O telescópio espacial Hubble voltou a funcionar quase normalmente, depois que uma ferramenta de orientação falhou, obrigando os engenheiros a colocá-lo em modo seguro no início deste mês, informou a Nasa.
Um dos três giroscópios do telescópio ficou avariado em 5 de outubro e o giroscópio de emergência, que esteve desligado durante sete anos e meio, foi ligado mas não estava funcionando normalmente.
O giroscópio é um dispositivo que mede, mantém ou muda a orientação da nave na qual se encontra, neste caso, o telescópio. Este permite ao Hubble se estabilizar e se focar em um objetivo e obter uma imagem muito clara.
O giroscópio substituto, o último que o telescópio dispunha, mostrava uma velocidade de giro muito superior à real, explicou a Nasa.
Em terra, no Centro Goddard da Nasa, os engenheiros desligaram e ligaram novamente o giroscópio e fizeram com que o telescópio realizasse manobras para recalibrar o instrumento, o que parece ter funcionado.
"As velocidades de giro estão normais agora", assinalou a Nasa em um comunicado nesta terça-feira.
Ainda precisam de provas para avaliar o rendimento do giroscópio em diversas condições de observação.
"Uma que tivermos completado esses testes de engenharia, o Hubble deve voltar às suas operações científicas normais", disse a Nasa.
O Hubble possibilitou milhares de descobertas espaciais desde o seu lançamento, em 1990. Tem um comprimento de 13 metros e orbita ao redor da Terra a 547 quilômetros.
Devido ao fato de estar fora da atmosfera terrestre, pode ver muito mais do que os telescópios terrestres.
Sua observação mais distante é a 13,4 bilhões de anos-luz da Terra.
Dois seis giroscópios instalados por astronautas americanos em 2009 durante uma missão de reparação agora restam três. O Hubble pode trabalhar, mas não de forma excelente, com um.
O desenvolvimento do seu sucessor, chamado James Webb, está atrasado há anos e deve ser lançado em março de 2021, segundo o último programa da agência espacial americana.