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A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos com a Shein. O memorando prevê que 2 mil dos clientes confeccionistas da empresa passem a ser fornecedores da Shein para atender os mercados doméstico e da América Latina. A parceria também abrange o financiamento para capital de trabalho e contratos de exportação de produtos para o lar.

A Coteminas é de propriedade do atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva. Ontem, ele participou de uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes da empresa de e-commerce chinesa.

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No encontro, a Shein se comprometeu a nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos, com produtos feitos no Brasil. Segundo Haddad, Gomes da Silva intermediou o entendimento com a Shein. Depois, a Shein anunciou que fará investimentos de cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro para gerar até 100 mil empregos indiretos no País nos próximos três anos.

O anúncio ocorre em meio às discussões sobre sonegação de impostos nas compras em sites estrangeiros que vendem para o Brasil. Depois de divulgar que iria taxar sites asiáticos, o governo recuou com a repercussão negativa da proposta.

O PT mineiro pretende filiar ao partido o empresário Josué Christiano Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar (PRB), que morreu em março do ano passado. A filiação de Josué, presidente da Coteminas, é pretendida também pelo PMDB estadual. O filho de Alencar é visto pelas legendas como um quadro técnico para as eleições majoritárias de 2014.

Um dirigente do PT teve pelo menos três encontros com o empresário nos últimos 15 dias, nos quais o assunto foi tratado com discrição, como manda a tradição da política em Minas. Embora tenha como "candidato natural" ao Palácio Tiradentes o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a sigla petista estuda novos nomes para confrontar a hegemonia do PSDB no Estado. Josué é visto como opção para o Executivo ou para o Senado.

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"O nome do Josué tem sido lembrado no meio político. O pai dele, o José Alencar, é o único filiado honorário do PT", observou o presidente do diretório estadual petista, deputado federal Reginaldo Lopes. "Ele é um nome a ser considerado."

A doença de Alencar - que travou uma longa luta contra um câncer abdominal - aproximou nos últimos anos o filho empresário do meio político, no qual o ex-vice-presidente conquistou uma verdadeira legião de admiradores, principalmente no primeiro escalão do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-ministro Patrus Ananias e a atual presidente Dilma Rousseff costumavam tratar o ex-vice-presidente com reverência. A presidente, segundo petistas, já chegou a brincar com o presidente da Coteminas, dizendo que ele deveria articular sua candidatura ao governo estadual.

Josué não descarta uma incursão na política, mas desconversa quando é questionado sobre o assunto. "A lembrança do meu nome é uma homenagem que estão fazendo ao meu pai", disse ao Estado. "É óbvio que fico lisonjeado. A atividade pública é uma atividade nobre e muito importante."

Se quiser mesmo ingressar na política partidária, o empresário terá como desafio preparar a transição no comando da indústria têxtil fundada por seu pai em 1967. Quando decidiu se dedicar à política, em 1994, com a frustrada campanha ao governo de Minas, José Alencar delegou a Josué, o filho mais novo, a missão de tocar a empresa. O herdeiro imprimiu a marca da internacionalização e ousadia ao grupo têxtil, mas também costuma ser descrito como um centralizador no comando dos negócios.

Além do PT, o PMDB mineiro trabalha para filiar o empresário. O diretório estadual do partido insiste no discurso da candidatura própria em 2014.

O senador Clésio Andrade, que se filiou ao PMDB em março, já é considerado pré-candidato da legenda ao Palácio Tiradentes, sede do Executivo mineiro. Mas o ingresso do filho de Alencar teria um impacto forte na política local, acredita o presidente estadual da legenda, deputado federal Antônio Andrade.

"A informação que tenho é de amigos, desse desejo dele (Josué) de se filiar a um partido", disse. "Assim que eu puder quero ter uma conversa com ele. O pai gostava de dizer que o Josué era muito melhor que ele." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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