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O Democratas (DEM) pode liderar uma chapa para disputar, pela primeira vez, o comando da Presidência da República. A tese vem sendo reforçada nos últimos dias, com as articulações para o credenciamento do nome do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), para a corrida em outubro. O DEM, que é a nova roupagem do antigo PFL desde 2007, esteve presente em duas eleições gerais e nelas firmou apenas aliança com o PSDB. Na primeira, em 2010, ocupou a vaga de vice de José Serra, com Índio da Costa, já em 2014 esteve na base aliada do senador Aécio Neves.

Ainda como PFL, desde o início da nova república, o partido concorreu apenas uma vez ao cargo de presidente, com  Aureliano Chaves em 1989. Nas eleições de 1994 e 1998, aliada dos tucanos, conquistou a vaga da vice-presidência de Fernando Henrique Cardoso, com o pernambucano Marco Maciel. Já em 2006, tendo o também pernambucano José Jorge na vice, não obteve êxito com a postulação de Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo que, inclusive, também estuda participar da eleição presidencial este ano.

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A expectativa de reedição da aliança com os tucanos, no entanto, tem sido deixada em segundo plano desde que o próprio Maia admitiu ser um dos “três ou quatro nomes” democratas viáveis para  o pleito. Nos bastidores, comenta-se que o presidente da Câmara, inclusive, já iniciou conversas com o PP e o Solidariedade, para angariar apoios. Além disso, Maia vem se movimentando para legitimar a sua liderança política, desta vez, mirando na reforma da Previdência.

Em discursos oficiais e entrevistas, Maia diz que ainda é cedo para tratar sobre eleições e reforça a necessidade de debater a matéria que atualiza as regras previdenciárias e será colocada em votação na Câmara em 19 de fevereiro.

“Não está na hora de tratar de eleição, temos uma agenda de votações ainda na Câmara que são fundamentais para o futuro do Brasil. Não adianta estarmos preocupados com eleição se a gente não conseguir superar esta distorção enorme começando pelo sistema previdenciário e tributário”, disse o parlamentar, em passagem recente pelo Recife. Na ocasião, uma cena chamou a atenção. Ele foi chamado de “candidato” pelo deputado federal SIlvio Costa (Avante), mas preferiu levar em tom de brincadeira.

No DEM, lideranças da legenda já veem o presidente da Câmara como alternativa viável para a disputa. “Na construção de uma candidatura presidencial, o nome natural do partido é Rodrigo Maia. Ele se credenciou como presidente da Casa no segundo mandato, tem tocado a agenda das reformas que estão possibilitando recuperação econômica do Brasil. Hoje o foco do Rodrigo e a principal prioridade dele é a agenda de reformas”, disse o ministro da Educação e presidente do DEM em Pernambuco, Mendonça Filho.

Ex-governador de Pernambuco, Gustavo Krause considerou as movimentações de Rodrigo Maia como “previsíveis e naturais”. “É natural que partidos do centro busquem seus espaços, a movimentação dele é legítima e reflete a importância que ele vem assumindo no cenário político”, salientou, ponderando que as pré-candidaturas já postas - do ex-presidente Lula (PT) e do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) - são “populistas”. “O país precisa de serenidade, essas candidaturas de centro vão buscar isso”, acrescentou Krause.

Questionado se via possibilidade reais de disputa e se a participação no pleito fortaleceria o partido, Krause fez uma avaliação positiva. “É preciso jogar, para ganhar e fortalecer o time, na política é exatamente assim”, frisou.  

Chapa pura ou aliança?

Rodrigo Maia tem mantido conversas com o PP e o Solidariedade para uma eventual aliança, mas Geraldo Alckmin também não descartou ainda ter o Democratas no seu palanque. Diante da incerteza, também passou a surgir rumores de que o DEM venha a lançar uma chapa pura para o Planalto. Sendo ventilado, inclusive, o nome de Mendonça Filho para vice.

Neste aspecto, Gustavo Krause disse que os dois tem “densidade no ponto de vista político e eleitoral”. “São hoje expressões nacionais. De um lado o presidente da Câmara, que tem um protagonismo evidente, e de outra parte um ministro que tem tudo um desempenho reconhecido nacionalmente. São postulações legítimas que ocupam o espaço e vai se vendo ao longo do tempo, a minha expectativa é que o centro político tenha mais de uma candidatura”, soltou, descartando aliança com o PSDB.

Se terá candidato a presidente ou não, o DEM deve definir isso na convenção nacional marcada para o dia 6 de fevereiro. A expectativa é de que o nome de Rodrigo Maia não seja lançado, mesmo se a sinalização por participar do pleito seja positiva, mas a tendência é que o presidente da Câmara já afira sua aceitação partidária com um discurso efusivo.  

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