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Os mandatários de Guiana e Venezuela já definiram que a próxima reunião sobre o impasse relacionado a Essequibo será no Brasil em um prazo de até três meses. O encontro entre Nicolás Maduro e Irfaan Ali em São Vicente e Granadinas contribuiu para que os países reduzissem as tensões. A próxima reunião agendada para ocorrer em território brasileiro deve acontecer para "considerar qualquer assunto com implicações para a região em disputa".

Georgetown e Caracas se comprometeram a "não utilizar a força em nenhuma circunstância", mesmo que ainda exista uma divergência sobre a região de Essequibo. Também "concordaram que qualquer controvérsia entre os dois Estados será resolvida de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra", acrescentou o documento.

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Os políticos encerraram a reunião com um aperto de mãos após cerca de duas horas de discussão em São Vicente e Granadinas, promovida pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) e pela Comunidade do Caribe (Caricom), com o apoio do Brasil.

Histórico

As tensões entre os dois países ficaram mais altas desde que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que faria um plebiscito para a anexação da região de Essequibo, que pertence ao país vizinho. No dia 3 de dezembro os venezuelanos aprovaram a anexação do território de quase 160 mil quilômetros quadrados com 95% dos votos, apesar do baixo quórum no dia da votação. Segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, 10,5 milhões de pessoas compareceram de uma população eleitoral de 20,7 milhões.

Maduro seguiu com os procedimentos legais para dar um verniz oficial a sua posição. No dia 5 de dezembro o ditador enviou um projeto de lei para a Assembleia Nacional para aprovar uma lei que cria o Estado de Guiana Essequiba. Maduro também nomeou um interventor e ordenou que a estatal venezuelana de petróleo PDVSA distribua licenças para exploração de petróleo na região do Essequibo, que é rica em recursos naturais e corresponde a 70% do território da Guiana.

Além de ter enviado uma carta ao Conselho de Segurança da ONU, a Guiana também já havia enviado ofícios antes do plebiscito venezuelano para a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, na Holanda. O tribunal determinou no dia 2 de dezembro que a Venezuela deve evitar qualquer iniciativa que comprometa o status quo com a Guiana.

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, apontou que tem buscado os aliados para assegurar a defesa da região no "pior cenário possível", referindo-se a um conflito armado entre ambos países. Na semana passada, forças da Guiana realizaram exercícios militares com o Exército americano.

Disputa

Após declarar independência da Espanha, em 1811, a Venezuela avançou em direção ao rio. Acontece que, três anos depois, o Reino Unido assumiu o controle do que hoje é Guiana, em um acordo com a Holanda. A definição das fronteiras ficou em aberto e a coroa Britânica abocanhou o território em disputa.

Nas décadas seguintes, a Venezuela passou a disputar a fronteira e recorreu à ajuda dos Estados Unidos, algo que hoje seria impensável. A saída diplomática veio em 1899, quando foi convocado um tribunal composto por dois americanos (indicados pela Venezuela), dois britânicos e um russo para o desempate. Ficou decidido que o território pertencia a então Guiana inglesa.

Cinco décadas mais tarde, a Venezuela voltou a contestar o território alegando que o juiz russo fez parte de um complô com os britânicos. A discussão se arrastou até 1966, quando um acordo firmado em Genebra, meses antes da independência da Guiana, abriu o caminho para uma solução negociada, mas nunca houve consenso.

Em público, Maduro tem dito que quer resolver o conflito pela via diplomática, especificamente através dos termos estabelecidos no Acordo de Genebra de 1966.

Petróleo

O petróleo também é importante para entender o impasse pela região de Essequibo. A descoberta de petróleo bruto na Guiana em 2015 pela empresa americana do setor petrolífero ExxonMobil transformou a economia da Guiana. A ex-colônia britânica possui cerca de 11 bilhões de barris de reservas provadas de petróleo bruto, ou cerca de 0,6% do total mundial. A produção começou três anos atrás e agora está aumentando o ritmo.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o país cresceu 62% no ano passado e deverá somar mais 37% este ano. Essa é a taxa de crescimento mais rápida em qualquer lugar do mundo.

