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O Tribunal de Contas da União (TCU) multou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin em um processo para avaliar a regularidade dos procedimentos de concessão e ressarcimento de garantias da União em operações de crédito para Estados e municípios. Cada um terá de pagar, individualmente, R$ 10 mil em um prazo de 15 dias, contados a partir da notificação.

Um processo de fiscalização conduzido pelo TCU apurou irregularidades na concessão de garantias para empréstimos a Estados e municípios. Entre elas, estão a excepcionalização e autorização para empréstimos classificados como mais arriscados entre 2011 e 2014, além de autorização de operações de crédito para o Rio de Janeiro, mesmo diante de evidências sobre a deterioração da capacidade de pagamento do Estado. A investigação foi antecipada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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No acórdão, o TCU concluiu que os fatos colocaram em risco a adimplência do Estado, "ante a possibilidade futura de o ente ter que arcar com elevados custos, o que se verificou na prática, visto que todas as operações do Estado excepcionalizadas pelo responsável no período tiveram parcelas honradas pela União entre o 2º quadrimestre de 2016 e o 1º quadrimestre de 2017, o que redundou em elevados custos para o estado do Rio de Janeiro, que teve que pagar somente a título de juros de mora nas operações de crédito internas o valor de R$ 88,5 milhões".

Uma portaria publicada no ano passado pelo Ministério da Fazenda revogou uma publicação anterior, de 2012, e definiu regras mais rígidas para concessão de garantias da União para essas operações. Mantega e Augustin foram ouvidos sobre o caso pelo TCU e mencionaram essa portaria de 2012, que dava poderes ao ministro da Fazenda, em "caráter excepcional", para autorizar Estados com nota baixa a contratar empréstimos com aval da União.

Em audiência com o TCU, eles justificaram a realização de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos para a concessão das garantias. "Além disso, entende-se que a necessidade de realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, que ocasionou, inclusive, flexibilização nos limites de endividamento dos entes, justifica as excepcionalizações realizadas para as operações internas destinadas a esses eventos", diz o acórdão.

No acórdão, as justificativas foram parcialmente acatadas. O TCU mencionou que o ex-ministro e o ex-secretário também autorizaram a concessão de garantia da União a sete operações contratadas pelo Estado do Rio de Janeiro, no montante de R$ 3,9 bilhões, não vinculadas à realização Copa e da Olimpíada.

"Pelo que foi verificado ao longo do processo, é possível concluir que Guido Mantega e Arno Augustin agiram, no mínimo, com culpa grave na excepcionalização de todas as operações com o Estado do Rio de Janeiro, quando o ente não atendia aos requisitos da portaria do Ministério da Fazenda, desconsiderando, também, as demais normas de responsabilidade fiscal", diz o voto.

A apuração começou depois que o Estado do Rio de Janeiro, um dos maiores beneficiados pelos financiamentos em anos anteriores, deu o calote e obrigou a União a ter de pagar os débitos em seu nome. O levantamento incluiu a análise minuciosa dos contratos de garantias

Entre 2012 e 2015, a União garantiu R$ 65,2 bilhões em operações de crédito para os governos estaduais em piores condições, um tipo de operação que era para ser exceção e virou regra. Enquanto isso, Estados com menor risco de inadimplência tiveram aval para obter R$ 45,8 bilhões no período, segundo o Tesouro.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse nesta segunda-feira, 29, que qualquer análise sobre o aumento da dívida bruta do setor público deve levar em conta o impacto da política do governo de expansão das reservas internacionais. Segundo ele, se não fosse a dívida líquida em queda, teria havido um crescimento maior da dívida bruta. "Aqueles que dizem que a dívida bruta cresceu e é um problema devem incorporar as reservas altas", disse. Para ele, o reforço das reservas foi uma decisão acertada. "Essa situação faz com que o Brasil sofra muito menos em momento de crise internacional. Fazer essa análise sem considerar as reservas não é uma análise adequada", afirmou.

O secretário negou, no entanto, que esteja fazendo uma crítica ao futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que no discurso no dia da sua indicação para o cargo anunciou que o objetivo de política fiscal do governo passará a ser a queda da dívida pública para aumentar a transparência das contas públicas.

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Para Augustin, o Brasil tem dívida líquida hoje bem melhor do que quando conquistou o grau de investimento. Ele não vê razão para a nota do Brasil ser rebaixada em 2015 pelas agências internacionais de classificação de riscos. "Não vejo por quê. Temos fundamentos que serão reconhecidos pelas agências", afirmou.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu nesta sexta-feira (27) que o resultado primário do governo central de maio de 2014 foi o pior já registrado, depois de haver queda das receitas. "Maio é tradicionalmente um mês de primário mais baixo, mas este maio foi resultado mais negativo, basicamente em função de receita bem menor que em outros meses", disse. O secretário acrescentou que a arrecadação de maio, em termos nominais, foi 20% inferior àquela de abril. "Isso impactou fortemente o resultado", avaliou.

