Tópicos | Deontay Wilder

O britânico Tyson Fury e o americano Deontay Wilder acusaram o maior peso de suas carreiras, na noite de sexta-feira (8), para o duelo deste sábado (9) na T-Mobile Arena, em Las Vegas, nos Estados Unidos, quando estará em jogo o cinturão dos pesos pesados do Conselho Mundial de Boxe (CMB).

Com a intenção de esconder o físico fora de forma, o pugilista britânico foi de chapéu, camiseta e calça para a balança e apontou exagerados 125,6 quilos. O americano, ao contrário, está seco, mas muito forte: 107,9 quilos.

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Isso prova o que se viu durante a preparação para a luta. Deontay Wilder treinou bastante, enquanto que Tyson Fury, que teve covid-19 e por isso o combate chegou a ser adiado, não teve a preparação adequada. As apostas que davam o britânico como favorito devem sofrer alterações até o início do combate.

O duelo Tyson Fury x Deontay Wilder não é a única atração deste sábado na T-Mobile Arena. Outras sete lutas estão previstas como preliminares. Trata-se da melhor "noitada" do ano.

Quatro combates também serão pela principal categoria do boxe: Robert Helenius x Adam Kownacki, Efe Ajagba x Frank Sanchez, Jared Anderson x Vladimir Tereshkin e Viktor Vykhryst x Mike Marshall.

Os pesos penas Robeisy Ramirez e Orlando Gonzalez Ruiz prometem uma luta equilibrada, enquanto que o supermédio Edgar Berlanga é favorito diante de Marcelo Estaban Coceres pelo cinturão nacional da Organização Mundial de Boxe (OMB). Já os médios-ligeiros Julian Williams e Vladimir Hernandez buscam retomar suas carreiras.

O norte-americano Deontay Wilder, de 33 anos, manteve o título mundial dos pesos pesados, versão Conselho Mundial (CMB), no início da madrugada deste domingo, ao nocautear aos 2min17 do primeiro assalto o compatriota Dominick Breazeale, no Barclay's Center, no Brooklyn, Nova York.

O invicto Wilder soma agora 41 vitórias, com 40 nocautes, enquanto Breazeale, também de 33 anos, perdeu pela segunda vez, após 22 lutas. O campeão recebeu US$ 10 milhões (cerca de R$ 40 milhões), enquanto o desafiante ficou com US$ 2 milhões.

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A expectativa do mundo do boxe é ver ainda este ano um duelo entre Wilder e os britânicos Anthony Joshua ou Tyson Fury, com quem empatou em dezembro do ano passado. Joshua, campeão pela Associação Mundial, Federação Internacional e Organização Mundial de Boxe, luta dia 1º de junho, também em Nova York, mas no Madison Square Garden, diante do norte-americano Andy Ruiz Jr. Fury se apresenta no próximo dia 15, em Las Vegas, frente ao alemão Tom Schwarz.

A luta começou com Breazeale tendo a iniciativa da luta, enquanto Wilder se posicionou no contra-ataque. E foi desta forma que o campeão conseguiu encontrar brechas na defesa do rival para colocar firme o direto de direita, apontado pela mídia especializada como um dos mais fortes da história da nobre arte.

Logo no primeiro assalto, após uma boa troca de golpes, na qual Breazeale chegou a acertar duas vezes a cabeça do campeão, Wilder acertou seu principal golpe, que abalou o rival. "Eu o vi desacelerar um pouco. Quando eu o acertei com a mão direita na primeira vez, sua linguagem corporal mudou", disse Wilder.

Aos 2min17 de luta, Wilder conectou o direto de direita, que mandou Breazeale para a lona, onde escutou a contagem do juiz até dez, determinado o final do combate. "Tudo saiu de mim esta noite", disse Wilder. "Houve muita animosidade e muitas palavras que foram ditas, e isso acabou saindo de mim esta noite. Isso é o que torna o boxe tão bom."

Ao manter seu título pela nona vez consecutiva, Wilder empatou com Muhammad Ali (durante o seu primeiro reinado), Joe Frazier, Mike Tyson (em seu primeiro reinado) e Lennox Lewis (em seu segundo reinado) na lista dos maiores pesos pesados.

O recorde na principal categoria do boxe pertence ao lendário Joe Louis, com 25 defesas. Larry Holmes (20), Wladimir Klitschko (18 em seu segundo reinado), Vitali Klitschko (11 em seu segundo reinado), Tommy Burns (11) e Ali (10 em seu segundo reinado) são outras marcas importantes.

"Acho que o árbitro parou um pouco mais cedo a luta porque eu pude ouvi-lo dizendo sete e oito, mas isso é boxe", disse Breazeale, cuja série de três vitórias seguidas chegou ao fim. "Ele (Wilder) conseguiu acertar a golpe de direita antes de mim. Eu pensei que ia aparecer oportunidades nos rounds finais. Eu voltarei e vou para o título dos pesos pesados novamente."

Nenhum tablet, computador ou smartphone supera a emoção de ver um grande evento na telona. Por isso, a luta entre o norte-americano Deontay Wilder e o britânico Tyson Fury vai ser transmitida em 500 salas de cinema dos Estados Unidos, Canadá e México, no próximo sábado, direto de Los Angeles.

Estará em disputa o cinturão mundial dos pesos pesados do Conselho Mundial de Boxe (CMB), o mais importante do esporte, que pertence a Wilder desde janeiro de 2015, um boxeador, de 33 anos, 2,01 metros e 100 quilos. Fury, de 30 anos, mede 2,06 metros e deverá subir no ringue perto dos 120 quilos.

