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Condenados em 2017 por violação das normas contra a lavagem de dinheiro em transações, dois ex-diretores do banco do Vaticano (IOR) foram absolvidos em apelação por um tribunal civil - informou a agência de notícias italiana Ansa.

O ex-diretor-geral Paolo Cipriani e seu ex-vice Massimo Tulli foram condenados em 2017 a quatro meses e dez dias de prisão com suspensão condicional da pena por infringirem as normas antilavagem de dinheiro em transações em 2010.

Eles foram demitidos de seus cargos em 2013, um ano depois da polêmica saída do presidente do banco.

"É uma história terrível, vamos conseguir voltar a viver", comentaram à agência Ansa após a decisão de juízes em Roma. "Só fizemos duas transações bancárias regulares, de 20 milhões de euros e 3 milhões de euros, mas que depois foram apreendidos", completaram.

A investigação começou no fim de 2010 com o embargo de 23 milhões de euros que pertenciam oficialmente ao IOR (Instituto para as Obras de Religião, sua denominação oficial), após o registro de várias movimentações suspeitas para Itália e Alemanha.

O dinheiro foi transferido pelo banco do Vaticano para um organismo de crédito italiano, Credito Artigiano, e depois três milhões de euros foram enviados para a "Banca del Fucino" e 20 milhões ao JP Morgan Frankfurt.

Cipriani e Tulli foram condenados, porque não respeitaram as normas contra a lavagem de dinheiro, pois não apresentaram determinadas informações ao JP Morgan.

Os dois diretores também foram condenados em fevereiro de 2018 pelo tribunal do Vaticano a devolver à instituição o valor das perdas relacionadas com sua má gestão.

O IOR, que já teve o nome envolvido em vários escândalos de lavagem de dinheiro da máfia siciliana, foi submetido a uma importante operação de limpeza e chegou a encerrar 5.000 contas com o objetivo de apresentar uma transparência fiscal maior.

Ex-executivos da Siemens disseram à Polícia Federal que Everton Rheinheimer, delator do cartel metroferroviário, tinha participação no conluio entre multinacionais do setor. Em depoimento à PF, de 7 de novembro, o engenheiro eletricista Peter Andreas Gölitz atribuiu a Rheinheimer atuação nos acordos com empresas para as licitações em São Paulo.

Gölitz é um dos seis lenientes que assinaram o acordo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 22 de maio, para revelar os movimentos do cartel nos governos do PSDB em São Paulo, entre 1998 e 2008. Ele afirmou que "era feita uma simulação dentro da Siemens sobre o preço mínimo que a empresa poderia fazer sem levar prejuízo".

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Depois, disse Gölitz, esse estudo era repassado para Rheinheimer, seu superior hierárquico, então diretor da divisão de transportes da Siemens que, por sua vez, se reportava a Newton José Leme Duarte, também do escalão superior da companhia. Gölitz disse acreditar que "Rheinheimer se encontrava com diretores de outras empresas para ajustar a conduta de todas as empresas."

Rheinheimer fez delação premiada na PF em 14 de outubro. Ele fez revelações em cinco páginas sobre pagamento de comissões a políticos. Afirmou que as "contribuições" eram acertadas com diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô.

Segundo ele, "às vezes os repasses eram mensais, em outros casos ocorriam durante a execução do contrato". Contou que "os diretores" das estatais é que disseram a ele que as "contribuições" iam para políticos.

Rheinheimer declarou que um lobista "represava" parte dos repasses, o que "desagradava os políticos". Falou, ainda, sobre um jantar na casa do lobista, que reuniu políticos.

Outro leniente, o administrador Daniel Mischa Leibold, que trabalhou na multi alemã entre 1990 e 2008, disse à PF que Rheinheimer fazia "negociações com outras empresas do setor para a formação de consórcios ou subcontratação".

Ronaldo Cavalieri, que trabalhou na Siemens entre 1978 e 2008, relatou à PF que autorizou pagamentos para a Procint e a Constech, consultorias de Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira. As autorizações, segundo ele, sempre tinhas as assinaturas de Rheinheimer.

Segundo a PF, a Procint e a Constech eram intermediárias no pagamento de propinas a autoridades. O criminalista Eduardo Carnelós, que defende Arthur Teixeira, dono da Procint, rechaça com veemência a suspeita policial. "O sr. Arthur é um profissional de reputação, jamais foi lobista ou pagador de propinas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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