Augustin afirmou que, para alcançar a meta para o ano, é necessário "retomar o primário em 12 meses". Ele disse, ainda, que os resultados primários de Estados e municípios têm vindo acima do esperado. "A receita ficou abaixo do esperado. Esperamos que nos próximos meses vamos recuperar o superávit", afirmou.

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Investimentos

O secretário classificou, porém, como "boa notícia" o crescimento dos investimentos. "As despesas de capital estão com crescimento de 20% acima do PIB nominal. Até abril era 9,8%", disse. "Em maio, houve crescimento muito significativo de despesas de capital", avaliou.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira, 04, que o governo está preocupado com a possibilidade de aprovação pelo Congresso de projetos que aumentem os gastos públicos da União e de Estados. "Há matérias com enorme impacto fiscal e a gente reitera o nosso pedido ao Congresso Nacional para que não se tome medidas que tornariam a situação fiscal da União e dos Estados muito difícil", afirmou após participar de reunião fechada na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

"Alguns desses projetos têm impacto muito relevante para os Estados e, provavelmente, implicariam em não cumprimento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)", disse. Segundo o secretário, vários Estados estão no limite permitido para gastos com a folha de pagamento do funcionalismo. "Novos compromissos de salários fariam com que esses Estados não mais cumprissem a LRF. Por isso, enxergamos com muita preocupação esta possibilidade de haver alguma votação que aumente o gasto com pessoal e outros", afirmou. "A gente espera que o Congresso analise essas questões e tome a melhor definição para o Brasil. A nossa opinião é que o ideal é que esses projetos não sejam incorporados às despesas públicas", completou Augustin.

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Nesta terça-feira, 03, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros, o líder do governo do Senado, Eduardo Braga (PMDB/AM) e o senador Romero Jucá (PMDB/RR) para tentar traçar uma estratégia que barre a aprovação desses projetos, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 63, que cria o adicional de tempo de serviço para magistrados e procuradores. No mês passado, o Congresso aprovou três medidas que aumentam gastos e acendeu um luz de alerta no governo. Além das aprovadas, a área econômica já mapeou outros 17 projetos em tramitação no Congresso que, se aprovados, podem significar uma elevação dos gastos públicos em mais de R$ 50 bilhões por ano, conforme antecipou o Broadcast.

Confaz

Augustin afirmou ainda que o governo apoia um acordo que permita a convalidação dos benefícios fiscais concedidos pelos Estados sem aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Para isso, o governo concorda que haja uma mudança na exigência do quórum do Confaz.

Atualmente, para aprovar a convalidação dos incentivos fiscais é preciso que a decisão do colegiado - formado por todos os Estados - seja unânime. Um projeto de lei complementar em tramitação no Congresso reduz o quórum para a aprovação dos benefícios.

Os Estados temem que se não houver a convalidação, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode declarar inconstitucional os incentivos e determinar o pagamento dos tributos pelas empresas instaladas no Estado com os benefícios tributários. "Achamos que pode haver essa mudança no quórum. É importante que haja um acordo entre os Estados", disse Augustin.

O secretário reiterou, no entanto, que não é de interesse do governo ver aprovada pelo Congresso a mudança no indexador que corrige a dívidas dos Estados e municípios com a União. "O indexador não está em discussão do nosso ponto de vista. Fica parado. O nosso pedido é para que o Congresso não vote nesse momento", afirmou ao deixar a Câmara dos Deputados.

IOF

O secretário afirmou também que a mudança na cobrança de IOF sobre empréstimos no exterior não deve ter impacto significativo na programação fiscal do governo esse ano, apesar da renúncia prevista. "Não acho que a programação fiscal tenha reflexo significativo dessa medida", afirmou.

Ele disse ser natural alterações na programação de arrecadação de tributos regulatórios, como o IOF. "É normal que, nessa ou naquela conjuntura, a arrecadação seja alterada por uma necessidade do próprio perfil do tributo. Vamos adequar no próximo relatório (de avaliação de receitas e despesas)", afirmou. A cada dois meses, o governo precisa encaminhar ao Congresso um relatório reavaliando as receitas e despesas para fins de cumprimento da meta fiscal.

Segundo o Ministério da Fazenda, a alteração no IOF terá custo fiscal estimado em R$ 10,31 milhões para 2014. Augustin disse também que, ao adotar a medida, o governo "evidentemente" mirou no objetivo de tornar mais favorável a captação de recursos no exterior pelas empresas. Segundo ele, a medida melhora a economia como um todo.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, defendeu nesta quinta-feira (29) que o governo conseguirá atingir sua meta fiscal e argumentou que a previsão de receitas é conservadora. Ao ser questionado sobre previsões do mercado de que a economia brasileira poderia crescer menos, Augustin disse: "Faz parte da rotina dos economistas fazer avaliações". "Reitero que previsão de receita é conservadora; em qualquer cenário tem facilidade maior de cumprimento de meta (fiscal)", disse.

