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A melhora no desempenho do varejo na passagem de abril para maio fez o volume de vendas ficar 3,9% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas operam 1,6% acima do pré-pandemia. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Há recuperação gradual, ainda desigual, de todas as atividades", apontou Cristiano Santos, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

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Os segmentos de material de construção, artigos farmacêuticos, outros artigos de uso pessoal e doméstico, supermercados e móveis e eletrodomésticos estão operando acima do patamar pré-crise sanitária. O segmento de material de construção está 21,9% acima do patamar de fevereiro de 2020; artigos farmacêuticos, 10,8% acima; outros artigos de uso pessoal e domésticos, 18,0% acima; supermercados, 3,5% acima; e móveis e eletrodomésticos, 1,6% acima.

Os veículos estão 4,6% abaixo do patamar pré-pandemia; vestuário, 3,1% abaixo; livros e papelaria, 37,1% abaixo; combustíveis, 3,4% abaixo; e equipamentos de informática, 5,4% abaixo.

A reabertura de atividades econômicas que foram fechadas em março pela segunda onda da pandemia de covid-19, comércio eletrônico e uma estratégia de promoções adotadas por alguns setores varejistas impulsionaram o desempenho do varejo em maio e abril, avaliou Cristiano Santos

As vendas subiram 1,4% em maio ante abril, após já terem avançado 5,4% no mês anterior. Para Santos, o varejo mostra uma retomada após a segunda onda de covid-19, que também teve medidas de restrições mais brandas que no início da pandemia.

"Você tem retomada das atividades em lojas físicas, e aí isso se reflete nas empresas. O impacto da segunda onda foi distinto nas diferentes regiões do País, com fechamento de estabelecimentos em momentos diferentes. O fechamento também foi mais brando, fecharam menos tempo talvez, teve muito fechamento parcial", justificou Santos.

A antecipação de compras para o Dia das Mães, segunda data mais importante para o varejo nacional (atrás apenas do Natal), também ajuda a explicar o bom desempenho de abril ante março. As vendas no comércio varejista em abril foram revistas de um avanço de 1,8% para 4,9%.

"A antecipação de compras do Dia das Mães já explicava a alta de 1,8%, agora, com a entrada do dado de maio, reforça essa tendência", explicou Santos.

Em maio ante abril, houve avanços em sete das oito atividades que integram o comércio varejista.

"A leitura é de alta. Já era no mês passado. É uma leitura de alta que amplifica, porque o mês de maio vem numa base de comparação com abril um pouco acima", ressalta o pesquisador do IBGE. "O consumo vem muito baseado em internet, muito baseado em promoção", acrescentou.

Apesar da grande expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechado de 2013, que será divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o técnico Cristiano Santos diz que o alinhamento entre o Índice de Preços ao Produtor (IPP) e o IPCA deve ser visto com reserva.

"Em uma variação do IPP, parte do indicador é inflação que vai para fora (exportados). Isso não é computado no IPCA. Por outro lado, o IPCA também computa importações, que não estão no IPP", explicou Santos. O técnico afirmou que a tendência semelhante é mais uma coincidência do que uma questão metodológica.

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Assim, ele ressaltou que os preços medidos no IPP em determinado mês não são uma influência direta para a inflação ao consumidor nos períodos seguintes. Em 2013 até novembro, o IPP acumula alta de 5,04%, enquanto o IPCA acumula elevação de 4,95%.

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