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O governo publicou nesta sexta-feira (14) no Diário Oficial da União (DOU) decretos que autorizam crédito suplementar para os Ministérios dos Transportes e da Saúde.Os recursos decorrem da anulação de dotações orçamentárias. Para os Transportes foram autorizados R$ 848,7 milhões para construção e manutenção de trechos rodoviários e para a Saúde, R$ 999,7 milhões para atender uma série de programas.

Em outro decreto, o governo está aprovando crédito suplementar para as Companhias Docas do Ceará, Espírito Santo, Bahia, Pará e Rio Grande do Norte, no valor total de R$ 63,7 milhões. Os recursos são oriundos de repasses do Tesouro Nacional para aumento do patrimônio líquido.

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O governo autorizou crédito suplementar de R$ 3,3 bilhões ao orçamento de investimento das empresas estatais. O dinheiro, segundo decreto publicado nesta sexta-feira (14) no Diário Oficial da União (DOU), é resultado de geração própria, operações de crédito internas e do cancelamento de parte de dotações aprovadas para outros projetos. Boa parte desses investimentos será para as áreas de petróleo e gás.

A chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado-geral da União adjunto, José Weber Holanda Alves, braço direito do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, são os dois principais alvos da Operação Porto Seguro da Polícia Federal, deflagrada ontem em Brasília e São Paulo, a fim de desarticular uma suposta organização criminosa infiltrada em sete órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos em benefício de interesses privados.

A PF apreendeu documentos do gabinete do número dois da AGU, que fica localizado no mesmo andar da sala de Adams. Desde o início da manhã de sexta-feira, Adams reuniu-se com sua equipe para avaliar o impacto da operação na pasta. Os policiais recolheram computador, pen drives e documentos no gabinete do ministro adjunto. Ainda pela manhã, Weber também prestou depoimento aos policiais na Superintendência da PF. Também foram recolhidos documentos na sala que Rosemary ocupa no escritório da Presidência em São Paulo. A PF imputa a Weber e a Rosemary crime de corrupção ativa.

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Segundo os investigadores, há indícios de que, "pelo menos" no período entre abril e novembro de 2012, Weber solicitou ao ex-senador Gilberto Miranda duas passagens de cruzeiro marítimo, no valor de R$ 6,5 mil cada, para ele e para a mulher. Ele teria favorecido o ex-senador Gilberto Miranda, a quem a PF atribui o crime de corrupção passiva, nos autos de um processo relativo a empreendimento imobiliário em uma ilha. A PF diz que Rosemary, "valendo-se do cargo de chefe de gabinete regional da Presidência da República recebeu vantagens".

Entre os órgãos devassados estão a Agência Nacional de Águas (ANA), onde atua desde 2010 o diretor Paulo Rodrigues Vieira, indicado para integrar o colegiado do órgão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apontado como cabeça do esquema de compra de pareceres técnicos sobre negócios milionários no governo, Vieira foi recolhido à carceragem da PF após prestar depoimento por mais de duas horas. A investigação aponta para "servidores corrompidos"em sete órgãos públicos, dos quais três agências reguladoras: ANA, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Agência de Transportes Aquaviários (Antaq).

Também estão sob investigação funcionários dos Correios, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), da AGU e do Ministério da Educação. A PF apreendeu 18 malotes de documentos nas repartições, além de discos rígidos de computador e mídias digitais. Foram confiscados também dois veículos, entre os quais um Land Rover. Dezoito envolvidos foram indiciados e outros dois também serão enquadrados. Segundo a PF, José Weber Holanda estaria envolvido no esquema milionário de venda de pareceres de órgãos públicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma operação da Polícia Federal, coordenada pela Superintendência de São Paulo, está realizando buscas e apreensões em empresas estatais em Brasília. Entre elas, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Águas (ANA) e os Correios. Estão sendo apreendidas mídias eletrônicas e documentos. A Superintendência da PF de São Paulo deve liberar uma nota oficial até o início da tarde, explicando o motivo da operação.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta sexta-feira que, como controlador, há a avaliação de que a rentabilidade das estatais vai continuar boa. "Estamos tranquilos, não só com o setor elétrico, mas com o conjunto", disse durante evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Augustin disse que não citará nenhuma empresa específica por conta das normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Mas a confiabilidade nossa de infraestrutura do setor elétrico é absoluta. Não temos nenhuma dúvida em relação a isso. É um argumento a mais. Estamos trabalhando com a ideia de alta rentabilidade que o sistema elétrico brasileiro terá", afirmou.