Sobre possível crescimento menor de outras economias, Augustin disse que a economia mundial "sempre é elemento importante e influencia o País". "O fato de que haja crescimento menor do que se estimasse em alguns países sempre é algo que precisa ser olhado com cuidado. Mas essa não é minha função no Ministério da Fazenda", concluiu.

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O secretário disse também que o governo não irá alterar a programação de gastos com o setor elétrico. "O período em que essas contas estiveram em avaliação já passou. Fizemos um desenho bom para o País. Ele (o modelo) está em operação e não vamos alterar o valor fiscal previsto para o setor elétrico", afirmou. O governo previu no Orçamento uma despesa de R$ 13 bilhões em 2014 com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

BNDES

Segundo Augustin, não há data para o repasse ao BNDES, mas ele garantiu que não ocorrerá ainda no mês de maio. O Senado aprovou ontem a Medida Provisória 633, que permite um aporte de até R$ 30 bilhões do Tesouro Nacional no banco de fomento em 2014. A MP ainda precisa ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff para que o Tesouro Nacional possa emitir títulos para captar os recursos que irão reforçar o caixa do BNDES.

Augustin argumentou que não houve alteração ao que aconteceu em outros anos em relação a repasses ao BNDES. "Definimos valor e vamos executando. Aos poucos poderemos diminuir o volume desse tipo de repasse e fazer com que crescimento das despesas de investimento tenham fonte que não recursos do BNDES", disse.

Emissões

O secretário afirmou ainda que está em estudo a emissão em dólar em prazos maiores. "É uma das alternativas que estamos considerando", disse. "Enxergamos o mercado internacional em tendência de melhora e fundamentos do Brasil também. Isso significa condições para emissões que estamos avaliando", afirmou. Questionado sobre possíveis impactos da Copa do Mundo, Augustin reforçou: "não definimos emissão. Ela pode ser feita no período da Copa ou não, não é a Copa que define."

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, classificou como "muito bom" o resultado do superávit primário do mês de abril. As contas do governo central - que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e INSS - apresentaram um superávit primário de R$ 16,596 bilhões no mês passado. "Estamos vendo de forma positiva o resultado de abril, em linha com nossa programação", disse. "Já estava dentro da programação que abril seria um mês melhor."

Com o resultado de abril, o governo cumpriu a meta dos primeiros quatro meses do ano, de quase R$ 28 bilhões, ao economizar R$ 29,659 bilhões nos quatro primeiros meses. "Conforme eu havia adiantado, abril é mês de receita mais forte e permitiu que tivéssemos bom resultado", comentou. Augustin argumentou que, embora o resultado de abril seja o terceiro melhor da série história do Tesouro Nacional, que começou em 1997, ele é "muito bom" porque ficou muito próximo do primeiro e do segundo melhor resultado.

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Em abril de 2008, o resultado foi de R$ 16,720 bilhões e em abril de 2010, R$ 16,599 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, o resultado encerrado em abril também ocupa a terceira melhor posição. Augustin não quis adiantar comentários sobre o mês de maio. "Às vezes eu adianto (informações), mas hoje ainda faltam dois dias (para o mês terminar). Não vou tecer comentário", disse.

Dividendos

Augustin defendeu que a programação de pagamento de dividendos de R$ 23 bilhões em 2014 é "normal" e argumentou que "felizmente" a receita de dividendos no Brasil é recorrente. Questionado sobre o aumento de 716,4% no pagamento de dividendos nos quatro primeiros meses deste ano, Augustin disse que "o mês em que é repassado não altera o valor anual". "Eventualmente, os dividendos são repassados mais no início ou mais no fim do ano. Na minha visão, isso não muda em nada a característica do ano no que concerne à viabilidade de cumprirmos o decreto de programação", disse.

Nos quatro primeiros meses deste ano, os dividendos somaram R$ 8,231 bilhões, ante R$ 1,008 bilhão do mesmo período do ano anterior. Há dois anos, o pagamento de dividendos somou R$ 28 bilhões e no ano passado, R$ 17 bilhões. "Não estamos mudando programação de dividendos do ano. A ideia de que os dividendos possam ser não considerados no primário faz tanto sentido quanto dizer que sem imposto de renda o primário seria negativo. Não faz sentido. Felizmente no Brasil dividendo é receita recorrente. A partir do momento que estatais tiveram resultado positivo, isso ocorre", disse.

Augustin ainda negou que o BNDES adiante o pagamento de dividendos. "Ele só paga depois que apura o lucro", disse. Questionado sobre o banco de fomento, Augustin disse: "O financiamento de longo prazo é uma luta importante. Enquanto não for feito pelo setor privado no volume que o Brasil precisa, é necessário que haja programas governamentais como o PSI (Programa de Sustentação do Investimento)".

Receitas extraordinárias

O secretário defendeu também o uso de receitas extraordinárias para cumprimento da meta fiscal. Segundo ele, as receitas decorrentes de algum parcelamento especial, como o Refis, são iguais às outras. "Não tem nenhuma circunstância que elas tenham efeito macroeconômico diferente de outros tributos", avaliou.

