tempo no Santos e não consegui", disse.

O ex-jogador também falou sobre a mística entorno da camisa 10. De acordo com Pelé, o peso que existe em cima da numeração, hoje, não existia quando deu seus primeiros passos no futebol. Foi depois de um título mundial conquistado pela seleção brasileira, com ele vestindo a 10, que passaram a dar importância para essa numeração.

"Até a Copa de 58 a numeração não tinha nenhuma importância. Depois que fomos campeões, eu usando a 10 - o jogador mais novo do time e de uma Copa -, ela passou a ter essa importância que vemos até hoje. Antes disso, o único número importante era o 1 do goleiro. Por isso, brinco com meu filho Edinho, que jogou com essa camisa no Santos, que Deus foi muito bom com nossa família dando essa responsabilidade em dobro pra nós", revelou.

Pelé marcou 1.091 gols com a camisa do Santos, em 1.116 partidas disputadas. O ex-jogador é considerado, por muitos, o maior de todos os tempos. Em seu currículo, o brasileiro acumula três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970).

Capitão do Brasil na Copa de 1958, quando a seleção conquistou o primeiro dos seus cinco títulos mundiais no futebol, Bellini morreu nesta quinta-feira (20), aos 83 anos, após lutar por dez anos contra o Mal de Alzheimer com a mesma bravura com que apresentou nos 21 anos em que esteve nos campos de futebol. Ele estava internado no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, desde a última quarta.

Na nublada tarde de 29 de junho de 1958, em Estocolmo, Hideraldo Luiz Bellini, capitão da seleção, eternizou o gesto de erguer a taça, após a conquista do primeiro título mundial do Brasil. A pequena Jules Rimet de apenas 30 centímetros de altura e quatro quilos de peso foi levantada sobre a cabeça com a determinação de um dos jogadores mais raçudos da história do futebol brasileiro.

##RECOMENDA##

Naquele momento histórico veio a cabeça do defensor uma série de coisas, como a Copa de 1938, perdida pelos geniais como Domingos da Guia e Leônidas da Silva, a infância vivida na pequena Itapira, a derrota doída no Maracanã na final da Copa de 1950, diante do Uruguai, o técnico Flávio Costa, que o incentivou a jogar sempre sério, e os 60 milhões de brasileiros que exigiram muita força daquele raçudo zagueiro.

Seu estilo rude e eficiente foi incentivado nos times nos quais atuou - Vasco, São Paulo e Atlético-PR. "Jogar bem, você não sabe. Trate de despachar a bola e deixe que seus companheiros façam as jogadas", disse Flávio Costa, técnico vascaíno em 1952. "Quando o senhor resolver escalar este rapaz, por favor, me avise para que eu não vá a campo", cansou de dizer Ciro Aranha, que assumira a presidência do clube de São Januário. "Então é melhor o senhor ficar em casa no domingo", rebateu Flávio Costa, ao se recusar a colocá-lo no banco de reservas de uma equipe supercampeã, base da seleção brasileira, e que reunia lendas como Barbosa, Danilo e Ademir de Menezes.

Líder nato, foi escolhido de forma unânime pelo elenco como o capitão do fantástico time de 1958, superando um mestre como Nilton Santos, o estilista Didi e uma brilhante promessa como Pelé. "Levanta e vamos jogar", disse Bellini a Mazzola, que sofria com fortes cãibras no jogo contra a Áustria. Nem o companheiro de zaga, Orlando Peçanha, de estilo clássico, era poupado de críticas, ao se exibir e tocar de letra dentro da área. "Para com isso, moleque!", dizia.

Em 1964, pelo São Paulo, não concordou com o toque de bola excessivo dos companheiros, que "humilhavam" o adversário. Acabou com a festa dos companheiros dando um bico para as arquibancadas. Nem mesmo quando atuava pelo Milionários, equipe que reunia veteranos célebres na Colômbia, Bellini deixou de lado a seriedade em campo. Brigou com Dorval, ex-ponta direita do eterno Santos de Pelé, por ele ter dado uns golinhos antes de um amistoso.

Em 1990, passou a ensinar sua determinação para 200 garotos de 10 a 16 anos, em uma escolinha de futebol da Prefeitura de São Paulo no bairro do Ibirapuera. "É bom trabalhar com a criançada", disse, feliz da vida. O zagueiro campeão do mundo de 1958 foi o décimo primeiro de 12 filhos do carroceiro imigrante italiano Hermínio Bellini e também se sagrou campeão mundial em 1962, na Copa realizada no Chile.

Na manhã desta terça-feira, quatro campeões do mundo em 1958 viveram uma grande emoção. Pelé, Zito, Mazzola e Pepe fizeram uma visita ao Estádio Rasunda, em Estocolmo, onde a seleção brasileira conquistou o primeiro de seus cinco títulos mundiais. Eles se encontraram no local com oito integrantes da equipe sueca vice-campeã do mundo, os únicos daquela equipe que ainda estão vivos, entre eles Simonsson, autor do segundo gol sueco na derrota por 5 a 2.

A visita foi um dos eventos organizados pela Federação Sueca de Futebol para marcar a despedida do Rasunda, que será demolido no ano que vem. Um outro estádio, a cerca de um quilômetro do antigo, está em fase final de construção. "Fiquei feliz pela oportunidade de voltar aqui. O Brasil começou aqui, até então ninguém conhecia o Brasil. Até a inscrição na bandeira estava errada", disse Pelé.

##RECOMENDA##

"Estou emocionado, o estádio é maravilhoso, continua lindo. Foi uma ideia linda nos trazerem aqui para celebrar essa coisa maravilhosa que foi o primeiro título do Brasil", comentou Zito.

No fim da tarde desta terça-feira, Pelé e os demais integrantes das seleções do Brasil e da Suécia de 1958 participarão de um jantar com a Rainha Silvia, que tem ascendência brasileira. Esse encontro está marcado para o hotel em que está concentrada a seleção brasileira, que nesta quarta-feira vai enfrentar a Suécia no Rasunda. O amistoso será o principal evento da despedida do histórico estádio de Estocolmo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando