"A coleta de lixo é realizada, mas há falta de consciência da população”. A frase é dita pelos moradores que vivem ao lado das estações de metrô da Região Metropolitana do Recife. Arriscando a vida, aumentando os riscos de acidentes tanto dentro quanto fora do trajeto do modal, a população segue depositando detritos nas áreas impróprias. 

O Portal LeiaJá verificou as áreas circunvizinhas às estações de Joana Bezerra, Santa Luzia, Werneck, Cajueiro e Camaragibe. Durante as visitas, foram verificadas situações de risco nas quais pedestres precisam trafegar pela via, dividindo espaço com carros, por conta da grande quantidade de lixo depositado nas calçadas. 

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“Têm ruas mais estreitas em que o carro do lixo não consegue chegar, mesmo assim existe a coleta, mas, apesar disso, as pessoas ainda jogam lixo nesse lugar há 15 anos”, explica a autônoma Andréa Castanha, se referindo à calçada que beira a estação de Cajueiro.  

Outra moradora ainda acrescentou que já houve, inclusive, atropelamento no local. “Uma criança estava voltando da escola e, como a calçada está comprometida por lixo, ele teve que andar pela rua e um carro bateu nele”, conta. 

Vanderly Maria, técnica em prótese dentária, informou que a situação às vezes consegue ser pior, “quando a coleta demora um pouco mais, o amontoado de lixo fica na metade do muro. Falta consciência das pessoas”. 

A equipe do LeiaJá também registrou detritos no interior das estações, bem ao lado da linha férrea e até mesmo dentro delas, aumentando o risco de comprometimento dos metrôs e ampliando o risco de acidentes. Garrafas, banco plástico e até possíveis focos de dengue foram encontrados.

Apesar disso, também foram encontrados pontos específicos onde a população deposita o lixo para que os carros de coleta façam o recolhimento com maior eficácia.  

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A população teve acesso ao Terminal Integrado (TI) Cosme e Damião na tarde deste sábado (8). Apesar de estar em fase teste das operações, a estação ainda não conta com o funcionamento do Sistema de Integração, - que é responsabilidade do Consórcio Grande Recife - pois as obras ainda não foram concluídas. Durante uma semana, a Cosme e Damião funcionará gratuitamente.

O Coordenador de Operações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) Sérgio Murilo, explicou que o funcionamento deste sábado será diferenciado. “Hoje estamos em horário diferente por ser o primeiro dia de testes. Os trens circularão das 15h até às 23h, mas, no domingo (9), o atendimento acontecerá em horário normal”, assegurou.

“Este momento serve para testarmos todos os equipamentos que fazem parte do cotidiano do metrô, como os elevadores, as catracas, a bilheteria. Tudo isso já está instalado e funcionando perfeitamente.” Pontuou Sérgio Murilo.

A expectativa é que a estação atenda – quando o terminal integrado esteja funcionando – cerca de 3 mil pessoas por dia. De acordo com a CBTU, a quantidade dos trens será determinada pelo fluxo de passageiros que estão esperando nas plataformas. A média de tempo entre um trem e outro tem sido de 10 minutos.

Roberto Martins, de 42 anos, que é um dos representantes do bairro de Cosme e Damião, contou que a chegada do Terminal Integrado trouxe uma maior inclusão para a população. “Nós não tínhamos acesso direto aos TIs, a gente tinha que ir pra Camaragibe de ônibus – e pagar duas passagens – para pegar o metrô. Era muito ruim.” Afirmou. 

A principal preocupação do morador é que algumas partes da estação precisam ser ajustadas. "O piso da entrada é muito escorregadio, pode causar uma queda e machucar alguém gravemente. Nós estamos fazendo nossa parte como representantes. Estamos conversando com a população que ainda insiste em passar com bicicletas e motos nas áreas proibidas" falou Roberto Martins.

Acesso à Estação

Uma das dificuldades encontradas foi o acesso a estação Cosme e Damião. Não existem placas suficientes, que informem como chegar ao Terminal, o que causa um transtorno para quem precisa chegar lá, de carro.