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O Parlamento de Oklahoma aprovou nesta quinta-feira (19) uma lei que proíbe o aborto desde a fecundação, transformando este reduto conservador do sul dos Estados Unidos no estado com as regulações mais restritivas para a interrupção voluntária da gestação.

A votação ocorreu em um momento em que o direito ao aborto nos Estados Unidos se vê ameaçado, após o vazamento de um documento da Suprema Corte no qual se mostra disposta a revogar a decisão há 50 anos que garante esse direito.

Para entrar em vigor, o texto de Oklahoma agora precisa ser promulgado pelo governador republicano Kevin Stitt.

Inspirada em uma lei aprovada pelo Texas em setembro, a nova norma de Oklahoma abre a porta para que os cidadãos apresentem ações contra pessoas suspeitas de ter praticado um aborto.

A definição de aborto, segundo o texto, não inclui, no entanto, "o uso, a prescrição, o fornecimento ou a venda de pílulas do dia seguinte ou qualquer outro tipo de anticoncepcional de emergência".

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, qualificou a votação de Oklahoma como "a última de uma série de ataques flagrantes de legisladores contra as mulheres".

Também instou os americanos a escolherem líderes que defendam o direito ao aborto "em nível local, estadual e federal". Os Estados Unidos celebram em novembro eleições de meio de mandato.

"Isto nunca foi mais urgente", tuitou.

A organização Planned Parenthood, que defende o direito ao aborto, anunciou que "processará Oklahoma".

O governador Stitt anunciou em 3 de maio que tinha assinado uma lei que já proibia o aborto depois de seis semanas de gestação.

Embora as consultas revelem que o aborto conta com o apoio da maioria dos americanos, é um tema que provoca muita polarização desde a decisão "Roe v. Wade" de 1973, que garante o direito à interrupção voluntária da gravidez.

Se a Suprema Corte sepultar o direito em nível federal, uma decisão que deve anunciar antes do 30 de junho, ficará nas mãos dos 50 estados da União decidir se criminalizam ou não o aborto.

Espera-se que 26 estados governados por conservadores, em sua maioria localizados no centro e no sul do país, proíbam a interrupção voluntária da gravidez.

O deputado federal Pastor Eurico (PHS) fez uma declaração, durante comissão especial que analisava a possibilidade de licença-maternidade especial para bebês prematuros, em tom incisivo ao falar sobre aborto. “Defender aborto é uma ação, gostem ou não gostem, aceitem ou não aceitem, satânica, diabólica, destruidora e de espírito de matança de crianças”, disparou.

Pastor Eurico disse que a vida existe desde a fecundação. “A vida, para nós que não defendemos o aborto, existe desde a concepção. Houve a fecundação, é vida. Acabou. Não vem com outra conversa. Não vamos aceitar isso não tem nada a ver com religião coisa nenhuma, isso é posição. E dizer que as mulheres do Brasil são favoráveis isso é mentira. O Brasil não defende aborto”. 

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O parlamentar, com um objeto na mão em formato de um feto, falou que o mesmo não tem direito de defesa. “É um miserável. Gente, por favor, onde está o amor pelas mulheres e onde fica o amor pelas crianças? Nós queremos o bem das mulheres, não somos favoráveis a essa destruição em massa de inocentes. Respeitamos a todos. Exigimos respeito de cada um. Que as crianças possam ser protegidas desde a sua fecundação”, ressaltou. 

“Sou qualificado como fundamentalista, mas hoje fui promovido para insano, doido, débil mental e sem juízo. Se defender a vida é ser insano, eu quero morrer insano. Se defender as mulheres na sua essência como nós defendemos é ser insano, eu vou morrer insano”, declarou.

O deputado ainda falou que é um “absurdo” o que algumas novelas retratam. “Uma das personagens orienta o seu filho espancar uma mulher, forçar ela a atender os seus caprichos em nome de um jogo financeiro. Cadê as mulheres que defendem as mulheres?”, indagou. 

 

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