A executiva nacional do Partido dos Trabalhadores e seus 20 membros participam de um encontro nesta quinta-feira (1°), na sede da legenda em São Paulo, com a intenção de avaliar o resultado das eleições e a nova conjuntura política do país. Na reunião estarão em pauta as vitórias, derrotas e os efeitos do julgamento do mensalão no desempenho do partido.

Cidades comandadas pelo PT como Recife (PE) - que completará 12 anos - e Fortaleza (CE), com oito, serão temas específicos de análise pelos membros da executiva, pois a legenda sofreu uma derrota histórica nessas capitais perdendo a hegemonia do poder municipal para o PSB. Depois da reunião, a executiva deve elaborar e divulgar um documento oficial com a análise sobre as eleições municipais em todo o Brasil.

Segundo o secretário geral do PT, Eloi Pietá, o partido cresceu em todo o território nacional obtendo o maior número de votos e o comando da principal cidade brasileira, São Paulo.  Ele também afirmou que a reunião ajudará a construir uma opinião formal e montar um mapa estratégico das forças políticas aliadas e de oposição.

O secretário-geral do PT, Elói Pietá, afirma que pode haver uma “nova forma de escolha do candidato a prefeito do Recife” pelo Partido.  De acordo com o secretário-geral da legenda, “serão avaliados vários fatores” durante uma reunião da executiva nacional, que acontecerá em São Paulo para ser tomada a decisão final.

Entre as possibilidades aventadas por Pietá, em entrevista a uma rádio local, estão a anulação do resultado da votação ou a sua manutenção e ainda a de que um terceiro nome pode ser posto na disputa das eleições majoritárias de outubro.

No entanto, Pietá se esquivou em comentar a novidade que circula nos bastidores da política, cogitando o nome do senador Humberto Costa para disputar as eleições municipais e assim, resolver o impasse interno da sigla que comanda a capital pernambucana há quase 12 anos.

O secretário-geral disse que relatou as impressões que teve sobre as prévias do Recife no dia da votação, realizada no último domingo (20) ao presidente nacional do PT, Rui Falcão. “Relatei tudo o que presenciei a Rui Falcão. Disse que encontrei um clima bastante tenso, dos dois lados, uma disputa ferrenha”, anotou.

Pietá, ainda, disse que ficou “contrariado” de ter que aplicar a decisão do Judiciário nas prévias do PT. “Não conseguimos aplicar a decisão tomada coletivamente pelo partido e sim aplicar o que foi determinado pelo Judiciário”, comentou frisando que chegou a sentir saudade das prévias que participou em 2004, cujo clima, segundo ele não era tão “tenso”.

O secretário geral do PT nacional, Elói Pietá, veio para Recife conversar com a executiva municipal e tentar resolver os problemas do partido. Após a reunião com o prefeito João da Costa e o secretário estadual de governo, Maurício Rands, ele participou de uma coletiva de imprensa e declarou que não haverá intervenção nacional. “Quem irá escolher o candidato oficial do partido são os filiados, nas prévias do dia 20. A executiva estadual e o diretório municipal tem conduzido bem a disputa interna. Respeitamos as decisões locais. Mas é preciso manter uma relação de companheirismo e respeito mútuo quando há divergências”, comentou.

Eloi também aproveitou para explicar que as prévias são bastante acirradas, “existe uma comissão de acompanhamento e a comitiva nacional recomenda que as escolhas sejam feitas por delegados do partido, mas quando isso não é possível se faz necessário as eleições internas.  Nesse clima de disputa, os dois pré candidatos tem pleno direito de expor suas ideias e defendê-las restando aos filiados escolher o melhor.”

Sobre a divisão interna do PT e as acusações trocadas pelos militantes nas redes sociais, Elói afirmou que esse formato é um processo de escolha internacionalmente reconhecida e constitui um grande risco que o partido está correndo. “Especificamente aqui há algo especial, que é o fato do prefeito estar no exercício de seu mandato e pretender legitimamente a reeleição. Isso é uma característica especial que torna a prévia algo diferente. Mas é uma disputa legítima e estatutária. ”defendeu.

Assuntado sobre as possíveis demissões e retaliações feita por João da Costa, o secretário geral declarou que houve um afastamento voluntário de dirigentes das secretarias. “As mudanças segundo o que o prefeito me explicou, foram decorrentes das escolhas feitas pelos companheiros. Então buscamos um entendimento comum e ficamos de voltar a conversar sobre esse assunto. A nossa função é estabelecer um diálogo para esclarecer essa situação e evitar que vá além das coisas normais partidárias”, declarou Elói.