Augustin disse que a classificação das receitas como extraordinária obedece uma questão didática para permitir que a sociedade entenda os motivos, inclusive, para não achar que houve aumento de arrecadação. Ele evitou entrar na discussão se a realização de Refis estimula a sonegação. "É uma discussão de política tributária. Do ponto de vista fiscal, são receitas iguaizinhas às outras", disse.

Segundo ele, quando o governo propõe um Refis é porque acha que é o melhor. "Sou a favor de que haja parcelamentos porque eles têm demonstrado serem bons para o Brasil e tem aumentado a arrecadação", afirmou. O secretário também avaliou que as desonerações tributárias permanentes são absolutamente compatíveis com a programação orçamentária. Segundo Augustin, as desonerações trazem bom resultado para economia porque são um impulso econômico importante. "É bom para o País que possa fazer isso. Do ponto de vista fiscal é sustentável e responsável. Eu saúdo essa política", afirmou.

Após ser questionado sobre os "valores reais" que o governo terá de desembolsar para bancar a redução do custo de energia aos consumidores, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou, nesta terça-feira, 3, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o valor de repasse à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2013 será "possivelmente menor que R$ 9 bilhões, mas será número expressivo".

O secretário disse que o governo decidiu "suportar o custo a mais das térmicas", que tiveram de ser ligadas devido ao baixo nível de chuvas em 2012. "Isso significa custo elevado do sistema elétrico, que não estava previsto. A rigor, haveria elevação da tarifa e redução. Não achamos esse processo positivo. Entendemos que deveríamos suportar", justificou.

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A proposta de orçamento para 2014 prevê repasse de R$ 9 bilhões para a CDE. Augustin lembrou que esse é o valor previsto e que pode ou não ser completamente usado. O Tesouro Nacional autorizou, nesta terça-feira, 3, mais uma emissão de títulos em favor da CDE no valor de R$ 2,049 bilhões.

Na semana passada, Augustin afirmara que o repasse para a CDE em setembro ficaria entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Em julho, o valor foi de R$ 500 milhões e, em agosto, de R$ 1,5 bilhão.

O assunto foi colocado em pauta pela senadora Ana Amélia (PP-RS). "Falou-se muito quando o governo citou a política energética para baratear o custo de energia de um porcentual de desembolso do Tesouro para custear a redução do custo aos usuários. As informações que temos é de que esse valor é muito maior do que o previsto", disse Ana Amélia.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, evitou adiantar se o resultado primário do governo central do mês de agosto será déficit ou superávit, após ser questionado por jornalistas. Ele participa de entrevista na tarde desta quinta-feira, 29, para comentar as contas de julho do governo central, que reúnem Tesouro Nacional, Banco Central (BC) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Augustin disse que agosto tem receita baixa e despesa alta, e citou pagamentos relacionados à Previdência. O secretário disse que os dividendos vão compensar essa situação de menor receita e maior despesa neste mês. Segundo ele, o governo está prevendo receitas com dividendos em agosto de R$ 5,4 bilhões. Desse total, R$ 1,724 bilhão serão pagos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 1,280 bilhão, pela Caixa. "A diferença virá de entidades com ações em Bolsa."

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Nota do Brasil

O secretário do Tesouro acredita que a agência de rating Stand & Poor's (S&P) possa rever o viés de baixa colocado na avaliação do Brasil este ano. "Respeitamos o viés que eles colocaram, mas quando chegar o momento da definição, os nossos fundamentos falarão mais alto", declarou. "Acho que vão chegar à conclusão que os fundamentos do Brasil estão muito bem. Vamos aguardar", completou. Ele lembrou que a Fitch também fez sua análise sobre o País e não chegou à mesma conclusão da S&P.

Política fiscal

O processo de recuperação da confiança dos investidores na política fiscal brasileira é um processo, sem "mágicas" nesse caminho. Para Augustin, a retomada da confiança depende da persistência de resultados bons. "Não há mágica. É preciso continuar persistindo, com resultados, ações, no sentido de melhorar a percepção."

Ao ser questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sobre as desconfianças com a política fiscal, mesmo com resultados maiores do que em outros países, Augustin ressaltou que o conceito de resultado primário utilizado pelo Brasil não existe em boa parte dos países. "O Brasil tem grau de rigidez consigo mesmo bastante elevado e achamos isso bom. O fato de termos enorme rigidez faz com que, na prática, o mercado saiba que os nossos fundamentos são muito sólidos."

Augustin ressaltou que o nível de confiança é "melhor do que alguns falam". Nesse sentido, o secretário ressaltou ainda que o seu argumento em relação às desconfianças da política fiscal é "singelo". "Nossos títulos têm participação grande de estrangeiro. Não acho que a gente tenha tido fuga de capital estrangeiro nos títulos."

Câmbio

Na sua avaliação, os efeitos do câmbio, com a forte desvalorização do real frente ao dólar, não foram maiores no País devido à avaliação ruim da política fiscal brasileira. "Os efeitos, do ponto de vista do câmbio, cada um pode ter sua visão. A minha é que foram influenciados por um conjunto de avaliações negativas que ouvimos no mercado e que não tem a ver com os fundamentos", argumentou.