A situação do país vizinho é bem diferente, com o sucateamento da empresa estatal venezuelana de petróleo PDVSA, devido a diversos casos de corrupção e mau gerenciamento. A capacidade de produção de petróleo da Venezuela caiu de 3.4 milhões de barris para apenas 700,000 por dia.

A reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, terminou nesta quinta-feira, 14, com um aperto de mãos, mas sem acordo sobre a disputa pela região do Essequibo. Em Caracas, a Assembleia Nacional venezuelana decidiu adiar a aprovação da lei de anexação do território para esperar o resultado das negociações que estão sendo realizadas no arquipélago de São Vicente e Granadinas, no Caribe.

Após a reunião, Ali afirmou que seu governo tem todo o direito de explorar recursos em seu espaço soberano. "A Guiana não é o agressor, não procura a guerra. A Guiana reserva-se o direito de trabalhar com os nossos aliados para assegurar a defesa do nosso país", disse o presidente guianense.

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De acordo com o relato do regime chavista, os dois lados expressaram disposição para manter o diálogo. Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais do governo brasileiro, participou do encontro como mediador.

A disputa pelo Essequibo tem mais de 200 anos, mas se intensificou a partir de 2015, após a descoberta de petróleo no território de 160 mil km². Neste mês, Maduro promoveu um plebiscito que aprovou a anexação da região. A Guiana considera o avanço de Caracas uma ameaça a sua soberania e afirma que as fronteiras do país não estão em discussão.

Suspensão

Os parlamentares venezuelanos, em sua maioria governistas, realizaram duas sessões, entre quarta-feira e ontem, sem fazer qualquer menção à chamada Lei de Defesa da Guiana Essequiba, que formaliza a criação de um novo Estado na área que corresponde a 75% do território da Guiana. No fim da sessão, o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, convocou um novo debate para terça-feira.

Com essa lei, o governo da Venezuela pretende estabelecer políticas provisórias até que consiga realizar eleições no território reivindicado ou que se chegue ao que Maduro chama de "solução prática e mutuamente aceitável" com a Guiana. Segundo Amorim, o próximo encontro entre Maduro e Ali pode ser realizado no Brasil, em 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, garantiu, nesta terça-feira (12), que a reunião com o venezuelano, Nicolás Maduro, tem como objetivo diminuir a tensão entre os dois países, mas não negociar a soberania do Essequibo. Ali e Maduro se encontrarão na quinta-feira (13), em São Vicente e Granadinas, em uma reunião organizada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Tenho um mandato da Assembleia Nacional da Guiana, que é unânime em sua decisão de que a fronteira terrestre não é uma questão para discussões bilaterais e a resolução do assunto está nas mãos da Corte Internacional de Justiça (CIJ)", disse Ali em carta enviada ao primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves. Na mensagem, ele prometeu respeitar a decisão da CIJ.

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Em entrevista à BBC, o presidente guianense disse também que mantém contato com uma série de aliados, incluindo Reino Unido, França e Brasil, e afirmou que todas as possibilidades de defesa estão sendo consideradas.

"Faremos tudo o que for necessário para garantir a soberania e a integridade territorial da Guiana", disse. "Custe o que custar, para proteger a segurança, a integridade territorial e a soberania da Guiana, nós o faremos."

Em meio à crise, o governo da Guiana ameaçou permitir que os EUA instalassem uma base permanente na América do Sul, logo após a Venezuela realizar o referendo sobre a anexação do território.

A instalação de uma base americana bate de frente com os interesses do regime chavista na região, que já sofre com uma série de sanções impostas pelos EUA.

Maduro criticou o envolvimento americano na disputa e questiona a competência da CIJ para resolver no caso. "Desejo que, neste encontro de alto nível, possamos abordar as principais ameaças à paz e à estabilidade dos nossos países, entre elas o envolvimento do Comando Sul dos EUA, que iniciou operações no território em controvérsia", afirmou o chavista.

"A presença dos EUA é contrária à nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz, livre de conflitos, sem interferência de interesses alheios".

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta segunda-feira, 11, que as Forças Armadas não vão permitir "em hipótese nenhuma" que o exército venezuelano entre em território brasileiro para invadir a Guiana. Segundo Múcio, uma outra hipótese avaliada pela Defesa seria a de uma invasão marítima, mas que é dificultada pela geografia da região da Guiana Essequiba, que é composta por florestas densas.

