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O presidente Michel Temer chegou ao Palácio do Planalto por volta das 9 horas desta quinta-feira (8) e, segundo fontes, está acompanhando o terceiro dia de julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da ação que pode cassar o seu mandato. Apesar disso, conforme agenda oficial atualizada, desde que chegou, Temer teve uma série de encontros com ministros.

Às 9 horas, recebeu o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o ministro do GSI, Sérgio Etchegoyen. Na sequência, o ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, também foi ao gabinete presidencial.

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Às 11 horas, de acordo com a agenda, Temer recebeu o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e às 11h30, o ministro da Educação, Mendonça Filho. Não consta da agenda, mas o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que despacha várias vezes por dia com Temer, também está no gabinete acompanhando o julgamento da ação.

Núcleo duro

Conforme mostrou o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na semana passada, para tentar dar respostas ao agravamento da crise política, Temer passou a consultar com mais frequência aliados que, antes, mesmo fazendo parte do governo, tinham menos "protagonismo". Temer tem feito, pelas manhãs, uma espécie de reunião de coordenação política com seus novos "conselheiros".

Fazem parte desse grupo os ministros Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).

Os três, juntamente com os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) - os mais próximos de Temer -, e com Vale Rocha, têm ajudado a definir as estratégias e ações do Palácio do Planalto no enfrentamento da crise política.

No momento mais tenso na sessão desta manhã do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro relator do caso, Herman Benjamin, disse que os colegas que rejeitam a apreciação de fatos novos no processo "invertem" a história da Casa. "Aqui estamos num dos julgamentos mais importantes da história do TSE para julgar caixa 1 e não caixa 2, invertendo nossa história", afirmou.

A declaração de Herman foi uma resposta ao ministro Admar Gonzaga Neto que se posicionou desfavorável à análise no julgamento de fatos contra a chapa presidencial, especialmente as delações da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato, que surgiram durante a tramitação da ação. O ministro Admar Gonzaga Neto tinha dito que não iria julgar a fase sobre denúncias de "caixa 2" da Odebrecht.

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Herman Benjamin ainda relembrou declaração do ministro Gilmar Mendes de que caixa 1 era "lavanderia", numa estratégia para mostrar que esse tipo de procedimento de contabilidade fiscal também era um fato grave. "Quando Vossa Excelência fala em caixa 1 é caixa 1 expandida, é lavagem", disse. Por fim, ironizou: "Eu suspeito que não haverá divergência quando apresentar meu voto".

Em seu posicionamento, o ministro Admar enfatizou que o tribunal deveria examinar "os financiamentos oficiais, oficiais, de empreiteiras contratadas pela Petrobras". "Meu voto, portanto, se limitará a recebimentos de doações oficiais de empresas contratadas pela Petrobras", disse. "A fase da Odebrecht se refere a caixa 2."

Em sintonia com Admar, o ministro Tarcísio Vieira disse que a ação tem que ser "instruída" com provas de abuso de poder econômico. "E aí repito, o tema circunstanciado no contraditório é o financiamento de campanha mediante doações oficiais de empresas contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas, conforme a petição inicial", afirmou. "Conforme se depreende dos autos, os depoimentos prestados por executivos e funcionários do grupo Odebrecht relatam a ocorrência dos seguintes fatos: pagamento de serviços de publicidade e compra de partidos políticos, via caixa 2, pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht", ressaltou. "E terceirização de caixa 2, que o relator está chamando de caixa 3, o caso da Cervejaria Petrópolis."

Tarcísio disse que os novos fatos não estão relacionados diretamente com os "contornos delimitados" nas ações de julgamento nem com o alegado financiamento de campanha mediante doações oficiais de empreiteiras.

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