Tópicos | Florisvaldo Souza

Em meio às discussões políticas, alianças e estratégias para as eleições em 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) se articula para o surgimento de uma reforma política no Brasil. O assunto já é tema de debates internos da legenda e possui várias propostas, entre elas, o financiamento público de campanha.

Segundo o secretário Nacional de Organização do PT, Florisvaldo Souza, o projeto é uma iniciativa popular que foi aprovada em congresso realizado pelo partido. Em seguida, foi acatado como uma das prioridades da legenda para 2013, assim como o Processo de Eleição Direta (PED). “É necessária uma reforma política no Brasil, da qual o sistema não comporta mais o avanço da democracia. As eleições ficaram muito caras, está cada vez mais difícil para as mais pessoas que são ‘normais’ entrar numa disputa política aqui no Brasil”, esclarece.

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Para Souza, que sai em defesa da forma de atuação do PT, o foco da proposta está na oportunidade de oferecer que qualquer cidadão possa tentar uma vaga política, caso haja interesse. ”O PT foi exemplo de permitir que as pessoas, presidentes de sindicais, trabalhadores, donas de casa, participassem da política, mas o alto custo de uma campanha eleitoral vai dificultando. O processo atual só elitiza a política e nós queremos fazer um processo para democratizar mais a política brasileira. E só acreditamos que seja possível com um amplo processo de reforma política”, alega.

O petista explica que nesse processo de reestruturação, além da questão principal do financiamento de campanha, os membros da legenda querem o financiamento público de campanha. “É importante sempre ressaltar que a maior parte das denúncias, de corrupção e essas questões estão relacionadas e tudo isso advém da forma de financiamento da política, das formas de financiamento das campanhas eleitorais”, argumentou Florisvaldo Souza.

A sugestão do PT é que se mude a forma atual de como funcionam as campanhas para permitir que a sociedade tenha um maior controle do que acontecesse no dia a dia da política. Outro ponto inserido nas pautas do PT é a atuação do gênero feminino. “Defendemos um avesso maior na participação das mulheres da política, estabelecendo a paridade, e que o congresso e as Câmaras de Vereadoras sejam compostos por metade homem, metade mulheres, assim como é na sociedade”, apresentou o secretário.

Uma terceira e última observação do Partido dos Trabalhadores é a formação de uma equipe específica para tratar da reforma política. “Para que essas mudanças sejam realmente efetivas, teria que ser por um congresso exclusivo, eleito pelo povo, para trabalhar uma nova proposta e promover essa reforma política porque um congresso que seja eleito exclusivamente para isso, ele não tem contaminação que já existe na atual composição de forças das câmaras e do senado”, sugere Souza.

As divergências entre PT e PSB mesmo com a negação que não houve ruptura, como declarou recentemente o deputado federal João Paulo (PT), podem sem percebidas desde os discursos pontuais do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a temas colocados para a sociedade. Em passagem por Recife na última quarta-feira (5), o secretário Nacional do PT, Florisvaldo Souza afirmou não apoiar a unificação eleitoral defendida por Campos. 

Para o governador, a unificação das eleições diminuiria a perda de tempo com o calendário eleitoral a cada dois anos. Na sua proposta, os eleitores deveriam escolher todos seus representantes de vereador a presidente da república de uma só vez, a cada quatro anos. A mesma sugestão é aprovada pelo deputado estadual Zé Maurício (PP)

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Já para o petista Florisvaldo Souza a unificação desvia o fato real da política porque há coisas distintas em cada campanha. “Se você unificar a eleição, o discurso que sempre vai tomar caminho, que vai dar uma direção é do da presidência da república. É claro que é aquilo que mexe com cada um de nós, que cuida de nossas vidas, e daí que sai os salários, que sai às melhorias ou as condições de vida das pessoas”, argumentou.

O secretário Nacional do PT acredita que uma mudança como esta, sugerida pelo governador, poderia esconder a importância da escolha municipal, por exemplo. “Numa unificação, a questão local fica renegada e eu acho muito importante isso. Portanto, da forma como está eu acho que é melhor, mais democrático, isso não altera nos custos de campanha e permite com que as pessoas numa campanha discutam as questões mais gerais, através do presidente da república, dos deputados federais, senado e deputados estaduais e governadores e numa outra, você discute a sua cidade”, justifica.

Para o petista, a unificação vai pender sempre para a questão nacional ligada ao candidato da presidência. “Não dá para misturar os dois debates. Se discutir a cidade e a república ao mesmo tempo, aí você só vai discutir os temas da república e nós não podemos esquecer nunca que cada um de nós tem a sua cidade o local que você vive é a tua cidade e aí, é que você tem que cuidar também. Então, tem que ter esse espaço da eleição municipal onde você vai discutir o local que você vive”, defende Souza.

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