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Às vésperas das eleições municipais, o atual prefeito do Recife, Geraldo Júlio, recebeu de diversos presidentes de Federações Esportivas Pernambucanas, no último final de semana, na UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, um documento solicitando algumas ações voltadas para o esporte na cidade. Entre os principais pontos estão a criação de programas de incentivo no âmbito municipal; a inserção de pessoas ligadas à área técnica esportiva na administração da Secretaria de Esportes; e o primeiro entre todos, que diz respeito a conclusão das obras do Geraldão.

“O Santos Dumont já está com convênio firmado com o Governo Federal para iniciar a reforma e agora estamos lutando pelo Geraldão. Quando o ginásio estiver pronto, vamos conseguir trazer grandes competições para o Recife. Geraldo sabe disso e garantiu que vai trabalhar para concluir o equipamento no mais curto espaço de tempo possível”, destacou o presidente da Federação Pernambucana de Basquete, Ênio Guimarães, que esteve presente no evento.

A ação também chegou a ser realizada com o atual governador Paulo Câmara em 2014, quando ele estava no período eleitoral. Na ocasião, as propostas solicitadas se assemelhavam as atuais. Geraldo Júlio prometeu aos dirigentes estudar todas as propostas enviadas e dar uma resposta dentro de um prazo de 15 dias.

Confira as 10 pontos propostos ao prefeito do Recife pelas federações:

“01 - Término das Obras do GERALDÃO - Concentrar esforços para o término das Obras do GERALDÃO. O equipamento é a grande saída para Recife sediar eventos nacionais e internacionais, em desportos de quadra.

02 - Criar o Programa BOLSA ATLETA E PARATLETA DO RECIFE - Criação de Lei Municipal para o referido programa, visando a SELEÇÃO de atletas, paratletas e técnicos, residentes em Recife, com orientações e acompanhamento até a fase de PRESTAÇÃO DE CONTAS.

03 - Criar a LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE DO RECIFE - Criação de Lei Municipal para o referido benefício, visando a SELEÇÃO de projetos desportivos, que contemplem atletas, paratletas, técnicos e eventos, com orientações e acompanhamento até a PRESTAÇÃO DE CONTAS.

04 - Criar o CONSELHO MUNICIPAL DE ESPORTES E LAZER - Discussão do planejamento desportivo, com participação da comunidade desportiva, será essencial para a elaboração de uma política democrática para o desporto.

05 - Apoiar os Projetos Desportivos das FEDERAÇÕES AMADORAS SEDIADAS EM RECIFE - São as Federações que fazem o desporto, juntamente com seus atletas, paratletas e técnicos. Elas não recebem subvenções e já foram taxadas de “pedintes”, por algumas pessoas.

06 - Mutirão para REGULARIDADE DAS FEDERAÇÕES AMADORAS - Criar, em caráter de urgência, Comissão para Análise e Avaliação da Regularidade das Federações com pendências perante a Fazenda Municipal, com alternativas de correção.

07 - Recriar os JOGOS ESCOLARES DO RECIFE – JEREs - O evento será uma seletiva municipal para que as escolas públicas e privadas alcancem os JEPs, já na Fase Regional/Estadual. Será mais um banco de talentos para futuros alunos atletas das Instituições de Ensino Superior do Estado.

08 - RECURSOS DESTINADOS ao ESPORTE - Criar mecanismo de gestão na Prefeitura do Recife, em que a comunidade desportiva e federações possam sugerir ações e indicar melhorias.

09 - CONCURSO PÚBLICO para a Secretaria de Esportes e Lazer - Atualmente os profissionais da Secretaria de Esportes são originários de outros órgãos.

10 - A Secretaria de Esportes do Recife seja composta por profissionais da área técnica de ESPORTES - Ter conhecimento e experiência comprovados na área de atuação, facilita o entendimento, inclusive, com a comunidade desportiva.”

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As principais federações esportivas internacionais declararam que os organizadores do Rio-2016 "não fizeram o suficiente" e que "sérios problemas" ainda existem na preparação para os Jogos Olímpicos, em agosto. As entidades também apontam que são "vítimas" de decisões políticas de levar as competições para a América do Sul.

Faltando apenas três meses para o evento, o Comitê Olímpico Internacional (COI) vai enviar um grupo para permanecer na cidade brasileira na esperança de resolver a crise que, segundo os dirigentes, afeta "todos os campos de jogo".

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Pressionados, os organizadores brasileiros admitem: as expectativas não foram atendidas de forma suficiente. Mas garantem que todos sairão satisfeitos. Agberto Guimarães, diretor esportivo do Rio-2016, assumiu que nem todas as federações tiveram suas "expectativas atendidas". "Mas agradeço a paciência e garanto que sairão felizes".