Questionado por um empresa sobre como o governo vai assegurar que os recursos de indenização pagos às concessionárias serão direcionados a investimentos, Augustin salientou que o valor é livre. "Estamos dando opção ao concessionário e parece que o setor não compreendeu bem", disse. As alternativas de recebimento dos valores são, ou à vista, com pagamento 45 dias após assinatura do contrato, ou mensalmente acrescido de IPCA e da remuneração calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 5,59%. "Se alguém aplicar em títulos do Tesouro verá que não é assim. O que estamos dizendo aqui é que a empresa pode optar por remuneração de seu ativo em padrões iguais ao do sistema elétrico. Estamos dando a remuneração normal do sistema."

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Para o secretário do Tesouro, a garantia de reinvestimento é basicamente o crescimento econômico. "Estamos absolutamente convencidos de que a demanda e o nosso sistema garantem uma rentabilidade boa. Estamos falando do presente do Brasil, e não do passado", reforçou.

A ideia, de acordo com ele, é a de que o Brasil continuará a crescer e de que haverá demanda, mas não há obrigatoriedade legal de reinvestimento por parte das empresas. "O valor é de indenização, mas tenho certeza de que o recurso será investido." O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, acrescentou que, mesmo que seja mantida tarifa, ninguém poderia obrigar as empresas a investir. "Investimento sempre foi voluntário. É um negócio. É sua rentabilidade que atrai o setor. Seria de estranhar se obrigássemos o investidor a fazer investimento."

Batizada por seu antecessor de mãe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a presidente Dilma Rousseff cria empresas para concretizar projetos de governo, especialmente nas áreas de infraestrutura e política industrial. Nos bastidores, a equipe do Palácio do Planalto estuda a criação de duas novas entidades ainda neste ano, seguindo esta mesma linha: a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a Autoridade de Gestão Portuária.

Com essas e eventualmente outras estruturas, Dilma tenta consolidar a gestão plena da máquina pública federal. Isto é, além de apoiar seus planos nas agências reguladoras, criadas na administração de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), e nas estatais "turbinadas" sob Lula, como Petrobras, Caixa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dilma lança mão de empresas com perfil estruturante, com prerrogativa de planejar e monitorar a ação pública e privada.

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Será assim no caso das duas novas estatais. A Embrapii terá o objetivo de intermediar a relação entre centros de pesquisa tecnológica e o parque manufatureiro, à semelhança do que faz a Embrapa com a produção nacional agrícola. Já a autoridade portuária, caso seja criada, servirá de coordenadora dos portos, monitorando chegadas e partidas de navios.

O perfil de atuação do Estado é pragmático. Diante do enorme e crescente déficit no regime previdenciário do setor público federal, de R$ 60 bilhões por ano, Dilma não pestanejou, e logo nos primeiros meses de governo elencou a aprovação no Congresso do novo regime previdenciário como prioridade legislativa - ao final de 12 meses, aprovou e sancionou a Fundação Nacional de Previdência Complementar do Servidor Federal, que entra em vigor em 2013.

A Funpresp foi gestada sob FHC, entre 1997 e 2000, e transformada em projeto de lei nos anos Lula, que desistiu de aprová-la no Congresso diante da forte oposição dos sindicatos de servidores. Outros exemplos do modelo Dilma têm sido a atuação mais incisiva das agências criadas pelos tucanos nos setores de telefonia, energia e aviação, reforçando o papel do Estado na economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A proposta de Orçamento para 2013, enviada nesta quinta-feira ao Congresso Nacional, prevê investimentos do grupo Petrobras de R$ 89,3 bilhões. Desse total, segundo o Ministério do Planejamento, R$ 50,7 bilhões são para a área de exploração e produção, R$ 24,1 bilhões para refino e R$ 5,9 bilhões para abastecimento, comercialização e transporte de petróleo e gás natural. No setor de petroquímica, serão investidos R$ 6,4 bilhões, enquanto na área de distribuição de derivados serão aplicados R$ 1 bilhão.

