Tópicos | Edifício Emílio Santos

Os prédios-caixão que oferecem risco de desabamento estão sendo vistoriados pela Defesa Civil do Recife. A ação tem como objetivo identificar quais imóveis apresentam risco aos moradores, para que devidas providências sejam tomadas.

Depois que a lista com os nomes dos edifícios estiver completa, a relação constará no termo de cooperação que deve ser assinado entre o Governo de Pernambuco, a Caixa Econômica Federal e os municípios de Recife, Olinda, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes e Paulista, para que estudos técnicos sejam realizados nos prédios.

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Segundo informações da Defesa Civil do Recife, o Governo de Pernambuco e a Caixa Econômica Federal irão arcar com os recursos e a contratação da empresa que irá realizar os estudos. A pesquisa consiste na realização de inspeções para coleta de amostras e elaboração de projetos executivos de recuperação.

Na última reunião sobre a situação dos prédios-caixão, realizado nesta terça-feira (5), nenhuma decisão foi finalizada sobre o problema. No entanto, após a queda parcial do Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, a pressão sobre uma decisão da Justiça está cada dia mais forte.

Um novo debate sobre o assunto está marcado para a próxima terça-feira (12), às 10h. A discussão será proferida pela Vara da Justiça Federal em Pernambuco.

Números- Um levantamento do Laboratório de Tecnologia Habitacional do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) aponta que 80% dos 340 prédios-caixão identificados como de "risco muito alto de desabamento" continuam ocupados no Recife e em três municípios da Região Metropolitana (Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes). 

O coordenador do Itep, Carlos Wellington Pires, coordenou uma pesquisa entre os anos de 2007 e 2009 que vistoriou cinco mil prédios-caixão nesses quatro municípios depois da ocorrência de desabamentos em construções do tipo a partir de 1999. Doze ruíram e em dois deles, em Olinda, 12 pessoas morreram.

 

 

 

 

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O risco anunciado se concretizou. Após mais de um ano da desocupação do Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, zona sul do Recife, parte do bloco C do condomínio desabou por volta das 4h da manhã desta sexta-feira (1º). Exceto dois vigias que faziam a segurança do local, não havia moradores e ninguém ficou ferido no incidente. Ex-moradores visitaram a antiga moradia e o misto de sentimentos foi inevitável.

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“Revolta, tristeza, imobilidade. É tudo junto. O pior é ainda pagar os impostos pelo imóvel como se utilizássemos, se ainda morássemos aí. Estou morando de aluguel e só eu sei como todo fim de mês consigo pagar”, afirmou, indignada, a ex-moradora do apartamento 203, Maria Gorete Impieri. Segundo a antiga residente do Emílio Santos, há pessoas que não terminaram o financiamento e continuam a pagar as taxas da compra do apartamento.

Ex-síndico do local, Márcio Costa garantiu que as burocracias para a indenização dos condôminos não foram resolvidas pela Justiça. “A chamada tutela antecipada já foi concedida, mas ainda não há prazo para os pagamentos de fato das indenizações. A multa já passa os R$ 16 milhões contra a Sulamérica Seguradora. Tememos é a Justiça engessar o processo”, explicou Costa. Ao todo, 32 famílias foram prejudicadas pelo imóvel edificado pela extinta construtora Irmãos Nunes.

Secretário-executivo da Defesa Civil do Recife, Adalberto Freitas, disse que, devido ao problema, o objetivo agora é requerer a demolição do imóvel o mais rápido possível. “O risco já existia e por isso interditamos no ano passado. Pelo padrão construtivo deficitário ser o mesmo em todo o condomínio, há o risco de novos desabamentos”, disse o secretário. Segundo a Defesa Civil, não há assistência direta aos moradores, como a provisão de moradias momentâneas, já que os envolvidos não pediram este tipo de auxílio. Todos moradores estão em casas de parentes ou morando de aluguel, desde a desocupação.

“Parecia a guerra de Israel”

Se a falta de vítimas trouxe mínimo alívio para os ex-moradores e vizinhos do Emílio Santos, o susto causado pelo desabamento parcial vai demorar a ser esquecido por quem presenciou o fato. Morador de uma comunidade vizinha ao edifício, o bombeiro civil João Manoel Cardoso disse que estava acordado na hora do incidente e o barulho foi incrível.

“Foi um estrondo só. Parecia a guerra de Israel, uma bomba mesmo, porque o chão chegou a tremer. Pela minha experiência, vejo que o material utilizado não é bom. E do jeito que ficou, se tiver uma chuva com vendaval mais forte, este prédio desaba todo”, asseverou João Manoel.

Localizado na Avenida Hélio Falcão, o prédio foi construído em 1990 e é dividido em três blocos: A, B e C. Foi interditado em maio de 2013, após fissuras aparecem em alguns apartamentos deste mesmo bloco C. A área foi isolada, mas o processo de demolição segue na 12ª Vara. De acordo com a ex-moradora Auxiliadora Marins, a boa localização do imóvel resultava em alugueis com mensalidades de aproximadamente R$ 1.500.

