Tópicos | falta de incentivo

Na data de hoje (24), é celebrado o Dia Mundial da Ciência, que visa destacar a principal contribuição dos estudos e avanços científicos na vida humana. Embora possua papel fundamental no desenvolvimento do mundo, os que atuam na área da ciência são constantemente desafiados por aqueles que a negam, além de não possuírem o incentivo adequado para continuar com seus trabalhos.

A bióloga, doutora em biociências, coordenadora e professora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Guarulhos (UNG), Letícia Ruiz Sueiro, pontua que os maiores desafios para atuar como cientista no Brasil estão ligados ao baixo financiamento e incentivos que poderiam fomentar a ciência e formar novos profissionais.

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De acordo com Sueiro, a realização de uma pesquisa requer investimento a longo prazo, mas muitos governos optam por bancar projetos a curto prazo. “Na visão limitada deles, o ‘retorno é mais garantido’”, lamenta.

Além da falta de investimento, Sueiro lembra que a degradação do ensino público também se torna um atraso para a ciência. “Temos menos possibilidades de recursos humanos engajados na ciência, que continuam as pesquisas tão importantes para o nosso desenvolvimento e qualidade de vida”, frisa.

Outro grande desafio é lidar com o negacionismo científico, que segundo Sueiro, ocorre por conta de diversos contextos, como redes organizadas para produção e proliferação de notícias falsas (Fake News), além de interesses políticos ligados a grandes indústrias, que temem sofrer prejuízos, em função de novas descobertas e inovações científicas.

A bióloga ressalta que o negacionismo científico também está ligado à educação básica desestruturada, desigualdades sociais e sensacionalismos midiáticos. “Entre outros fatores que embasam o negacionismo e deixam marcas profundas em toda sociedade, como é visto nos movimentos antivacina e nos negacionistas das mudanças climáticas”, exemplifica Sueiro.

 Os caminhos para ingressar na área científica

Para os que desejam atuar na área, Sueiro lembra que primeiro o estudante não deve se deslumbrar com a ciência, pois ela por si só não resolverá os problemas da humanidade. “Segundo, se engajar a partir de estudos, leituras, interações em grupos de pesquisa, além de buscar informações com outros pesquisadores e cientistas da área nas quais deseja se envolver”, orienta.

Sueiro também recomenda a realização de um estágio, pois com ele, será possível compreender como funciona o método científico, o processo de experimentos, protocolos e o dia-a-dia em um laboratório de pesquisas “Enfim, acessar a ciência em andamento a partir de professores em instituições e empresas que oferecem bolsas para projetos de iniciação científica é a melhor forma de se envolver com a prática”, finaliza.

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