Segundo ministro da Defesa, única forma da Venezuela invadir a Guiana é passando pelo Brasil, e isso não será permitido pelas Forças Armadas

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Segundo ministro da Defesa, única forma da Venezuela invadir a Guiana é passando pelo Brasil, e isso não será permitido pelas Forças Armadas Foto: WILTON JUNIOR

"Eles só chegarão pela Guiana se passassem pelo território brasileiro, e nós não vamos permitir em hipótese nenhuma", afirmou o ministro da Defesa.

A intenção do governo brasileiro de impedir o uso do território brasileiro como local de passagem para um eventual tentativa da Venezuela de invadir a Guiana cria uma dificuldade logística para as tropas de Maduro por conta das características da região.

Múcio afirmou, no entanto, que o Brasil não irá se envolver em um eventual conflito. O ministro admitiu que as Forças Armadas brasileiras vão reforçar seu efetivo em Roraima, próximo a fronteira com Guiana e Venezuela. Ele alegou que o reforço de veículos do Exército para a região já era algo planejado pelo governo federal, mas que foi acelerado para evitar "qualquer problema" na tensão diplomática que existe na região.

"O Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma. O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] dá consciência disso e nós já reforçamos. Já era ideia nossa reforçar Roraima porque Roraima tem o problema dos índios, problema dos garimpeiros, problema de drogas, problema de todo mundo. Evidentemente, que precipitamos e estamos aumentando o contingente lá em um tempo mais curto para evitar qualquer problema", disse o ministro da Defesa.

Após a pressão brasileira e um telefonema de Lula para o ditador venezuelano, ficou marcado para esta próxima quinta-feira, 14, um encontro entre Maduro e o presidente guianense, Irfaan Ali, na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas. O governo federal escalou para a reunião o o chefe da assessoria especial da Presidência, Celso Amorim.

Conforme mostrou o Estadão, o Exército enviou 20 blindados para Roraima após o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar a vitória do plebiscito que chancela as suas pretensões de anexar um terço do território da Guiana. Os veículos partiram do Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

Nesta última quinta-feira, 7, dois militares ficaram feridos após a explosão de um caminhão da Força explodir na BR-401, rodovia que dá acesso à fronteira entre o Brasil e a Guiana. Eles foram socorridos com ferimentos leves e encaminhados para um hospital em Boa Vista, capital roraimense. De acordo com o Exército, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã deste sábado (9) um telefonema do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A informação foi divulgada pela assessoria do Palácio do Planalto. A conversa tratou sobre a situação em Essequibo, território em disputa por Venezuela e Guiana, que faz também fronteira com o norte do Brasil, no estado de Roraima.

"O presidente Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo. Expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile. Recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz", informou o Planalto, em nota.

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No domingo (3), a Venezuela aprovou em referendo a anexação do território de Essequibo. O presidente venezuelano já determinou a criação de um estado na área disputada, que está no território da Guiana.

O assunto entrou na pauta do Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira (8) e o governo dos Estados Unidos anunciou a realização de exercícios militares aéreos conjuntos com militares da Guiana, adicionando um ingrediente extra de tensão.

Ainda durante a conversa com Maduro, o presidente Lula fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, faça uma mediação sobre o assunto entre as duas partes envolvidas. Lula também reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas e pediu que não haja ações unilaterais que piorem a situação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 7, que o Mercosul não pode ficar "alheio" à crise entre a Venezuela e a Guiana na disputa territorial pelo Essequibo. Lula abriu a Cúpula do bloco sul-americano no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, em meio à escalada do conflito e propôs uma declaração em defesa da paz. "Estamos acompanhando com preocupação a situação no Essequibo", disse Lula. "O Mercosul não pode ficar alheio", continuou o petista acrescentando que esse tema não deve "contaminar" a agenda da integração regional, que tem sido defendida pelo Brasil durante a Cúpula do Mercosul.

O presidente sugeriu ainda que a Celac, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, deve dialogar com os dois lados do conflito e se colocou à disposição para receber as reuniões em Brasília. "Vamos tratar esse assunto com muito carinho porque o que não queremos na América do Sul é guerra, não precisamos de conflito, precisamos construir a paz", disse.