Na área de geração de energia elétrica, ainda dentro do grupo Petrobras, serão gastos R$ 886,6 milhões, e no setor de biocombustíveis e outras fontes renováveis de energia, o investimento será de R$ 193,7 milhões. Ainda de acordo com o Ministério do Planejamento, do total de investimentos previsto para o grupo Petrobras, R$ 67,4 bilhões estão dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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Os recursos também são divididos em operação no Brasil, que somam R$ 78,812 bilhões, e no exterior, R$ 10,491 bilhões.

As empresas estatais investiram R$ 26,5 bilhões de janeiro a abril deste ano, segundo relatório do Ministério do Planejamento, publicado na edição desta sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU). O valor corresponde a 24,7% do total autorizado para o ano, que é de R$ 107 bilhões. Representa, também, um aumento nominal de 17,1% em comparação ao montante gasto em igual período de 2011.

O desempenho das estatais tem sido utilizado nas discussões internas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para demonstrar que os investimentos caminham bem. A despeito disso, a presidente Dilma Rousseff determinou um "choque" nessa área para estimular a economia.

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O grupo Petrobras responde pela maior parte do orçamento de investimentos das empresas estatais e dispõe de R$ 86,8 bilhões, dos quais desembolsou R$ 24 bilhões no período, uma realização de 27,7%. Desses, R$ 15,9 bilhões ficaram a cargo da Petrobras e R$ 240 milhões, da Petrobras Distribuidora. A Transpetro aplicou R$ 220 milhões do total de R$ 1,6 bilhão que lhe foi reservado. A refinaria Abreu e Lima já desembolsou R$ 3,4 bilhões neste ano, 34,9% da dotação disponível.

O grupo Eletrobras, que reúne 19 empresas do setor com participação da União, apresentou um índice de realização mais baixo, de 13,1%, tendo investido R$ 1,3 bilhão de um total disponível de R$ 10 bilhões. A Eletrobras apresentou o menor índice de desempenho do grupo, tendo gasto apenas 2,1% de seu orçamento até abril.

A Telebras investiu R$ 28 milhões de um total de R$ 400 milhões disponíveis, uma realização de 7,1% o que tem sido alvo de cobranças do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Os Correios investiram R$ 87 milhões, 10,2% do total que lhe foi reservado.

O relatório registra também um conjunto de empresas que não investiram nada nos quatro primeiros meses do ano. Caso da Companhia Docas do Maranhão (Codomar), das quatro empresas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Petrobras International Finance Company (PIFCo).

Assessores do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) estão engordando seus contracheques graças a cargos em estatais mineiras. Três servidores comissionados recebem, além do salário do Senado, remunerações por integrar conselhos de empresas do Estado, governado pelo tucano de 2003 a 2010 e agora sob o comando do aliado Antônio Anastasia (PSDB). Assim, turbinam os rendimentos em até 46%. Ninguém é obrigado a bater ponto no Senado e, nas estatais, são exigidos a ir a no máximo uma reunião por mês.

Nomeado assessor técnico de Aécio em fevereiro de 2011, o administrador Flávio José Barbosa de Alencastro recebe R$ 16.337. No Conselho de Administração da Companhia de Abastecimento de Minas (Copasa), ele tem direito a até R$ 5.852 por mês, totalizando R$ 22.190. A política de remuneração da Copasa, enviada à Comissão de Valores Mobiliários, diz que em 2011 foram reservados R$ 632.100 para o pagamento dos nove conselheiros. Metade é paga como parcela fixa mensal e o restante, conforme a participação nas reuniões. Alencastro foi eleito para o conselho em 15 de abril, menos de um mês após a nomeação no Senado.

