O nome ajuda na hora de ser o destaque. Aos 17 anos, o goleiro Rokenedy é uma das armas do Santa Cruz-PE para se manter vivo na Copa São Paulo de Futebol Junior, a Copinha. Vencedor dos três primeiros duelos na competição, o atleta foi fundamental na classificação do tricolor pernambucano após empate em 1x1 contra o Operário-PR pela segunda fase do torneio. O arqueiro coral defendeu três cobranças na decisão por pênaltis, levou o Santinha para a próxima etapa e nesta terça-feira (14), às 21h30, enfrenta o São Paulo no Estádio 1º de Maio, em São Bernardo do Campo, região do ABC Paulista.
Apesar da pouca idade, o goleiro Rokenedy pode ser considerado experiente na Copinha. O sergipano de São Domingos (77 km de Aracaju) havia atuado pelo América-RN em 2019. "Lá joguei um campeonato sub-17 em que fui vice-campeão, depois fui campeão sub-19 com 16 anos e joguei minha primeira Copinha, atuei em três jogos e tive atuações boas", recorda. A postura do garoto agradou os dirigentes da Cobra Coral, que foram buscá-lo para integrar o elenco tricolor. "O Santa Cruz abriu as portas para mim e comecei a treinar lá, agora já virou uma paixão, me acostumei, vou fazer um ano no time", destaca.
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Como não poderia deixar de ser, o nome incomum é alvo certo na hora da descontração com os jogadores. O goleiro não se incomoda e fica à vontade na famosa resenha entre os boleiros. "Rola muita brincadeira, muita resenha com meus colegas de quarto, os parceiros que começam a perguntar o porquê do nome, alguns já cansaram de brincar e hoje chamam de Roke", diverte-se Rokenedy. Segundo o jogador, foi a mãe quem teve a ideia de batizar o filho com um nome diferenciado. "Minha mãe escolheu porque eu tenho um primo chamado Kenedy e ela falou que queria um nome diferente e acrescentou o 'Ro' e ficou Rokenedy", conta.
Nascido em São Domingos (SE), Rokenedy é um dos principais jogadores do Santa Cruz na Copinha 2020 | Foto: Cristiano Fukuyama / Twitter @SantaCruzFC
Com a atuação de destaque no último domingo contra o Operário-PR, o atleta entrou para um grupo seleto de goleiros brasileiros que defenderam três pênaltis em um mesmo jogo. Entre os nomes, atletas como os campeões mundiais Dida e Marcos, além do cruzeirense Fábio. "Estou muito feliz em saber que faço parte desse grupo que tem grandes nomes de goleiros brasileiros, é uma meta que conquisto", ressalta o arqueiro do tricolor pernambucano.
Fã de guardas-metas como o alemão Marc-André Ter Stegen e o costarriquenho Keylor Navas, Rokenedy afirma que tem se inspirado em quem está mais próximo, o experiente Tiago Cardoso, que retornou ao Santa Cruz-PE para a temporada 2020. "Me impressionei com a agilidade que ele tem e fui me apegando a ele, vendo vídeos e o pessoal começou a brincar comigo dizendo que eu ia pegar o lugar dele, mas o que eu quero é estar com ele para aprender muitas coisas ainda. Os goleiros experientes me ajudam muito", declara.
A liderança inerente aos goleiros também faz parte do dia-a-dia do jogador, mas a carga em defender um grande como o Santa Cruz-PE não assusta o atleta promissor. "Essa pressão começa quando eu visto a camisa do clube, pois tem uma história muito grande", explica Rokenedy. "Como estou uma categoria acima da minha idade, a responsabilidade fica maior. Mas com a ajuda da comissão técnica e dos atletas que confiam em mim, me sinto confortável em campo, amo jogar futebol e boto em prática com felicidade para fazer minha parte dentro de campo", complementa.
Já para o jogo da noite desta terça-feira (14), Rokenedy garante que a preparação não foi alterada. "Vamos entrar com a mesma postura que entramos nos outros jogos, pegando as equipes adversárias lá em cima. Como o São Paulo têm a história deles, nós do Santa Cruz também temos a nossa. Quem pensa que nós vamos segurar o jogo está muito enganado".
Vivendo no Recife (PE), a 542 km de casa, o goleiro sonha alto. "Pretendo para o meu futuro, com fé em Deus, estar entre os grandes goleiros do mundo. Esse é o meu objetivo, é isso que eu quero para a minha vida", complementa.
