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Uma falha humana pode estar por trás do bloqueio do cargueiro Ever Given no Canal de Suez, indicou neste sábado a autoridade responsável pela via, que conecta os mares Vermelho e Mediterrâneo e que 300 embarcações aguardam para atravessar.

O navio, de mais de 220 mil toneladas e com tamanho equivalente a quatro campos de futebol, está encalhado desde a última terça-feira (23) no sul do canal, localizado em território egípcio e pelo qual passam 10% do comércio marítimo internacional, segundo especialistas.

Apesar de o incidente ter sido inicialmente atribuído aos fortes ventos e a uma tempestade de areia, Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal de Suez (SCA), afirmou que "os fatores meteorológicos não foram as únicas razões", e citou "outros erros, humanos ou técnicos".

O bloqueio gera atrasos importantes na entrega de petróleo e outros produtos, que tiveram repercussão no preço da commodity na última quarta-feira. Segundo Rabie, o Egito perdia entre 12 milhões e 14 milhões de dólares por dia de canal fechado. Para a revista especializada "Lloyd's List", o cargueiro bloqueia o equivalente a 9,6 bilhões de dólares em carga diariamente.

- Dias ou semanas? -

Os esforços se multiplicam desde quarta-feira para desencalhar o navio. Escavações avançam nas margens, e dragas removem a terra sob a embarcação desde ontem, para facilitar o trabalho dos rebocadores. "Podemos acabar hoje ou amanhã, em função da reação do navio às marés. Colocamos em prática outros planos de emergência", informou Rabie.

Outras fontes estão menos otimistas e acreditam que remover o navio não será fácil. "Com os barcos que teremos no local, a terra que já conseguimos dragar e a maré alta, esperamos que isso seja suficiente para desencalhar o navio no início da próxima semana", disse Peter Berdowski, diretor executivo da Royal Boskalis, a matriz da Smit Salvage, a empresa holandesa contratada para ajudar na operação. Se isso não for suficiente, será necessário retirar os contêineres, para reduzir o peso do cargueiro, advertiu Berdowski, uma solução que levaria muito mais tempo.

A última opção teria como consequência um grande atraso na retomada do tráfego, estimou o especialista Nick Sloane. O mais rápido seria usar dragas e remover a areia, para permitir que o navio volte a flutuar", apontou.

- Maré alta -

O proprietário do Ever Given espera que o mesmo possa ser desencalhado na madrugada deste domingo. "Estamos eliminando os sedimentos com ferramentas de dragagem adicionais", afirmou Yukito Higaki, presidente da empresa japonesa Shoei Kisen, proprietária do navio, informou a imprensa do Japão. Já a empresa contratada para a operação de liberação do navio mostrou mais prudência e chegou a citar "dias ou até semanas" para resolver o problema.

A gigante do transporte marítimo Maersk e a alemã Hapag-Lloyd informaram ontem que estudavam a possibilidade de desviar seus navios e passar pelo Cabo da Boa Esperança, um desvio de 9.000 km e pelo menos sete dias adicionais de viagem ao redor do continente africano.

Uma maré alta esperada para domingo à tarde pode "ser de grande ajuda" para as equipes técnicas que tentam liberar o navio, afirmou à AFP Plamen Natzkoff, especialista da VesselsValue. "Se não conseguirem liberar o navio, a próxima maré alta não acontecerá antes de 15 dias, o que pode ser problemático", completou.

Quase 19.000 navios utilizaram o canal em 2020, segundo a SCA, o equivalente à média de 51,5 por dia. Um relatório da Allianz Global Corporate & Specialty sobre segurança marítima aponta que o "Canal de Suez apresenta um excelente balanço de segurança em seu conjunto, e os incidentes de navegação são extremamente raros, com 75 incidentes na última década".

Relatório da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) concluiu que houve falha humana na colisão entre trens na Estação Ipiranga, Zona Oeste do Recife, ocorrida em fevereiro deste ano. O acidente resultou em mais de 60 pessoas feridas.

Segundo a CBTU, a responsável pelo acidente foi a condutora do trem que atingiu o outro parado. O relatório diz que a metroviária fez uma manobra de alteração de velocidade deliberadamente, sem autorização do centro de controle.

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A segunda falha apontada teria sido a desatenção. A condutora estava acompanhado de uma maquinista no momento da batida. Elas conversavam durante o trajeto. A CBTU conclui que a conversa distraiu a funcionária, não dando tempo para ela frear o trem.

De acordo com a companhia, a composição parada poderia ter sido visualizada a cerca de 200 metros de distância, mas a condutora só acionou o freio a cerca de 34 metros.

A comissão investigativa apontou algumas dificuldades encontradas durante a apuração, entre as quais, qualidade e posicionamento ruim das câmeras e qualidade baixa das gravações das comunicações entre maquinistas. Foi recomendada a melhoria dos equipamentos e restrição do rol de pessoas que têm acesso à cabine dos trens e as situações em que isso é possível.

A CBTU informou que irá instaurar Processo Administrativo Disciplinar (PAD) no qual serão garantidos os princípios da ampla defesa e contraditório. A empresa também irá avaliar as recomendações presentes no relatório.

O choque de dois trens na semana passada no sul da Alemanha foi provocado por falha humana de um manobrista, informou nesta terça-feira (16) a procuradoria. "Não há qualquer indício relacionado com um problema técnico. Trata-se de um erro humano", afirmou o promotor de Traunstein (sudoeste), que investiga o acidente.

Segundo ele, o manobrista foi indiciado. Onze pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas no choque entre dois trens regionais no sul da Alemanha no último dia 9, em um dos acidentes ferroviários mais graves dos últimos anos no país.

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O acidente ocorreu próximo da localidade de Bad Aibling, no estado da Baviera, cerca de 60 quilômetros ao sudeste de Munique, no sul da Alemanha. O choque aconteceu na linha que liga Rosenheim e Holzkirchen. De acordo com a companhia ferroviária, os dois trens ficaram "encaixados" um com o outro e "descarrilaram parcialmente".

O choque foi "frontal" e ocorreu em uma linha de uma única via. Nos últimos anos ocorreram vários acidentes na Alemanha, mas não tão graves quanto o de Bad Aibling. Em abril de 2012, três pessoas morreram e 13 ficaram feridas em Offenbach (Hesse, centro).

Em 1998, um InterCity Express, um trem de alta velocidade que ia de Munique (sul) a Hamburgo (norte) descarrilou e 101 pessoas morreram em Eschede (norte). Este foi o mais grave acidente na Alemanha desde 1945, quando 102 pessoas morreram perto de Munique.

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