Os brasileiros são os passageiros de avião que mais apostam em serviços via smartphone para facilitar o embarque, em comparação com o resto do mundo. Levantamento feito pela Sita, empresa de tecnologia aeroportuária, revela que 43% dos viajantes do País usam regularmente esse tipo de celular para reservar e comprar voos, enquanto a média global é de 31%.
A pesquisa, realizada com 6,3 mil passageiros em 15 países no ano passado, também mostra que os brasileiros têm as maiores expectativas em relação a serviços mobile: 65% gostariam que a companhia remarcasse o voo automaticamente em caso de atrasos, enquanto no mundo esse índice é de 55%. Já os que acreditam que vão usar mais o celular daqui a dois anos em funções voltadas para a aviação são 71%, contra 57% na Europa e 50% nos Estados Unidos.
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"Uso smartphone para tudo: comprar passagens, fazer check-in. Assim que lançaram os aplicativos das companhias aéreas, já baixei", diz a auxiliar de administração Larissa Valéria, de 18 anos, que viaja semanalmente.
O médico Júlio César Ayres Ferreira, de 39 anos, aderiu às tecnologias para agilizar sua passagem pelos aeroportos. "Além de usar para as operações de embarque, tenho aplicativos das empresas aéreas e de outras relacionadas à aviação, como de reserva de passagem e hospedagem." Para ele, a liderança brasileira no uso dos smartphones tem a ver com o perfil da população. "O brasileiro adora tudo que é fácil", afirma.
Vice-presidente da Sita no Brasil, Mauro Pontes aponta que o País tem a tendência de "entrar na novidade" sem resistência. "O brasileiro adota tecnologias novas mais rápido. O americano é reticente, espera virar moda. Na Europa, as pessoas são mais conservadoras: elas só adotam uma nova tecnologia se for prática e simples."
O diretor de Tecnologia da Informação (TI) da Gol, Paulo Palaia, atribui os números à "precariedade" dos serviços no Brasil. "O crescimento desordenado das cidades, a falta de infraestrutura, o consumo não sustentável dos recursos. Tudo isso faz com que o brasileiro busque por si só alternativas e soluções tecnológicas colaborativas."
Agilidade
A disseminação do uso de serviços via celular é a maior aposta dos aeroportos e empresas aéreas para os próximos anos. "Fazer check-in, despachar bagagem, passar pelo raio x e controle de passaportes aborrece. O que administradores de aeroportos querem é deixar esse processo mais simples", afirma Pontes.
"Assim, o passageiro poderá desfrutar do aeroporto para fazer compras, ir a restaurantes, buscar opções de entretenimento. É quase como um grande shopping de luxo." O foco a curto prazo das empresas é chegar a 100% do check-in via smartphone, o que limitaria as filas do serviço nos aeroportos ao despacho de bagagens.
A TAM calcula que seus canais eletrônicos (apps, site e totens de autoatendimento) permitem uma economia de até 50% do tempo necessário para efetuar o embarque. No ano passado, cerca de 52% dos embarques realizados pela empresa no Brasil usaram alguma modalidade de check-in antecipado.
Já a Gol afirma que, de janeiro de 2014 a janeiro de 2015, houve aumento de 95% no número de check-ins efetuados por smartphones. "O espaço físico nos aeroportos é limitado e a demanda, crescente. Não tem como colocar mais balcões de atendimento. Temos de fazer com que o passageiro passe rapidamente pelo aeroporto", diz Palaia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.