O secretário destacou que a movimentação no câmbio se deve ao cenário internacional. "Se você analisar, vai ver que o nível de reservas que o Brasil tem é muito alto, muito tranquilo", ponderou. Segundo Augustin, a política fiscal está ajudando a competitividade do Brasil, criando condições para uma desvalorização não tão alta do real.

Ele defendeu os subsídios que o governo está tendo de desembolsar para bancar a redução da conta de luz. "Quando a gente faz subsídio pra energia elétrica, criamos condições para maior exportação", argumentou.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não vai aumentar a parcela de dividendos que distribuirá ao longo de 2013 ao Tesouro Nacional por causa da mudança no estatuto do banco de fomento feita pelo governo no último dia útil de junho. A informação é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo que o BNDES não dará um centavo a mais em dividendos com a mudança no estatuto.

Em defesa da estratégia de fortalecimento dos bancos públicos com capitalizações do Tesouro, o secretário avaliou que há uma tentativa de politizar a mudança promovida no estatuto do BNDES, que alterou as regras de pagamento de dividendos. "Se fizermos uma discussão que politize todas as mudanças burocráticas fica uma pauta muito pouco transparente."

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Na avaliação de Augustin, a alteração não é relevante. "Enxergar problema nisso é uma forma de tentar descaracterizar, de criar, num momento de mercado mais complexo do ponto de vista do cenário internacional, uma volatilidade. Nós lamentamos, mas é do jogo", afirmou.

"Estamos discutindo aqui se o BNDES pode distribuir o lucro já realizado no ano anterior. A mudança no estatuto do banco refere-se à distribuição dos lucros apurados em 2012, e que ele transferiu em junho de 2013", disse o secretário do Tesouro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou nesta quarta-feira um requerimento que convida o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, para prestar esclarecimentos sobre o endividamento de governos de Estados e prefeituras. A iniciativa partiu do deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), que questiona o papel de Augustin, pois, ao mesmo tempo em que trata desses temas federativos, ele estaria ligado à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Marchezan Júnior havia questionado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a questão na semana passada, quando este esteve na Câmara. Na ocasião, Mantega negou que Augustin atuasse em campanha e atribuiu essa informação a especulações na imprensa. Afiançou ainda que o secretário do Tesouro Nacional é "um grande quadro" do governo.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, seja um coordenador político da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Isso é um equívoco", disse. "Ele é só o secretário do Tesouro. Ele é republicano."

O ministro disse que o Tesouro é isento e tem regras na liberação dos limites de endividamento dos Estados. "Tem regras. E tem equipe com práticas racionais, seguindo a legislação. Os Estados governados pela oposição têm tido mais espaço fiscal. Temos comportamento republicano em relação a isso. Queremos que os Estados façam investimento", argumentou em resposta a um "ataque" anterior.

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Mais cedo, o deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS) acusou Augustin, de usar o poder de liberação do limite de endividamento dos Estados para conseguir o apoio dos governadores à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Na versão dele Marchezan, o ex-secretário executivo do Ministério Fazenda Nelson Babosa teria deixado o cargo, porque aumentou a influência de Augustin. "Você acha correto, o secretário Augustin manter os dois cargos? Vai autorizar crédito ou não, e ao mesmo tempo perguntar se o governador vai apoiar a presidente na sua candidatura à reeleição?", cutucou o parlamentar.

Mantega rebateu também críticas ao desempenho de Augustin à frente da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul. "A fala sobre o Augustin é injusta. Infelizmente ele não está aqui pra respondê-la. Não conheço a gestão dele no Rio Grande do Sul, mas respondo pela gestão dele no Ministério da Fazenda", declarou Mantega.

O ministro ressaltou que não é um arbítrio do secretário a decisão de liberar recursos, explicando que, após a solicitação do Estado, o Tesouro envia uma missão para verificar as contas. Se as contas melhoraram, está apto a ter o espaço fiscal liberado. "É assim que funciona. E eu supervisiono tudo que acontece." Mantega disse que o Tesouro segue à risca a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O superávit primário do Governo Central em maio, de R$ 5,956 bilhões, é recorde para o mês, informou o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, é um resultado significativo, porque maio não é tradicionalmente um mês de primários "amplos". Ele destacou também que o Governo Central (que inclui Tesouro Nacional, Previdência e outros entes da federação) atingiu R$ 33 bilhões de superávit acumulado do ano, próximo ao valor de R$ 40 bilhões estabelecido como meta para até o fim de agosto

"Até maio, o resultado é muito positivo, o que demonstra uma tendência forte e positiva no ano e de tranquilidade para o cumprimento do primário", afirmou o secretário a jornalistas na tarde desta terça-feira, 25, ao comentar o balanço fiscal de maio, divulgado mais cedo.

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Os dados do Tesouro mostram que o governo colocou um pé no freio dos investimentos. Até abril, o investimentos cresciam em um ritmo de 8,8%, mas a expansão desacelerou para 2,3%. Os gastos com os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) avançavam até abril 22,7%, ante 15,7% até maio.

