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A China ativou com sucesso, nesta sexta-feira (4), seu reator experimental de fusão nuclear mais avançado - informou a agência estatal de notícias Xinhua, o que marca um grande passo na pesquisa do gigante asiático para produzir energias com baixa emissão de carbono.

O país, o principal poluidor do mundo, desenvolveu seu crescimento com base em combustíveis fósseis e a cada ano continua a criar novas centrais elétricas de carvão altamente poluentes.

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Mas a China também é o país do mundo que mais investe em energia renovável. Em particular, realiza experimentos de fusão nuclear, considerada por seus defensores como a energia do amanhã, pois é infinita como a do sol, e não produz resíduos nem gases de efeito estufa.

Para isso, a China conta com o reator Tokamak HL-2M, o maior e mais avançado dispositivo de pesquisa experimental de fusão nuclear do país, na província de Sichuan (sudoeste). Trata-se de uma câmara de confinamento magnético que gera forte calor para fundir núcleos atômicos.

Esse reator é conhecido pelo nome de "sol artificial", devido à temperatura que pode ultrapassar 150 milhões de graus, segundo a Xinhua, ou seja, dez vezes o calor produzido no próprio coração do sol.

O reator irá "fornecer suporte técnico essencial para a China" como parte de sua participação no projeto internacional Iter sobre reatores de fusão experimental - o maior projeto de pesquisa de fusão nuclear do mundo sediado na França, que é esperado ser concluído em 2025 - indicou o engenheiro-chefe Yang Qingway, citado pela Xinhhua.

"O desenvolvimento da energia de fusão nuclear não é apenas uma forma de resolver as necessidades estratégicas de energia da China, mas também tem grande importância para o futuro desenvolvimento sustentável da energia e da economia nacional da China", acrescentou o Diário do Povo.

A pesquisa sobre fusão nuclear não é nova. As câmaras de confinamento magnético foram inicialmente concebidas na URSS. Outros foram construídas na Europa, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul.

Essa fusão nuclear (cujo princípio já é usado pela explosão das bombas H) não deve ser confundida com a fissão (divisão dos átomos) que opera nas usinas atômicas clássicas.

A dificuldade é manter essas temperaturas de forma sustentável e contê-las em materiais resistentes.

Cientistas alemães anunciaram nesta quinta-feira ter ultrapassado uma etapa fundamental nas pesquisas sobre uma energia própria obtida pela fusão nuclear com o lançamento de um reator que alguns chamam de "sol artificial".

Físicos do Instituto Max Planck de física dos plasmas (IPP) levaram nove anos para construir o dispositivo batizado "stellarator", que custou até hoje um bilhão de euros. Seu objetivo é desenvolver uma nova fonte de energia, gerada pela fusão de nuclear de núcleos, que ocorre naturalmente no interior do sol e da maioria das estrelas.

Ao contrário de usinas de energia nuclear, cuja energia vem da fissão ou divisão dos átomos, o trabalho do stellarator ocorre no sentido inverso: unindo ou fundindo núcleos atômicos. O método consiste em submeter átomos de hidrogênio a temperaturas de até 100 milhões de graus Celsius para provocar a fusão dos núcleos, gerando assim energia.

A altíssima temperatura provoca a formação de um plasma, que é necessária para evitar o arrefecimento e manter confinado o tempo suficiente para atingir o ponto de fusão e, por conseguinte, a criação de energia. Os físicos alemães começaram nesta quinta-feira a testar a colossal máquina Wendelstein 7-X, criando um plasma com hélio.

"Estamos muito satisfeitos", declarou Hans-Stephan Bosch, cujo departamento é responsável pelo funcionamento do reator. "Tudo ocorreu como previsto", afirmou. O primeiro plasma de hélio formado na máquina de 16 metros de comprimento se manteve um décimo de segundo e atingiu uma temperatura de cerca de um milhão de graus.

A equipe vai a seguir tentar prolongar a duração do plasma e determinar a melhor forma de produzi-lo. Em janeiro, os cientistas utilizarão hidrogênio, real objetivo de seu estudo. 

A energia tirada da fusão nuclear é considerada como o "Santo Graal" das energias limpas, apresentada como ilimitada. Ela também não apresenta os perigos associados à energia nuclear, com seus problemas de segurança e seus resíduos radioativos durante milhares de anos.

Vários países já entraram na corrida para a construção de um reator, como o projeto internacional International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER). O ITER, cuja sede está no sul da França, está construindo um tokamak, reator em forma de anel que permite uma fusão nuclear. Mas em virtude de problemas técnicos e dos altos custos, o programa deve ainda levar quase 10 anos para conseguir realizar sua primeira experiência.

Outros reatores experimentais de tamanho bem mais modesto estão igualmente em desenvolvimento nos Estados Unidos, mas o financiamento continua sendo um problema crônico.

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