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A procura dos investidores do varejo e de alta renda por fundos DI cresceu 18,7% em 2013 em relação a 2012, para R$ 92,9 bilhões, fazendo com que a participação no total investido em fundos subisse de 30,5% em 2012 para 38,4% em 2013, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A participação dos fundos de renda fixa, em contrapartida, caiu de 49,9% em 2012 para 42,2% em 2013. Para o presidente do subcomitê de varejo da Anbima, Marcos Daré, o crescimento dos fundos DI e queda da renda fixa ilustra a mudança no ambiente para os investimentos, marcado principalmente pela alta da taxa Selic.

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O estudo mostrou ainda aumento nas alocações dos clientes de alta renda, acima de R$ 8 mil a R$ 10 mil ao mês. De acordo com a Anbima, essa categoria de investidor aumentou em 8,7% seus investimentos, sendo responsável por 64% do total investido em fundos e produtos de tesouraria em 2013, com um total de R$ 341,4 bilhões. O varejo, por sua vez, teve participação de 36% no total, de R$ 190,2 bilhões, uma evolução de 0,3%.

O número de clientes de varejo alta renda aumentou 3,3% para 2,3 milhões em 2013, enquanto o de varejo cresceu 2,2% para 4,95 milhões.

Os clientes de varejo cresceram em regiões como o Norte, Nordeste e Centro-Oeste mostrando a ascensão da classe C, de acordo com Daré. No Norte, essa evolução foi de 10,9% para 148 mil; Nordeste de 10,6% para 697 mil; e Centro-Oeste de 10,2% para 422 mil. No Sudeste houve estagnação, em 4,69 milhões de clientes, e no Sul, um aumento de 4,7% para 1,276 milhão.

O estudo de varejo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) não envolve investimentos em poupança, produtos de previdência e de corretoras.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está trabalhando para fomentar o mercado de renda fixa brasileiro, segundo André Loureiro, chefe do Departamento de Investimentos do banco. "Esta é uma agenda que estamos tentando desenvolver. Temos como objetivo apoiar o fomento do mercado de renda fixa e incentivar a substituição do indexador DI por taxas compatíveis com o financiamento de longo prazo", afirmou o executivo durante o workshop Criação de Valor, promovido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

No caso das debêntures de mercado, Loureiro detalhou que o prazo deve ser maior ou igual a dois anos, sem possibilidade de resgate em prazo inferior a seis anos, e que a classificação de risco não pode ser inferior a 'BBB-' pela Área de Crédito do BNDES.

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Já sobre as debêntures de infraestrutura, o executivo disse que estes são produtos que o banco "tem mais flexibilidade na atuação". "Com este segmento, nosso objetivo é compor a carteira de títulos de renda fixa com a finalidade de criar uma base complementar de recursos para projetos de infraestrutura", comentou. No caso destes produtos, o prazo deve ser maior ou igual a quatro anos e o valor da emissão deve ser de até R$ 300 milhões, segundo Loureiro, pois uma emissão de maior valor, na visão do banco, deve ser uma oferta de ações.

O executivo detalhou que nessas ofertas os limites são de até 50% da emissão total ou 100% para emissões de até R$ 75 milhões. Neste segmento, a classificação de risco não pode ser inferior a 'BB' no caso de apoio direto à Sociedade de Propósito Específico (SPE), ou 'BBB-' no caso de apoio à holding pela Área de Crédito do BNDES.

A carteira da BNDESPar encerrou o ano de 2012 com valor estimado de mercado em R$ 89 bilhões, segundo Loureiro. Nesse período, o braço de participações do banco contava com R$ 76,3 bilhões em ações, R$ 10,3 bilhões em debêntures conversíveis e R$ 2,4 bilhões em fundos de investimento. A remuneração recebida no ano passado foi de R$ 4,9 bilhões, com rendimento de 5,5%.

A carteira contava com 175 empresas que tiveram apoio direto (sendo cerca de 40 de capital fechado) e 38 fundos investidos (cada um com cinco ou seis empresas participadas). "É um desafio grande manter o equilíbrio da carteira com companhias abertas e fechadas", comentou Loureiro.

Em relação à distribuição setorial da carteira de renda variável da BNDESPar, o executivo afirmou que 41,4% correspondem ao segmento de petróleo e gás, 19,5%, à mineração e 11%, ao setor de energia elétrica. O segmento alimentício vem em quarto, com 5,9% de participação, e o de papel e celulose vem em quinto, com fatia de 5,8%.

