Nesta segunda-feira (21) começa o inverno. A estação mais fria do ano tem a duração de aproximadamente três meses e vai até às 16h21 (horário de Brasília) do dia 22 de setembro. Com a chegada da nova estação, o hemisfério sul passa a ter temperaturas mais amenas, além do tempo ficar mais seco, com a diminuição de chuvas. Por conta desta mudança climática, é preciso se atentar aos cuidados básicos e orientações para se prevenir de doenças e reações no organismo.
De acordo com Cláudia Rachel Zamberlan, professora do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UNG) e especialista em homeopatia, algumas doenças podem surgir ou se agravar nesse período como gripes, otites e amigdalites, mas principalmente as doenças que afetam o sistema respiratório como asma, bronquite, pneumonia e rinite. “Outras condições patológicas também podem se agravar no inverno, dependendo da individualidade de cada pessoa, como por exemplo artrites, psoríase, dermatites e alergias diversas. Isto se deve às baixas temperaturas e ao tempo seco”, afirma a professora.
##RECOMENDA##Para evitar que as pessoas sejam acometidas por doenças neste período do ano, a especialista orienta que é importante manter a higiene da casa, a fim de evitar acúmulo de pó, por exemplo, seja nos objetos de pelúcia, tapetes e cobertores. Além disto, também é recomendável que se diminua o tabagismo, que pode ser um agravante quando se tratam de doenças respiratórias, além do consumo contínuo de água, que favorece a saúde do organismo em geral.
Existem inúmeros processos no corpo que necessitam de água, como a transpiração. Diante disto, Cláudia lembra que no inverno usamos mais roupas, o que pode intensificar a transpiração, além do mais, o corpo busca se aquecer para manter a temperatura corporal no frio, produz mais calor, ocasionando a perda de água. “Assim, tanto no verão como no inverno, a hidratação deve ser suficiente para um bom funcionamento dos sistemas orgânicos. Recomenda-se ter sempre com consigo uma garrafinha de água e ingerir durante o dia. A orientação da European Food Safety Authorithy (EFSA) é de 2,5 litros por dia para homens e 2 litros para mulheres”.
Já quando o assunto são a pele e os cabelos, ocorre um ressecamento por conta da queda da temperatura ambiental, além do aumento do uso de secadores e banhos quentes, que também são agravantes no quadro. “Os cuidados com a pele e cabelo no inverno devem priorizar a hidratação, que podem ser conseguidas por meio da alimentação, produtos, procedimentos estéticos ou hábitos diários”, explica Claudia.
A especialista tem ainda outras recomendações como “controlar a temperatura da água do banho, pois a água quente agride a pele e os cabelos e moderar também na quantidade de saponáceos utilizados na limpeza de pele”. Para aqueles que possuem cabelos ressecados, existe a opção de realizar um tratamento à base de óleo vegetal, como óleo de rícino, coco, manga, abacate e girassol. “Esses são ricos em vitaminas A, D ou E, que restauram e hidratam os fios”, indica.
Já nas especificações a respeito da pele há uma diferenciação quando se trata de pele seca ou pele normal. A especialista recomenda “usar hidratante após o banho e para aquelas [peles] oleosas, usar o hidratante adequado, em base gel, sem óleo, na zona T do rosto [testa, nariz e queixo] e no tórax”. Cláudia também indica usar hidratante labial, para evitar rachaduras, que costumam ser frequentes nesta época do ano, além do uso de filtro solar, por conta da incidência de raios ultravioleta (UVA), que podem causar manchas e rugas.
A respeito dos cuidados alimentícios, existem situações que exigem uma maior atenção. De acordo com Ana Paula Fucci, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologista (SBD), “a temperatura mais baixa costuma ser acompanhada do aumento de ingestão de alimentos mais cremosos e temperados, que contém derivados lácteos. O chocolate, em especial ao leite e o branco, possui alto índice glicêmico, causando um pico de liberação de insulina para compensar. Isso gera um aumento na produção de sebo e oleosidade da pele, podendo piorar ou causar acne”, alerta a dermatologista.
Por conta desta tendência em consumir produtos quentes no inverno, os alimentos refogados como os legumes, podem ser utilizados para manter a temperatura corporal. A professora Cláudia cita que sopas e caldos com chuchu, abóbora, beringela, brócolis estão entre essas opções. Já quando se trata de alimentos com valor nutritivo hídrico, estão as frutas, como o melão, laranja, mexerica e limão, que são imprescindíveis para garantir um bom aporte hídrico.
Claúdia comenta que o organismo reage ao frio por conta de um processo endotérmico, em que o corpo se aquece quando o calor do ambiente é percebido. “Quando a temperatura corporal baixa, todas as reações bioquímicas que permitem que o metabolismo e as funções do corpo funcionem, param de acontecer adequadamente, por isto sentimos dificuldades gerais com a locomoção, espasmos musculares, dores e câimbras e até mesmo as atividades cognitivas ficam mais lentas. Por isso é importante a hidratação, boa alimentação, agasalhar-se e praticar atividades física”, finaliza.