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Reuniões

Também assessora de Aécio, com salário de R$ 16.337, a jornalista Maria Heloísa Cardoso Neves recebe jetons de R$ 5 mil por mês da Companhia de Desenvolvimento Econômico de MG (Codemig) para participar, obrigatoriamente, de três reuniões anuais do Conselho de Administração. E, por vezes, de encontros extraordinários. Em 2011, foram três. Heloísa foi indicada em 2004, pelo então governador Aécio, e admitida pelo Senado em 2011. Ela diz que sua atribuição é, sobretudo, cuidar de estratégias de comunicação e projetos ligados à área.

Assistente parlamentar do senador, Maria Aparecida Moreira, trabalha como atendente no escritório político do tucano na capital, com salário de R$ 3.202 pago pelo Senado. A Companhia de Habitação (Cohab-MG) lhe garante R$ 1.500 mensais por integrar o Conselho de Administração. Segundo o órgão, os integrantes participam de "até uma reunião ordinária mensal". A assessora está no conselho desde 2003 e no Senado desde agosto de 2011.

Questionado, Alencastro não se pronunciou. Heloísa Neves e Maria Aparecida disseram que não há irregularidade e que a documentação referente aos conselhos foi entregue ao Senado, sem objeções. A Casa não se pronunciou sobre o acúmulo de cargos.

Aécio informou, via assessoria, que não há vedação legal ou incompatibilidade entre as funções. Alegou que a acumulação indevida, prevista na Constituição, não se aplica a esses casos e que o STF, em medida cautelar, acolheu esse entendimento. Aécio disse que os funcionários cumprem carga horária regular no Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal quer dinamizar o serviço prestado pelas 147 empresas estatais existentes e aumentar o foco de cobertura dessas empresas. Com isso, a abertura de novas estatais não está entre as prioridades do governo no curto prazo, conforme o diretor do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) do Ministério do Planejamento, Murilo Barella. “O que temos de direcionamento é efetivar os serviços das estatais existentes, incentivando a ampliação do escopo de atuação”, disse.

Um exemplo de funcionamento desse modelo é a atuação do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem como foco o financiamento de empresas a longo prazo. Mas, segundo Barella, é possível abrir o leque de atuação do banco de investimento. “Existem outras possibilidades de financiamento na empresa pública que devem ser mais exploradas”, avaliou.

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Esse dinamismo que se busca visa a trazer mais efetividade aos serviços prestados pelas atuais estatais. “A ideia é ter empresas com toda a eficiência de mercado, mas com controle estatal. O cerne das políticas é esse, ter habilidade de mercado própria de empresas privadas, como versatilidade, flexibilidade e rapidez, mas com controle público, buscando metas e focando em resultado”, disse.

Durante os oito anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi possível perceber uma forte retomada do papel do Estado na economia. O quantitativo de empresas estatais passou de 131, em 2003, para 147 em 2010. Com isso, registrou-se investimentos de R$ 84 bilhões no ano passado. Na década anterior, a soma chegou a R$ 11,6 bilhões.

No momento, a única proposta de nova estatal do atual governo é a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), cujo projeto de criação tramita no Congresso Nacional. O objetivo é que a administração de hospitais universitários federais e a regulação da contratação de pessoal das unidades fiquem sob a responsabilidade da empresa pública. Atualmente, o controle é feito pelas fundações de apoio das universidades.

O diretor do Dest define o governo da presidenta Dilma Rousseff como um “governo novo de continuidade” que, apesar de ter uma forma de administração própria, deve seguir “a base do governo anterior”. No entanto, ele acredita que ainda é muito cedo para se falar da criação de novas estatais. “Hoje estamos avaliando mais. Vai criar a estatal por quê? De onde vão vir recursos? Existe viabilidade? Não existe uma política de criação de estatal. Não temos porque trazer estatal se o setor privado dá conta, em geral. Estamos atuando onde o setor privado não atua”, disse Barella.

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