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Após pressão da Uefa e até do primeiro-ministro da Bulgária, o presidente da Federação de Futebol da Bulgária, Borislav Mihailov, anunciou nesta terça-feira sua renúncia ao cargo. Ele deixou a função em razão dos episódios de racismo ocorridos durante o jogo da sua seleção com a Inglaterra, na segunda, pelas Eliminatórias da Eurocopa-2020.

Mihailov estava sob pressão política desde o início do dia, quando o primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borissov, repreendeu seus compatriotas e até pediu a demissão de Mihailov. Ao mesmo tempo, o político avisou que o governo romperia relações com a Federação de Futebol da Bulgária enquanto Mihailov fosse o presidente.

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"É inaceitável que a Bulgária, um dos países mais tolerantes do mundo, onde pessoas de diferentes etnias vivem em paz, esteja associada a racismo e xenofobia", declarou o primeiro-ministro.

O dirigente búlgaro também ouviu críticas do presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), Greg Clarke, que pediu punição exemplar à entidade búlgara, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Os episódios racistas aconteceram durante a goleada de 6 a 0 da Inglaterra sobre a Bulgária, na cidade de Sofia, pela fase de grupos das Eliminatórias da Euro. O jogo foi interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

Pouco depois do anúncio da renúncia de Mihailov, uma força especial da polícia local fez uma visita à sede da entidade responsável por gerir o futebol búlgaro. As entidades não revelaram os motivos da visita. "Sua posição é uma consequência da recente tensão, um ambiente que é prejudicial para o futebol búlgaro", disse a entidade, ao justificar a renúncia do presidente.

Ainda na segunda, o porta-voz da federação disse que a entidade não tinha relação com os episódios racistas em Sofia. "A autoridade do nosso futebol não pode ser responsabilizada pelos atos de hooliganismo. Esse é o momento em que as autoridades do estado agem. Em muitos países, como o da seleção que enfrentamos, o estado tomou sérias medidas para se livrar da violência da torcida. Tudo o que podemos fazer é condenar, mas não temos a jurisdição para investigar estes torcedores", disse Hristo Zapryanov.

Mihailov dirigia a federação há 14 anos. Antes disso, foi goleiro profissional e defendeu a seleção búlgara na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. A equipe surpreendera naquela edição do Mundial, avançando até a fase de semifinal. Ficou em quarto lugar, na melhor campanha da história da Bulgária.

Um dia após seguidos abusos raciais em jogo das Eliminatórias da Eurocopa-2020, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, pregou uma "guerra aos racistas" e disse que as demonstrações de preconceito são uma "doença" no futebol. Eles fez as declarações em comunicado enviado à agência de notícias Associated Press (AP).

"Acredite em mim, a Uefa está comprometida a fazer tudo que puder para eliminar esta doença do futebol", declarou Ceferin à AP. "Não podemos aceitar isso. Devemos sempre nos esforçar para fortalecer nossa determinação. De forma mais ampla, a família do futebol - dos dirigentes aos jogadores, treinadores e torcedores - precisam trabalhar com os governos e as ONGs para liderarmos uma guerra contra os racistas e marginalizarmos suas visões abomináveis na sociedade."

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Os episódios racistas aconteceram durante a goleada de 6 a 0 da Inglaterra sobre a Bulgária, na cidade de Sofia, capital búlgara, nesta segunda-feira, pela fase de grupos das Eliminatórias da Euro. O jogo foi interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

Ao fim da partida, o presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), Greg Clarke, pediu uma punição exemplar à Federação de Futebol da Bulgária principalmente por conta dos cânticos que tinham por objetivo ofender jogadores negros como Raheem Sterling e Tyrone Mings, da seleção inglesa.

Nesta terça, as reprovações aos atos racistas dos torcedores búlgaros aumentaram, vindo até de líderes políticos, como o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Boyko Borissov, que ocupa o mesmo cargo na Bulgária, repreendeu seus compatriotas e até pediu a demissão de Borislav Mihailov, atual presidente da Federação de Futebol da Bulgária e ex-jogador.

"É inaceitável que a Bulgária, um dos países mais tolerantes do mundo, onde pessoas de diferentes etnias vivem em paz, esteja associada a racismo e xenofobia", disse o líder político, que rompeu relações com a federação de futebol do seu país enquanto Mihailov estiver no comando da entidade.