Contingenciamento

Augustin relatou que, se for necessário, o governo vai rever o contingenciamento de despesas do Orçamento da União. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro que, se for preciso cortar despesas para atingir o compromisso de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, a medida será tomará.

O secretário do Tesouro não quis adiantar, porém, se haverá mudança no próximo decreto de contingenciamento, previsto para julho. Ele disse que o superávit do Governo Central em junho será bom, mas que é preciso esperar o último dia útil do mês, quando há um ingresso forte de recolhimento de receitas. O secretário disse que não está em consideração cortar investimentos.

Após a divulgação dos resultados do Governo Central de abril, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, destacou o fato de o governo central já ter cumprido 68% da meta do segundo quadrimestre, que é de R$ 40 bilhões. Segundo ele, já considerando os dados do Banco Central até março e do Tesouro até abril, o superávit realizado até agora é de R$ 27,2 bilhões. O BC divulga os dados de abril na sexta-feira, 31. Não havia meta para o primeiro quadrimestre porque o primeiro decreto de programação orçamentária sofreu atraso na sua divulgação.

Augustin ressaltou também que, em 12 meses, o resultado primário é positivo em R$ 70,1 bilhões nominal, o quarto melhor valor da série histórica. Ele lembrou que a meta do Governo Central para este ano é de R$ 63 bilhões, já considerando um abatimento de R$ 45 bilhões de desonerações e investimentos do PAC. Por isso, o resultado em 12 meses está acima da meta. "Acho que teremos condições de ter um resultado um pouco maior que a meta de R$ 63 bilhões. Ou seja, um abatimento menor que R$ 45 bilhões. Talvez a gente não precise abater todo os R$ 45 bilhões", afirmou. Augustin disse, no entanto, que a possibilidade de abatimento já projeta um superávit primário menor este ano do que em anos em que o Tesouro trabalhou com a meta cheia.

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O secretário informou também que o superávit de abril se deve ao aumento das receitas do Tesouro em R$ 21,8 bilhões em relação a março, apesar de as despesas terem crescido R$ 10,46 bilhões. As despesas da Previdência subiram R$ 3,76 bilhões em abril ante março, dos quais R$ 3 bilhões foram pagamento de precatórios e sentenças judiciais.

Augustin chamou a atenção ainda para o aumento nominal de 4,3% das receitas administradas em abril. Ele lembrou que essa é uma boa indicação para as receitas ao longo do ano. A tendência, segundo ele, é positiva para as receitas. O secretário destacou que em fevereiro e março as receitas apresentaram queda nominal. "Esse dado mostra que a tendência é favorável", disse. O secretário previu ainda um aumento de investimentos ao longo do ano. "Reiteramos que estamos trabalhando com um aumento maior das despesas de capital (investimentos)", disse.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta segunda-feira, 29, que as receitas no mês de março não foram altas. Segundo ele, essa foi uma das principais influências no resultado do Tesouro no mês passado, avaliado como "neutro" pelo secretário. Augustin citou ainda uma despesa atípica da Previdência Social, no valor de R$ 1,1 bilhão, como um dos destaques negativos do mês passado. Segundo ele, trata-se de pagamento de valores antigos que foi feito no mês de março, após acordo na Justiça.

Ainda sobre a Previdência Social, o secretário afirmou que houve déficit de R$ 5 bilhões em março. A previdência urbana registrou superávit, enquanto a rural registrou déficit. "Continuamos com tendência boa na previdência urbana, conforme já ocorreu no ano passado", afirmou.

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As contas do Governo Central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) registraram um superávit primário de apenas R$ 285,7 milhões em março. Depois do superávit recorde de janeiro (R$ 26,19 bilhões) e do pior resultado para meses de fevereiro (déficit de R$ 6,412 bilhões), o saldo de março mostra uma pequena reação, de acordo com o Tesouro.

Na expectativa de Augustin, o resultado do superávit primário de abril deverá ser "bem melhor". Ele não quis apresentar projeções, mas explicou que sua previsão foi feita porque abril é um mês sazonalmente melhor e também porque há pagamento de Imposto de Renda de Pessoa Física.

O secretário salientou também que a queda nominal das receitas em março, conforme divulgou a Receita Federal nesta segunda-feira, não é uma tendência para o ano. Ele não quis apresentar projeções e comentou apenas que a expectativa para o ano é de "um crescimento importante" dos investimentos.

Segundo semestre

O secretário do Tesouro Nacional disse que espera uma melhora da arrecadação no segundo semestre. Isso se dará, de acordo com ele, principalmente por causa dos efeitos esperados para a economia. "Mesmo no segundo trimestre, o resultado de arrecadação deve melhorar.

O secretário comentou que os efeitos das desonerações podem impactar os resultados, mas disse esperar que a retomada da atividade econômica, após as práticas adotadas pelo governo, seja mais forte. "As desonerações foram feitas com o objetivo de melhorar a capacidade da economia e de responder depois de um momento difícil decorrente da crise. Isso está acontecendo, os dados mostram isso, mas é óbvio que havendo desonerações, há arrecadação menor", considerou.