Por volta das 4h da manhã desta sexta-feira (1°), parte lateral do Edifício Emílio Santos, na Avenida Hélio Falcão, em Boa Viagem, desabou. Na hora do acidente, não havia ninguém no imóvel, já que, desde maio do ano passado, os prédios do condomínio estão desocupados por problemas estruturais.

*Com informações de Alexandre Cunha

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Diante dos riscos apresentados no Condomínio Emílio Santos, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, os moradores deixam seus imóveis juntamente com as lembranças e a incerteza do futuro.

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A moradora Maria Gorete é proprietária de um imóvel no bloco B do prédio, e nesta sexta-feira (31) teve que deixar sua residência, onde morou com seu filho durante dois anos. “Me sinto completamente impotente diante da situação. Meu apartamento apresenta rachaduras no piso e no teto, além de infiltrações no banheiro”, lamentou.

O motivo dos problemas apresentados no edifício, segundo os moradores, é por conta de irregularidades no início da obra. “Estou revoltado com esta situação. A obra foi feita de forma fraudulenta e os órgãos públicos não disseram nada, cada morador que se vire. Vou me mudar para uma casa em Olinda, cedida por familiares e começar de novo. Minha filha e eu vamos nos deslocar até o Recife todos os dias enfrentando o trânsito complicado. Enfim, vamos ”, destacou o morador.

O edifício possui 32 apartamentos e boa parte dos moradores já desapropriaram os imóveis. A Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon) estipulou um prazo para que até esta sexta (31) todos os condôminos saíssem do prédio. Apesar disso, alguns moradores resistem à determinação da Secon. Abordados pela reportagem, eles  preferiram não ser entrevistados.

Secon- A Secretaria-Executiva de Controle Urbano (Secon) informou, por meio de sua assessoria, que na próxima segunda-feira (3), o órgão vai até o Edifício Emílio Santos para verificar se ainda existe alguma família morando no condomínio. Caso seja constatada a presença dos moradores, a Secon vai entrar com uma ação judicial na Procuradoria Municipal solicitando a desocupação do edifício ou, no caso de algum morador não ter outro local para se mudar, a Secon vai entrar em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos para encontrar um local adequado para a família.

 

 

 

Após a ordem de desocupação dos 32 apartamentos do edifício Emílio Santos, situado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, por causa do risco de desabamento, alguns moradores ainda permanecem nos blocos. A Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secom) compareceu ao local, na tarde desta terça-feira (21), para notificar os moradores que resistem à saída. 

“Por causa da permanência deles, a regional vai fazer o processo administrativo para encaminhar a Secretaria e Procuradoria do Município pedindo a desocupação desses imóveis”, explicou a Chefe da 6ª Gerencia regional da Secom, Luciana Amorim. Segundo ela, desde 2008 já havia um laudo que foi entregue apontando um risco no local, pedindo a recuperação desses prédios. 

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“As reformas que os moradores fizeram por conta própria só serviram como paliativos. É muito mais fácil mascarar a situação do que de fato encarar uma recuperação”, enfatizou Luciana Amorim.  Na última quinta-feira (16), a primeira recomendação foi feita depois de uma vistoria que determinou a desocupação do bloco C do edifício que apresenta grandes rachaduras internas e externas. Já os moradores dos outros dois blocos tiveram 15 dias para sair.

A aposentada e moradora do bloco B, Maria Garoto Sampaio, de 58 anos, desmente a afirmação do síndico que relatou que os moradores não estavam querendo sair do local. “Ninguém resistiu, isso é balela dele. A nossa demora, tanto minha quanto as dos outros moradores é porque fomos pegos de surpresa e tivemos pouco tempo para encontrar outro lugar para morar”, explicou. 

 

Dona Maria ainda está procurando um imóvel e pretende sair de do edifico o mais rápido possível. “Eu não vou duvidar o que os agentes estão dizendo, até porque eles não vão dizer algo que não está acontecendo, só que é muito difícil ver um imóvel que é seu e assumir a perda”, desabafou.  Os moradores dos prédios-caixão ainda têm 10 dias para desocupar as suas casas. 

A Secretaria-Executiva de Defesa Civil do Recife vistoriou nesta quinta-feira (16) o Edifício Emílio Santos, localizado na Avenida Hélio Falcão, em Boa Viagem, que foi desocupado na noite desta quarta-feira (15), por risco de desabar.

Após verificar problemas estruturais no prédio do tipo caixão, que apareceram há cinco dias no bloco C, os analistas da Defesa Civil orientaram os moradores a desocuparem os três blocos do edifício de forma preventiva.

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Veja a nota na íntegra:  

A Defesa Civil também levou em conta o histórico do prédio, que consta com uma vistoria laboratorial realizada pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), em 2008, mostrando o grau de risco do edifício classificado como alto. As informações técnicas levantadas durante a vistoria de hoje darão subsídio ao laudo, que, após concluído, será disponibilizado aos moradores para que atendam as recomendações para a recuperação do imóvel.

A Secretaria-Executiva de Controle Urbano (Secon) acompanhou a vistoria da Defesa Civil e notificou os três blocos do Edifício Emílio Santos, além dos moradores que estavam no local. A partir desta tarde, a Secon vai disponibilizar dois caminhões para que os moradores possam fazer a mudança para casa de parentes”.

 

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