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador da Olimpíada de 2016, justificou o fato de que, em 2009, o cenário da escolha do Brasil para sediar o evento era "completamente diferente".

Numa reunião nesta terça-feira em Lausanne, as federações debateram a situação do evento no Brasil e admitem que até o presidente do COI, Thomas Bach, está "preocupado" com o futuro dos Jogos. Nuzman vai apresentar os avanços na preparação durante o dia.

Marius Vizer, presidente da Federação Internacional de Judô, deixou claro que o evento apenas foi para o Rio por "uma decisão política". "Hoje, somos uma vítima disso", atacou. "Com todo o respeito, fomos vítimas de votos e de uma decisão política e agora precisamos limpar a história com falta de recursos. Para a próxima vez que uma sede for escolhida, as federações precisam ser consultadas", afirmou.

Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação de Federações Esportivas, respondeu alertando que "todos nós fomos vítimas". "Cada uma das federações tem dificuldades. Fizemos o que pudemos", afirmou.

Nuzman rebateu a crítica. "Não concordo", declarou ao ser questionado pelo Estadao.com. Mas o brasileiro foi alvo de duras cobranças. Uma das críticas veio da Federação Internacional de Ginástica (FIG), claramente insatisfeita com o evento-teste no Rio. "Temos sérios problemas com os Jogos", disse Ron Frohlich, representante da FIG durante o encontro nesta manhã ao apresentar um informe do testes realizados nos últimos dias na capital carioca.

Segundo ele, não existe abastecimento suficiente de luz diante da "falta de recursos". "Essa é uma questão de segurança", alertou, criticando também o centro de treinamento. Para ele, o lado positivo foi o "entusiasmo dos voluntários diante da situação difícil".

Ricci Bitti concordou que o que o Rio tem feito "não é suficiente". "Eles fizeram bastante. Mas perderam detalhes muito importantes em todos os campos de jogo", disse.

Segundo Ricci Bitti, o presidente do COI, Thomas Bach, também não está satisfeito. "Ele está preocupado, como eu e você", disse o italiano ao representante da federação de ginástica. De acordo com ele, o COI informou às federações que vai designar um grupo "de alto escalão" para viajar ao Rio para acompanhar a preparação e tentar resolver cada uma das crises de maneira pontual.

Ricci Bitti chegou a recomendar às federações nesta manhã que nem tentem conseguir respostas de Nuzman. "Eu acho que ele não sabe desses problemas particulares", admitiu.

Um dos membros da missão enviada ao Rio será Christophe Dubi, diretor de Esportes do COI. "Ele permanecerá no Rio por algumas semanas", disse Ricci Bitti ao Estadao.com, um dia antes da eclosão da crise. Dubi admitiu que "o que tira o sono é a quantidade de trabalho que temos até agosto".

Um dos problemas é o velódromo. Sem um evento prévio pelos atrasos nas obras, a opção em debate é a realização de um teste no final de junho entre atletas de alto nível.

O presidente da World Rugby - a federação internacional de rúgbi -, Bernard Lapasset, também aponta para a necessidade de melhorias das condições para o seu esporte no Rio. Segundo ele, a grama, a arquibancada e a iluminação do local onde ocorre sua modalidade, em Deodoro, ainda preocupam.

A reportagem ainda presenciou como técnicos da federação de rúgbi alertavam para os "enormes desafios" que ainda contam e da necessidade de pressionar Eduardo Paes, o prefeito do Rio, por soluções.

Oficialmente, o COI garante que "ótimos progressos" foram feitos pelo Rio. Ricci Bitti, porém, indicou uma realidade diferente e revelou que, durante as visitas na semana passada ao Brasil, as federações deixaram claro que os problemas eram importantes.

Ao Estadao.com, na segunda-feira, Ricci Bitti admitiu que "no Rio, esse número de questões a serem resolvidas é maior que nas edições passadas". Ironizando, ele apontou a "cultura do último minuto está fortemente desenvolvida no Brasil".

IMPEACHMENT - O encontro ainda foi marcado por dúvidas sobre o futuro político do Brasil. "Queremos saber sobre qual é o impacto e possíveis riscos do impeachment para o evento", questionou Matt Smith, da Federação Internacional de Remo.

Nuzman respondeu que "não teremos qualquer tipo de problemas". "Não estamos envolvidos e os Jogos vão ocorrer de forma normal". Após o evento, procurado por uma agência internacional de notícias e o Estadao.com, Nuzman indicou que não falaria do impeachment e seu impacto. Mas questionado sobre quem levaria a tocha olímpica quando ela chegar ao Brasil, fez um silêncio e apenas respondeu: "Isso não me diz respeito".

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