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Com a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), muitas atividades profissionais foram forçadas a realizar mudanças na rotina. Várias dessas alterações podem ser, inclusive, permanentes. A necessidade em manter uma determinada distância, para que o risco de contágio seja minimizado, deve modificar práticas costumeiras como reuniões de negócios, congressos e outros encontros direcionados ao intercâmbio comercial.

Um dos serviços essenciais para a manutenção da vida na Terra, a medicina, também é alvo dessas modificações. Apesar de ser habitual em alguns países do mundo desde o fim da década de 1960, o método da telemedicina ainda gera algumas dúvidas em pacientes e médicos que não dispensam a consulta presencial. Entretanto, a tendência é que o modo de atendimento a distância se torne corriqueiro e não apenas o socorro em períodos pandêmicos.

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De acordo com o cirurgião cardiovascular Thiago Timerman, o procedimento, que foi regulamentado no Brasil pelo Ministério da Saúde durante a pandemia, veio para ficar. "A telemedicina vai ser dividida por especialidades e vai ajudar muito no manejo do paciente e no desafogamento dos hospitais", destaca. O médico, que é cadastrado na plataforma de prescrição médica digital Dr. Controle, ainda ressalta a importância deste método nos dias atuais. "Estamos orientando neste sentido para que sejam evitadas as aglomerações e idas desnecessárias aos Prontos-Socorros", lembra.

Mesmo com a regulamentação da Telemedicina sancionada na última quinta-feira (16) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alguns pontos da portaria que virou lei foram vetados. Entre eles, o receituário a distância. Segundo o Palácio do Planalto, o veto consiste em evitar "fácil adulteração". De acordo com Timerman, este é um desafio a ser superado pela telemedicina. "Há dificuldade por parte do médico de liberar a prescrição e da farmácia em aceitá-la", explica.

Além da eficiência no acompanhamento clínico, o médico afirma que o método visa facilitar a comunicação e reduzir o uso de papel. "O intuito é simplificar o acesso e desburocratizar as prescrições médicas, uma vez que são feitas por meios eletrônicos e assinadas de modo digital, seguindo as regras ditas em legislação", enfatiza.

Para o médico, a falta de infraestrutura pode prejudicar a utilização da telemedicina no Brasil. A população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode custar a se acostumar com este tipo de parceria entre tecnologia e medicina. "Seria necessária a instrução da população mais carente, bem como o acesso aos recursos de linha telefônica e internet", considera. Mesmo com as atuais restrições, Timerman crê que o atendimento médico por telefone pode colaborar com a ampliação dos cuidados na rede pública de saúde. "Acredito que seria uma solução importante para seu melhor funcionamento", complementa.

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