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Se o duelo terá transmissão para o Brasil pelo canal Fox Sports, nos Estados Unidos quem quiser ver a luta terá de pagar US$ 74,99 (R$ 287) no sistema pay-per-view ou correr ao ginásio do Staples Center, em Los Angeles, onde algumas centenas de bilhetes ainda estão à disposição, diante dos quase 20 mil colocados à venda.

O vencedor de Wilder x Fury iniciará uma campanha publicitária para encarar o britânico Anthony Joshua, dono dos títulos da Associação Mundial, Federação Internacional e Organização Mundial de Boxe. Se Fury for o vencedor, o acordo é mais simples de ser feito.

Em má fase depois que Mike Tyson, Evander Holyfield e Lennox Lewis penduraram as luvas, a principal categoria do boxe ressurgiu com a presença de Wilder, Fury e Joshua. Os três são muito populares nas redes sociais e possuidores de vários patrocinadores individuais.

Joshua, por exemplo, tem contrato com pelo menos dez marcas esportivas e suas bolsas atingem os R$ 150 milhões por luta. Um possível combate com Wilder pode render prêmio de R$ 250 milhões para cada um.

Os três principais pesos pesados do momento estão invictos. Wilder soma 40 vitórias, com 39 nocautes. Fury tem 27 triunfos, com 19 nocautes, enquanto Joshua, de 29 anos, campeão olímpico em Londres-2012, tem 22 vitórias - em 21 delas os oponentes foram à lona.

Apesar do dinheiro que os boxeadores ganham e dos números imponentes em seus cartéis, o trio de pesos pesados ainda precisa fazer muito em cima do ringue para conquistar respeito dos críticos. "Não posso falar muito deles. Ainda pouca coisa foi feita em suas carreiras", afirmou o escritor e jornalista Thomas Hauser. Lennox Lewis dá um recado. "Eles precisam se enfrentar. Um contra o outro. Só assim os fãs vão ficar motivados a apontar quem é o melhor." O primeiro capítulo será no próximo sábado, com refrigerante e pipoca.

Aclamado pelo público, o filme "O Campeão", de 1979, narra a saga do ex-campeão de boxe Billy Flynn contra a falta de dinheiro para criar seu pequeno filho T.J.. A história das telas de décadas foi para a vida real. Aos 32 anos, Deontay Wilder, campeão mundial dos pesos pesados pelo Conselho Mundial de Boxe (CMB), com 40 vitórias (39 nocautes), decidiu subir aos ringues e encarar os oponentes na nobre arte por causa da filha Naieya.

Há 13 anos, durante a gravidez da namorada Helen, Wilder soube que o feto sofria de espinha bífida (fechamento incompleto da espinha dorsal e das membranas ao redor da medula espinhal). "Eu estava no consultório e durante o exame o médico nos disse que poderíamos abortar. Eu não poderia fazer isso. De cara, resolvemos encarar o problema com todas as nossas forças", disse Wilder, que tinha apenas 19 anos na época.

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Os primeiros anos da vida de Naieya foram marcados por uma bateria de cirurgias destinadas a dar a ela capacidade de andar. Alguns dos custos foram pagos por programas e organizações de seguros. Wilder largou os estudos e buscou empregos, inclusive o de motorista de caminhão da Budweiser.

"Gostava de brigar na rua. Nunca fui derrotado. Achava que poderia ganhar dinheiro rápido no boxe, mas não sabia que era tão difícil", revelou Wilder, que iniciou no pugilismo levado por um amigo na academia do técnico Jay Deas, em Tuscaloosa, sua cidade natal, no Alabama, nos Estados Unidos. "Nos primeiros treinos, parecia o personagem Bambi aprendendo a andar. As pernas não paravam de tremer." Mas Wilder havia feito uma promessa para a pequena Naieya. "Papai vai ser campeão do mundo." Com dois anos de treino, Wilder estava na seleção olímpica e ganhou a medalha de bronze em Pequim-2008.

Com o bom retorno financeiro, o boxeador pôde dar toda a assistência necessária à filha, que deixou a cadeira de rodas. Motivado, Wilder não parou de somar vitórias, agora como profissional. Depois de 33 triunfos consecutivos, ganhou o cinturão do CMB, ao vencer Bermane Stiverne, em janeiro de 2015.

"Eu digo às pessoas que tenho duas personalidades. Fora do ringue, sou Deontay Wilder - o cara que está aqui. Dentro do ringue, sou totalmente diferente. Não me importo com o quanto machuco você. E você também vai me machucar. Mas não posso perder a luta. Tenho uma promessa e tenho de cuidar de meus filhos. Como sempre fiz", diz o boxeador, de 2,01 metros e 97 quilos.

Enquanto Naieya torce para que o pai não se machuque nos ringues, ela brinca com os irmãos Ava, Deontay Jr. e Dercon. "Nunca tratamos Naieya como uma doente. Ela sempre colocou suas roupas, carregou seu material escolar e hoje é motivo de orgulho ver que ela está tão bem", comenta Wilder.

Depois de derrotar o cubano Luis Ortiz, dia 3 deste mês, em Nova York, Wilder se prepara para um possível confronto no fim do ano com o britânico Anthony Joshua, naquela que poderá ser mais uma "Luta do Século". O papai orgulhoso está mais confiante do que nunca. "Naieya é uma bênção. Sem ela, não seria campeão no boxe."

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