Para o presidente da Uefa, que deve aplicar punição severa aos búlgaros, o problema do racismo vai além das fronteiras do futebol. "As federações de futebol não vão conseguir resolver sozinhas este problema. Os governos precisam fazer mais neste área. Somente trabalhando juntos, em nome da decência e da honra, vamos conseguir fazer algum progresso", declarou Ceferin.

"O crescimento do nacionalismo no continente vem dando combustível para este comportamento inaceitável e alguns pensam que a arquibancada de um estádio de futebol é o lugar certo para dar voz a suas visões de mundo assustadoras", afirmou o presidente da Uefa.

A investigação do caso pela Uefa será feita em parceria com a Fare network, ONG que combate o racismo no futebol. "Acreditamos que os eventos que ocorreram em Sofia devem resultar na eliminação da Bulgária na Euro-2020. A escala dos problemas é evidente, a falha da federação búlgara em criar medidas que possam prevenir episódios como esse e a negação contínua do problema por parte de suas lideranças mostra que o futebol do país não merece estar competindo na elite da Europa", declarou Piara Powar, diretor da entidade, à AP.

A Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) pediu à Uefa uma ação "muito rigorosa" após o jogo da sua seleção nacional contra a Bulgária, realizado nesta segunda-feira em Sofia, ser interrompidO duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

A vitória por 6 a 0 da Inglaterra foi interrompida aos 28 minutos e novamente aos 43, mas os jogadores da equipe optaram por não sair do campo e o jogo foi rapidamente retomado após as duas pausas.

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Torcedores da Bulgária foram vistos imitando sons de macaco para atletas da Inglaterra, fazendo saudações nazistas e segurando camisas com o logotipo da Uefa com a inscrição "Sem respeito", uma referência à campanha "Respeito" do órgão gestor do futebol europeu, destinada a conter o racismo no esporte.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

"Gostaria de ver uma revisão muito rigorosa da Uefa, porque sei que eles levam o racismo muito a sério", disse Greg Clarke, presidente da FA. "Deveríamos participar de um movimento para expulsar o racismo do nosso jogo e ter tolerância zero com isto."

A FA também divulgou um comunicado dizendo que os jogadores da Inglaterra "foram submetidos a ódio racista abominável", voltado principalmente para jogadores negros como Raheem Sterling e Tyrone Mings.

"Como estamos tristemente conscientes, esta não é a primeira vez que nossos jogadores estão sujeitos a esse nível de abuso e não há lugar para esse tipo de comportamento na sociedade e muito menos no futebol. Vamos pedir à Uefa para investigar com urgência", afirmou a FA.

Mings perguntou inicialmente a um dos árbitros assistentes se ele ouvira os cânticos, enquanto o técnico da Inglaterra, Gareth Southgate, discutiu com o quarto árbitro antes de o jogo ser interrompido pela primeira vez.

"Foi muito claro para ouvir em campo, mas demos uma ótima resposta, mostramos uma boa união e, finalmente, deixamos o futebol falar", disse Mings. "Tomamos uma decisão no intervalo de jogar, o que pensávamos ser a decisão certa e se algo mais tivesse acontecido, teríamos tomado as medidas apropriadas".

O capitão da Bulgária, Ivelin Popov, teve uma discussão acalorada com torcedores da sua seleção, pedindo para que parassem com os cânticos, enquanto o resto dos jogadores ia para os vestiários no intervalo.

O segundo tempo do duelo transcorreu sem interrupções. No triunfo inglês, Ross Barkley e Sterling marcaram duas vezes cada. Rashford e Kane completaram o placar dilatado.

O Estádio Vasil Levski, em Sofia, já estava sujeito a um fechamento parcial para a partida após a Bulgária ter sido sancionada por cânticos racistas durante as partidas das Eliminatórias para a Eurocopa contra o Kosovo e a República Checa.

"Fizemos duas declarações ao vencer o jogo, mas também aumentamos o conscientização de todos sobre a situação", disse Southgate. "O jogo foi paralisado duas vezes. Sabemos que para algumas pessoas que não é suficiente", concluiu o treinador inglês.

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