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Os advogados de Alexandrino Alencar, diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, prestaram esclarecimentos ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que a Polícia Federal é a autoridade mais indicada para realizar diligências com imparcialidade.

Na petição, apresentada nessa sexta-feira, 17, a defesa afirma que o diretor da empreiteira esteve na sede da PF em Brasília na quinta-feira, 16, para a prestação de esclarecimentos, mas que foi surpreendido "com a notícia da suspensão do feito e cancelamento da oitiva". Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou, o depoimento de Alencar está entre as oitivas da Lava Jato que foram suspensas pelo STF esta semana, a pedido do Ministério Público.

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No documento, a defesa de Alencar também faz críticas aos acordos de delação premiada firmados por investigados da Lava Jato com o Ministério Público Federal (MPF), dizendo que o órgão, "antes mesmo de verificar a (in)veracidade de suas declarações (dos delatores), apressou-se em assinar acordos de colaboração que, num passe de mágica, evitam prisões preventivas ou as transformam em domiciliares", escreveram os advogados. Os 26 inquéritos abertos no STF envolvendo parlamentares tiveram início nos acordos de delação firmados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

A petição é assinada pelos advogados Dora Cavalcanti, Augusto Botelho e Rafael Tucherman e foi protocolada dois dias depois de Zavascki deferir o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), de adiar os depoimentos que estavam marcados para os dias 15, 16 e 17 de abril. "Cumpre ressalvar que, ao contrário dos membros do Ministério Público, as autoridades policiais não são parte no processo penal, sendo por essa razão as mais indicadas para realizar as diligências investigativas de forma neutra e imparcial", escreveram os advogados.

O posicionamento da defesa ocorre em meio a uma queda de braço entre a PGR e a PF, sobre quem deve ditar os rumos das investigações. "Com todo o respeito, os peticionários confiam que a providência requerida pela Procuradoria não implicará a submissão da autoridade policial a eventuais (e de todo inesperados) desígnios de se conduzir as diligências investigativas com finalidade diversa da obtenção da verdade", diz o texto.

A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso ao conteúdo das delações premiadas feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido foi protocolado nesta quinta-feira, 13, e encaminhado ao relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki.

Conforme publicou o jornal O Estado de S. Paulo no início de novembro, Youssef confirmou em sua delação que deu R$ 1 milhão para a campanha de 2010 da ex-ministra, que foi eleita senadora naquele ano. O valor teria sido entregue a um empresário, proprietário de um shopping em Curitiba (PR), em quatro parcelas, de acordo com o depoimento do doleiro.

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A defesa da senadora cita na peça enviada ao Supremo reportagem da revista Veja com as informações sobre a declaração de Youssef e reportagem anterior do jornal que aponta que Costa citou o ministro das Comunicações e marido de Gleisi, Paulo Bernardo, na delação. Costa disse que o ministro solicitou em 2010 "ajuda" na campanha da esposa.

A senadora contesta no STF a veracidade das afirmações de Paulo Roberto e de Youssef. A defesa de Gleisi alega que a "coincidência" do afirmado nas delações do ex-diretor e do doleiro é explicada pelo fato de os dois terem permanecido presos juntos em Curitiba, o que teria possibilitado a combinação dos argumentos a serem usados. A tese alegada no STF é de que a acusação contra Gleisi teria sido "fabricada".

A defesa nega o recebimento de colaboração financeira que não tenha constado na prestação de contas da campanha ao Senado e pede cópia dos depoimentos prestados por Costa e Youssef. O pedido foi feito antes da Polícia Federal iniciar a sétima fase da Operação Lava Jato. Na manhã desta sexta-feira (14), a PF prendeu 18 pessoas, entre elas o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e realizou busca e apreensão em sete das maiores empreiteiras do País, apontadas como braço do suposto esquema de corrupção na Petrobras.

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