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O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse neste sábado, 29, durante evento com participação dos ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que os sem-terra não são inimigos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nós elegemos o governo Lula e vamos defender o governo Lula", declarou Stédile, apontando o Banco Central (BC), o capital financeiro e o "agronegócio predador" entre "os verdadeiros inimigos" do governo. Ele ponderou, no entanto, que o MST tem autonomia ideológica.

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Stédile deu as declarações em discurso no lançamento da IV Feira Nacional da Reforma Agrária, que aconteceu no centro de São Paulo junto com a inauguração de uma escola de cozinha comunitária, cujos equipamentos foram doados pela empresária Luiza Helena Trajano, dona do Magazine Luiza.

A cerimônia aconteceu neste sábado na esteira das ocupações de terra, realizadas ao longo deste mês, criticadas pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para quem as ações recentes do MST podem ser comparadas às invasões a sedes dos Três Poderes da República no dia 8 de janeiro.

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Durante o evento, Stédile falou da mudança do papel do movimento nos últimos 40 anos. "No início, a gente achava que bastava conquistar terra que os problemas estariam resolvidos. Agora, nós compreendemos que a função da reforma agrária, da agricultura, é produzir alimentos para todo o povo."

Programa emergencial de reforma agrária

Pouco antes, Teixeira prometeu ao MST que o "próximo passo" do governo Lula é lançar um programa emergencial de reforma agrária. Ele também criticou as movimentações no Congresso para instalação da CPI do MST.

"Não tem objeto para investigar o MST", disse Teixeira em seu discurso, expressando solidariedade ao movimento.

O ministro defendeu que se existe algo a ser investigado é a grilagem de terra ocorrida durante a administração do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) em regiões como o sul do Pará e do Amazonas, bem como o norte do Acre.

Além de mencionar a política de valorização do salário mínimo e a atualização da tabela do imposto de renda para que brasileiros que ganham até dois salários mínimos tenham direito à isenção, o ministro do Desenvolvimento Agrário frisou que o grande desafio do governo é tirar o Brasil do "mapa da fome".

Nesse ponto, apontou também retrocessos nas políticas públicas que devolveram brasileiros à miséria nos últimos seis anos. "Trinta e três milhões de brasileiros precisam ser alimentados", assinalou Teixeira.

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