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O combate à pandemia do novo coronavírus virou destino de recursos de multas trabalhistas e concorrenciais aplicadas às empresas. Quase R$ 200 milhões em punições já foram revertidos em ações para ajudar no enfrentamento da covid-19. A crise econômica, no entanto, afeta a capacidade de mais companhias quitarem essas punições e muitas têm renegociado o pagamento de multas.

Apenas o Ministério Público do Trabalho (MPT) já destinou R$ 172 milhões em recursos de multas trabalhistas para a compra de material médico e hospitalar. A expectativa do procurador- geral do MPT, Alberto Balazeiro, é superar a marca de R$ 1 bilhão até o fim da pandemia.

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Em vez de depositarem o dinheiro das multas, as empresas se comprometem a entregar o mesmo valor em equipamentos de proteção para equipes médicas (os chamados EPIs), respiradores, ventiladores pulmonares e kits de testagem. Os recursos também financiam pesquisas sobre o vírus e há planos para que o dinheiro seja usado para adaptações em indústrias de outros setores visando a produção de mais equipamentos hospitalares durante a crise.

"Existe hoje uma escassez de máscaras, luvas e outros itens de proteção. Nesse cenário, as empresas têm mais facilidade em localizar e negociar EPIs no mercado. As companhias conseguem parcelar pagamentos com fornecedores, têm capacidade até mesmo para buscar as mercadorias fora do País. Enquanto isso, muitas prefeituras não têm nem mesmo a estrutura contábil para realizar essas compras. Com isso, também eliminamos a necessidade de intermediários", afirma o chefe do MPT.

A retração da atividade econômica, no entanto, é um fator que limita a destinação de recursos dessas punições. Com a recessão no horizonte, companhias menores não têm a capacidade financeira para pagar multas agora. "O MPT também tem essa preocupação em não onerar demais as empresas e colocar empregos em risco. Estamos organizando semanas de conciliação para chegarmos aos maiores valores sem colocar em risco a empregabilidade."

Cade. As companhias também estão procurando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para negociarem mais tempo para o pagamento de multas acordadas em Termos de Compromisso de Cessação (TCCs). O Cade já recebeu cinco pedidos de adiamento de prazo para pagamento de empresas, acatou um e vai analisar caso a caso. "O Cade entende as dificuldades pelas quais as empresas estão passando, mas não vai tolerar abuso nem oportunismo de quem tenta se aproveitar da crise", afirma o superintendente-geral do Cade, Alexandre Cordeiro.

Ele diz que o conselho suspendeu prazos para as empresas apresentarem informações e documentos em investigações já abertas por conta da pandemia. Ele acredita que novas decisões poderão ser flexibilizadas pelos impactos do coronavírus, como prazos maiores para pagamentos de multas, mas que isso também será visto a cada julgamento. "Ainda não sabemos exatamente o impacto dessa pandemia. Algumas empresas terão problemas sérios, outras não. Precisamos analisar qual o efeito que isso vai ter."

As multas aplicadas pelo Cade vão para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, que também recebe dinheiro de multas aplicadas por outros órgãos. O fundo já destinou mais de R$ 18,6 milhões para a locação de leitos de UTI.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com promessas de mais equipamentos, enfermeiros em um centro de tratamento na Libéria têm de usar pedaços de jalecos para cobrir seus rostos a fim de se protegerem do ebola, informou uma enfermeira nesta quinta-feira (4).

O surto de ebola na África Ocidental matou 1.900 pessoas e autoridades alertaram que o tempo para controlar a situação está correndo. Na Nigéria, onde previamente os casos estavam relativamente contidos, há uma corrida para localizar pessoas que podem ter sido expostas à doença nas últimas semanas.

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O maior obstáculo para conter o surto é a grande carência de equipamentos de proteção para agentes de saúde, em alto risco de contaminação devido a seu contato próximo com doentes. Profissionais de saúde representam cerca de 10% das mortes até o momento. A maior parte dos equipamentos precisa ser destruída após o uso, de modo que as enfermarias precisam ser abastecidas constantemente.

Uma enfermeira no hospital de Monróvia, capital da Libéria, disse que ela e seus colegas precisam constantemente cortar os próprios uniformes e colocá-los na cabeça. Sem material para protegê-los, seus olhos queimam devido ao cloro, usado para desinfetar a enfermaria.

A enfermeira liberiana disse que o medo de ser infectado é diário. "Quando você passa por isso e volta para casa, você deita na cama e se pergunta: ainda estou segura? Ou eu contraí a doença?", relatou.

A Libéria foi fortemente atingida pelo atual surto, com o maior número de mortes. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que coordena diversos centros de tratamento de ebola, disse na última semana que sua clínica em Monróvia está lotada de pacientes e que os médicos não têm mais capacidade de aplicar tratamentos intravenosos.

Organizações internacionais pediram que mais equipamentos sejam entregues, argumentando que é difícil convencer mais profissionais de saúde a trabalharem no surto sem prometer que eles serão protegidos. Fonte: Associated Press.

O Senado doou nesta quinta-feira, 9, cerca de 300 equipamentos que eram utilizados no serviço médico da Casa para o governo do Distrito Federal. Os materiais fazem parte da estrutura do ambulatório, desativado há cerca de 50 dias, como parte das medidas de contenção de gastos implementadas pelo presidente Renan Calheiros em sua gestão.

Esse é mais um capítulo do convênio entre o Senado e o GDF. Há dois meses, Calheiros cedeu médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem concursados para atuar nos hospitais locais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os bens doados pelo Senado incluem aparelhos desfibriladores, eletrocardiográficos, de raios X, odontológicos e de ultra-som para fisioterapia, macas, cadeiras de rodas e balança eletrônica.

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Segundo Renan, o fato de ceder médicos eliminou redundâncias existentes na Casa e a doação é uma extensão disso. "Todos os servidores do Senado têm plano de saúde. O atendimento médico e hospitalar não era coberto pelo plano, mas pelo próprio Senado. Era caracterizada uma dupla despesa que foi eliminada", destacou, após a cerimônia de entrega dos materiais doados.

O governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), disse que os equipamentos serão usados em áreas carentes e vão melhorar o atendimento nos hospitais da cidade. "Equipamentos que estavam sendo utilizados por um público restrito serão utilizados por nossa população que mais precisa dessa estrutura maravilhosa e excelente, que vai melhorar muito a qualidade da nossa assistência."

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