Produção de açaí o ano todo para o Estado do Pará e para o Brasil é a proposta da nova cultivar (variedade de planta cultivada) de açaizeiro (Euterpe oleracea) irrigado de terra firme da Embrapa, a BRS Pai d’Égua. O evento de lançamento do produto será nesta sexta-feira (29), às 9 horas, na sede da Embrapa, na avenida Perimetral, em Belém.
A variedade atende às principais demandas da cadeia produtiva do açaí: a produção na entressafra e frutos menores, que facilitam o processamento e rendem mais, características que agradam ao produtor e ao mercado.
##RECOMENDA##Um dos maiores diferenciais da nova variedade, segundo o agrônomo João Tomé de Farias Neto, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, é a distribuição bem equilibrada da produção anual. A BRS Pai d’Égua produz 46% no período da entressafra (de janeiro a junho) e 54% na safra (de julho a dezembro).
Outro ponto forte desse açaizeiro é a maior produtividade, chegando a 12 toneladas ao ano por hectare, enquanto o açaí manejado de várzea e o cultivado em terra firme sem irrigação produzem cerca de cinco t/ha/ano. Além de tudo isso, seus frutos menores rendem 30% mais polpa que os materiais tradicionais.
Uma cultivar é uma variedade de planta cultivada, fruto da pesquisa com melhoramento genético. O Pará produziu em 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,4 milhão de tonelada do fruto, em uma área de quase 200 mil hectares. Essa área envolve o manejo de áreas de várzea e os plantios de terra firme. Somente na economia paraense, o produto movimentou cerca de três bilhões de reais em 2018.
Para ampliar a produção dessa palmeira nativa das áreas de várzea, a pesquisa vem trabalhando há mais de 20 anos. Além do manejo de açaizais nativos, em 2005, a Embrapa lançou a primeira de cultivar de açaizeiro para terra firme do mundo, a BRS Pará, responsável por ampliar o cultivo do açaizeiro no Pará e em outros Estados brasileiros.
Muito utilizada na região Norte, especialmente no estado do Pará, a expressão “pai d’égua” refere-se a algo excelente, fantástico, muito bom. O especialista em Língua Portuguesa Roberto Fadel relata que não há registros sobre a origem etimológica dessa expressão. Sua origem cultural é a regiãodo Marajó. “Naquela região, os vaqueiros selecionavam os melhores reprodutores para gerarem éguas dóceis, mais apropriadas para o trabalho. Esses reprodutores eram os ‘pais das éguas”, conta o especialista.
Serviço
Lançamento da BRS Pai d’Égua, nova variedade de açaizeiro irrigado para terra firme.
Data: 29/11. Hora: 9h.
Local: Embrapa Amazônia Oriental (Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n, com avenida Perimetral).
Da assessoria da Embrapa.