O Ministério da Fazenda esclareceu, na tarde desta sexta-feira, que o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ao se referir, pela manhã, à ampliação dos instrumentos privados de financiamento de longo prazo, citou o uso de compulsórios bancários no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) apenas como exemplo.

"O governo quer fazer com que o setor privado, e não diretamente o BNDES, passe a assumir o financiamento de longo prazo. Então, nesse sentido nós temos várias ações que vão desde ter um perfil de dívida pública externa como base de financiamento e as debêntures", disse Augustin durante o evento sobre o balanço da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2).

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"Quando nós lançamos o PSI recentemente, ele introduziu um sistema no qual o setor privado possa diretamente participar do PSI usando recursos de depósitos compulsórios. O governo está estudando isso, a ampliação desse mecanismo, pois é muito importante a participação do setor privado no financiamento de longo prazo", completou o secretário, dando a entender que a ampliação poderia se dar no mecanismo ligado ao Programa de Sustentação do Investimento.

Posteriormente, no fim da cerimônia, Augustin disse ter usado apenas um exemplo. "O que eu disse é que nós temos uma política que se coloca em vários mecanismos. Dei como exemplo uma política já lançada. Era apenas um exemplo. Não estava me referindo a nenhum dos estudos que temos para novos mecanismos. Como eu disse, a palavra é estudo. O governo está avaliando. O governo considera isso um objetivo importante. O PSI é um exemplo de ação já realizada, ou seja, já está rodando o programa em que o banco privado diretamente tem uma fonte de recurso para o financiamento do investimento. E o governo está sim estudando outras formas", concluiu Augustin.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse na manhã desta quinta-feira que o governo estuda ampliar o mecanismo que permite o uso de parte dos depósitos compulsórios pelos bancos privados para financiamentos de longo prazo, dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

"Estamos sempre estudando formas de ampliar isso e termos instrumentos que façam com que tenhamos maior participação do setor privado nos financiamentos de longo prazo. Vamos anunciar medidas no momento oportuno", disse Augustin.

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O secretário do Tesouro citou outros mecanismos já adotados para que o setor privado possa ocupar espaço nesses financiamentos, aliviando a participação do BNDES, como os incentivos fiscais para as emissões de debêntures de infraestrutura.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse nesta quinta-feira que é contra a ideia de que Estados e municípios emitam títulos da dívida mobiliária. Na quarta-feira (20), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu a mudança do indexador da dívida de São Paulo com o Tesouro e disse que o governo paulistano considera como uma proposta para aumentar a capacidade de investimentos do Estado a possibilidade de emissão de títulos pelo próprio município.

Augustin disse que este assunto não foi discutido na reunião que teve com Haddad. "Eu não tenho visto neste período nenhum movimento neste sentido. Mas posso adiantar que o Tesouro não é a favor de que Estados e municípios lancem títulos da dívida mobiliária. A legislação não permite e nós achamos que a lei está muito correta em não permitir", disse.

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O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, descartou um forte crescimento das receitas nos primeiros meses, mas ressalvou que o aumento será sentido ao longo do próximo ano. Ele justificou que as receitas demoram mais tempo para ganhar velocidade de recuperação, após a retomada da economia. "A receita vai ter efeito defasado, ainda há um atraso em relação à atividade econômica", afirmou Augustin, nesta sexta-feira (28), em entrevista à imprensa para comentar o resultado das contas do governo central, em novembro.

O secretário avaliou que 2010 e 2013 têm características semelhantes, tanto do ponto de vista do crescimento quanto da receita. "A economia já está reagindo. Reposicionamos juros e câmbio, o que foi significativo. Teremos redução de custos, como o de energia, desonerações e tudo isso tem efeito econômico. A economia tem fundamentos e motivos para crescimento mais forte ou mais fraco e os fundamentos apontam para um crescimento mais forte no ano que vem."

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Emissão externa

Segundo Augustin, uma nova emissão externa deve ser feita, provavelmente em dólar, no início do ano que vem. Ele esclareceu que o Tesouro pretendia ir ao mercado ainda em 2012, mas optou por deixar para o começo de 2013, já que as janelas de fim de ano são menores.

"Mas isso não muda nossa estratégia de fazer emissões qualitativas para que as nossas empresas possam continuar tendo uma curva em dólar ou real no exterior", declarou. Ele disse que, depois das emissões externas do Tesouro, as empresas brasileiras conseguiram captar com taxas recordes menores.

Arno estima que a próxima emissão deva ser em títulos em dólar, de dez anos, e com as taxas mais baixas da história. "Nós vamos mostrar que o Brasil foi ao mercado e tem fundamento para que os investidores possam comprar bônus do País sabendo que a curva soberana está bem."

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou na manhã desta terça-feira que a crise internacional exige do governo ações anticíclicas, o que requer redução dos custos de produção e aumento de competitividade. Segundo Augustin, a economia do Brasil "está reagindo no quarto trimestre".