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Nesta quarta-feira, 6,, no encontro de autoridades que antecedeu a Cúpula, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira defendeu a importância do bloco para a manutenção da paz no continente. "Num mundo conturbado por tantos conflitos, é sempre importante lembrar a contribuição do Mercosul para que a América do Sul constitua hoje a zona de paz mais extensa do mundo", disse o chanceler, que logo depois se reuniu com Lula e com o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim.

A disputa por território na fronteira Norte do Brasil escalou nesta semana, quando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a criação do Estado da Guiana Essequiba e montou um plano de exploração de petróleo para área de 160 mil quilômetros quadrados. O território equivale a 75% do território do país vizinho.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) concedeu, nesta sexta-feira (1º), medidas provisórias em favor da Guiana e contra a realização do plebiscito proposto pela Venezuela na disputa pela região do Essequibo, território rico em petróleo. Com a decisão, a CIJ espera evitar uma escalada nas tensões.

Em Caracas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no entanto, ignorou a decisão e manteve a votação deste domingo (3). Ele voltou a usar as redes sociais para defender que Essequibo faz parte de seu território. "Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo!", escreveu Maduro no X (antigo Twitter).

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Na decisão de ontem, a CIJ acatou o pedido da Guiana, protocolado em 30 de outubro, por medidas provisórias até que o caso seja julgado em definitivo. A corte reconheceu que as últimas ações do governo venezuelano demonstram a urgência de acelerar o julgamento.

Sem citar o plebiscito, a CIJ determinou que nenhum dos países tome medidas para agravar o conflito. Em seu pedido, a Guiana afirma que o plebiscito pretende validar a decisão de Maduro de abandonar o processo e anexar o território, que representa cerca de 70% da superfície da Guiana.

Amanhã, os venezuelanos deverão responder nas urnas se apoiam a criação do Estado chamado "Guiana Essequiba". A anexação já foi antecipada em mapas divulgados pela ditadura chavista e prevê que os seus 125 mil habitantes recebam cidadania venezuelana.

Petróleo

O plebiscito é uma resposta da Venezuela ao leilão de exploração de petróleo anunciado pela Guiana este ano. Caracas alega que país vizinho não tem o direito de explorar as áreas marítimas da região.

Em 2015, a Guiana fechou um acordo de perfuração com a americana Exxon Mobil, depois de uma "descoberta significativa" de petróleo. Em 2018, o caso foi parar na CIJ, que ainda não tomou uma decisão final.

Na quinta-feira, 30, Maduro disse que o plebiscito seria realizado de qualquer maneira. "Digo ao governo da Guiana, à ExxonMobil e ao Comando Sul (dos EUA): na Venezuela, faça chuva, trovão ou relâmpago, no domingo a pátria será abençoada e o povo estará nas ruas votando."

Eleição

Enfrentando uma crise crônica de legitimidade política e um desastre econômico, Maduro terá pela frente eleições presidenciais no ano que vem. A oposição parece unida em torno do nome de María Corina Machado, que venceu as primárias de outubro, mas permanece inabilitada e não pode disputar uma eleição pelos próximos 15 anos.

Na quinta-feira, Tribunal Supremo de Justiça prometeu revisar as inabilitações políticas após um acordo entre governo e oposição, que envolve a suspensão temporária das sanções econômicas impostas pelos EUA. Se Corina conseguir se lançar candidata, Maduro teria um problema nas urnas.

Observadores temem que ele possa usar a questão do Essequibo para galvanizar apoio pré-eleitoral, uma estratégia usada por outros ditadores do continente, como o general argentino Leopoldo Galtieri, que invadiu as Malvinas, em 1982, em busca de legitimidade popular - depois da derrota, ele acabou derrubado.

Fronteiras

O risco de um conflito preocupa a diplomacia brasileira. Na quinta-feira, o Ministério da Defesa intensificou a presença militar em Roraima, na fronteira com os dois vizinhos. Gisela Padovan, secretária do Ministério das Relações Exteriores para América Latina e Caribe, admitiu a preocupação, mas acredita que a disputa seja resolvida de forma pacífica.

A Guiana diz que a fronteira foi definida por uma arbitragem de 1899. A Venezuela apela a um acordo assinado em 1966 (antes da independência da Guiana do Reino Unido), que anula decisões anteriores e estabelece as bases para uma solução negociada, que nunca ocorreu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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