A BM&FBovespa informou que atingiu nesta quinta-feira, 6, no segmento BM&F, novo recorde, com 24.003 negócios, nos contratos futuros de juros (Depósitos Interfinanceiros de um dia). O recorde anterior havia sido de 21.655 negócios, registrado na véspera.

A partir de segunda-feira, 22, a Cetip - empresa que registra operações do mercado financeiro - passa a adotar um ajuste na metodologia de apuração da principal taxa de juro, o Depósito Interbancário (DI). Usado como a grande referência dos poupadores brasileiros, o DI é formado pelos empréstimos realizados diariamente entre os bancos.

A alteração que será colocada em prática pela Cetip vem após o estranhamento causado no mercado em razão do descolamento entre o DI e a taxa Selic, que remunera os títulos públicos federais, desde o fim do ano passado. As duas sempre estiveram praticamente coladas, mas desde o fim do ano passado mantêm uma distância mais elevada do que a média histórica. Na prática, essa diferença, com o DI mais baixo, prejudica os investidores e pode beneficiar os bancos, que acabam remunerando seus correntistas com uma taxa inferior.

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Como informou com exclusividade o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a Cetip usará uma nova fórmula para calcular a taxa DI nos dias em que ocorrerem menos de dez operações de empréstimos interbancários. Nessas ocasiões, será usada a correlação histórica entre o DI e a Selic. Nas demais datas, fica mantida a estrutura atual, de média das transações ponderada pelo volume.

Segundo o gerente executivo de Desenvolvimento de Produtos e Novos Negócios da Cetip, Fabio Zenaro, o objetivo da mudança é fazer uma prevenção para os momentos de baixa representatividade das operações com DI. Atualmente são realizadas perto cerca de 25 transações interbancárias por dia, um número já bem abaixo do registrado no passado.

De acordo com o executivo, não há registro de nenhuma data em que tenham ocorrido menos de dez operações diárias com o DI. Por isso, ele não acredita que o ajuste da metodologia terá impacto sobre o atual descolamento existente entre a Selic e o DI. "O descolamento é uma condição de mercado e não tem relação com o ajuste que estamos fazendo", afirmou. "Nosso objetivo é garantir a representatividade da taxa DI."

Na avaliação da Cetip, a atual diferença entre as taxas ocorre pela situação de liquidez do mercado. Essa distorção levantou dúvidas e até questionamentos sobre a possibilidade de manipulação do DI. Zenaro descartou essa hipótese ao afirmar que a Cetip tem uma área de monitoramento e que as operações são diariamente reportadas ao Banco Central (BC). Ele também negou que o ajuste na metodologia tenha sido feito por um pedido do Banco Central.

Libor

A discussão sobre manipulação de taxas interbancárias ganhou impulso com os escândalos relacionados à Libor, no ano passado. O órgão regulador do Reino Unido já multou alguns bancos ao comprovar que funcionários alteraram artificialmente a Libor, para obter vantagens.

Porém, Zenaro ressalta que a referência britânica é calculada a partir de coleta de dados feita com as instituições financeiras. No Brasil, o procedimento é diferente e está baseado nas transações interbancárias efetivamente realizadas. "Nosso papel é garantir que sejam observadas as práticas de mercado."

Na avaliação do executivo, o mercado financeiro deve caminhar para o uso de taxas de juros de prazos mais longos e se afastar da referência do DI. "O DI é herança da taxa overnight, de um período de inflação altíssima", afirmou.

A desindexação da economia vem sendo discutida nos últimos meses e faz parte da agenda do governo federal. "É uma evolução natural que se pense numa migração do mercado para taxas mais longas", disse Zenaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A BM&FBovespa informou ter atingido nesta sexta-feira, no segmento BM&F, o recorde de 19.986 negócios com contratos de Depósitos Interfinanceiros de um dia. O número de contratos para este mercado foi de 3.239.612. O recorde anterior de negócios era de 13.324 negócios, no último dia 7.

O mercado de juros teve um dia intenso, após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está em Moscou para o encontro do G-20, dizer que a taxa de juros - e não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação. Ainda de acordo com o ministro, o Banco Central deve tomar "as devidas providências" na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente".

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A fala sinalizou para o mercado que o quadro inflacionário preocupa o governo. Como resultado, as taxas futuras de juros de curto prazo dispararam, sinalizando 100% de chances de a Selic subir ainda neste primeiro semestre.

A BM&FBOVESPA registrou, no pregão desta quinta-feira, recorde histórico de número de negócios com contratos futuros de DI (DI1). Foram realizados 11.397 negócios, superando a marca de 11.271, alcançada em 02/03/2012.

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