Em palestra no Fórum Bloomberg: Brasil - Um Mundo de Oportunidades, em São Paulo, o secretário exibiu um slide no qual aponta que as previsões pessimistas para o PIB no período entre outubro e dezembro indicam alta de 0,8% na margem, enquanto o Credit Suisse projeta elevação de 1,3% e a consultoria LCA estima incremento de 1,5%. De acordo com Augustin, os cenários de mercado apontam PIB com alta de 4% anualizados no quarto trimestre e é viável um crescimento de 4% em 2013, pois seria manter "o ponto em que estamos".

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"O resultado da intermediação financeira no terceiro trimestre foi caudado pela queda de juros", disse. "Isso foi um fator não recorrente", acrescentou. Ele destacou que a alta do PIB de 0,6% entre julho e setembro, ante o trimestre anterior, foi um resultado importante.

Augustin disse que o governo está trabalhando para reduzir custos e aumentar a competitividade no País. Ele citou a redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central e, segundo ele, esse nível mais baixo veio para ficar.

"Reduzir juros significa reduzir rentabilidade, mas também, significa reduzir custos", disse o secretário, ressaltando que a taxa de juros real já está perto de 1%. Augustin também disse que o câmbio acima de R$ 2,00 está mais próximo da realidade. Ele acrescentou que o governo está trabalhando nas duas variáveis e que acredita que no próximo ano, "se houver algum ajuste no câmbio, não terá tanto impacto na inflação".

Augustin ainda afirmou que a política de câmbio do governo visa reduzir volatilidade. Ele ressaltou que a postura do Poder Executivo é tornar a cotação do real ante o dólar "mais realista", embora tenha ressaltado que o câmbio é flutuante. "O governo não tem nenhuma meta para o câmbio", destacou.

Investimento

O secretário citou também o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) anunciado recentemente pelo governo, que envolve R$ 100 bilhões. "Reduzimos também a TJLP, para 5% e vamos conceder crédito de baixo custo", afirmou Augustin, ponderando que o governo não acha que cabe só ao setor público fazer isso. Pelo contrário, disse o secretário, o governo vai continuar a incentivar o setor privado a também conceder crédito de baixo custo.

Augustin afirmou que as medidas de estímulo vão continuar neste ano e no ano que vem. "Estamos constantemente monitorando a conjuntura", afirmou. O secretário ressaltou que a desoneração de impostos que o governo está realizando para a redução dos custos das empresas deve ter continuidade pela administração Dilma Rousseff. "O programa de redução tributária está longe do fim", disse, chamando a atenção para a redução das despesas de energia para companhias e famílias que deve vigorar a partir de 2013.

Infraestrutura

Sobre os vários setores de infraestrutura que o governo tem focado, não há nenhuma meta de investimentos e nem de retorno, segundo o secretário. De acordo com ele, isso cabe ao setor privado. Porém, ele acrescentou que "se o governo reduz os riscos, o custo se reflete em ganho para o investidor". "E qual o problema disso?", questionou.

Augustin afirmou também que a redução de barreiras à entrada do setor privado no segmento de portos era necessária para aumentar a oferta de serviços de logística a empresas no Brasil. "Nesse contexto, a licitação de portos será por menor tarifa e maior movimentação" de cargas, destacou.

De acordo com o secretário, o programa de infraestrutura desenvolvido pelo governo, que envolve vários setores, como o de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias é "mudança estrutural para médio e longo prazos para o Brasil. Segundo ele, tais fatores vão permitir maior crescimento do País no futuro.

Ele afirmou ainda que a taxa de retorno em projetos de infraestrutura é "definida pelo mercado". Augustin ressaltou que a "tendência de queda da taxa de retorno no Brasil é irreversível". Segundo ele, os juros básicos da economia e dos títulos financeiros estão caindo e "é razoável a queda da taxa de retorno", que é definida por condições básicas da economia.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta segunda-feira (10) que é possível que haja uma nova captação externa ainda neste ano, mas ainda não há uma data. "Nós vamos definir sempre a partir do que a gente chama de captação qualitativa, com taxas melhores e melhoria do perfil da nossa dívida, para que as nossas empresas possam captar a juros menores. As captações não têm o objetivo de rolar a dívida", disse na cerimônia de encerramento de ano do PT, em Porto Alegre. Augustin afirmou ainda que não está definido qual será o tipo de título ou moeda usada na operação.

Augustin disse também que o governo tem trabalhado para evitar um excesso de volatilidade no câmbio, mas reafirmou que não há um valor para o dólar. "Nossa política de longo prazo é de evitar uma valorização excessiva do dólar", afirmou.

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O secretário disse ainda que, mesmo com o crescimento baixo, o Brasil fecha o ano com melhores condições de competitividade. "Crescimento baixo é normal quando há uma crise de grande relevância. O Brasil conseguiu aproveitar a crise para se reposicionar", disse, complementando que essas condições são a nova taxa Selic e a taxa de câmbio.

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