Ela chega de maneira simples ao palco e desde o início arranca sorrisos da animada platéia apenas com seus trejeitos de andar e cabelo bagunçado.
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Gardi Hutter, suíça nascida em 1953, é considerada a maior palhaça (clown) do mundo e se apresentou pela primeira vez no Recife nesta quarta-feira (5), dentro do Festival de Circo do Brasil. A tradição de Gardi, mais ligada à commedia dell'arte, foca no humor físico, com a artista falando pouquíssimas palavras (que são em português) e utilizando um tipo de fala cômica, deixando suas ações ainda mais engraçadas.
Com 3,3 mil apresentações no currículo, a artista deu seu show de alegria e talento no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu). Chamado de Joana D' Arppo, o espetáculo conta a história da pobre Hanna, uma lavadeira que sonha em realizar feitos heroicos, mas ao abrir os olhos só se depara com pilhas de roupas sujas, sabão, bacias e seu livro de histórias favorito, sobre a francesa Joana d'Arc.
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No palco, Gardi faz sorrir e encanta com uma história simples e mostra que todos nós temos um desafio a vencer, mesmo que seja aparentemente menor do que lutar pela França numa guerra. A artista faz um espetáculo divertido, mas sutil nos detalhes e faz questão de mostrar seus diversos talentos ao utilizar poucos recursos teatrais.
Sem trilha sonora, a voz da suíça é fundamental no espetáculo e mesmo falando apenas poucas palavras em português, elas são pontuadas em momentos precisos, onde o público não segura o sorriso. Em Joana D' Arppo, Gardi faz da simplicidade uma arma que faz sorri. Os aplausos e sorridos recebidos pela artista, que faz piada até o fim, são a prova de que toda a trajetória da lavadeira Hanna valeu a pena.
O público pode conferir mais uma apresentação de Joana D' Arppo nesta quinta-feira (6), às 20h30, no Teatro Luiz Mendonça.
Ainda hoje, a espanhola Patrícia Pardo, também palhaça, apresenta Comissure. Ácido e ao mesmo tempo engraçado, o trabalho faz um discurso crítico sobre os tempos atuais, em sete números e numa mistura entre clown convencional e contemporânea, sem buscar se incluir em nenhum parâmetro.
Serviço
Joana D' Arppo
Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Quinta-feira (6) | 20h30
R$ 20 e R$ 10
Comissure
Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121 - Recife Antigo)
21h
R$ 10 e R$ 5