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O cometa "C/2022 E3 (ZTF)" cruzará novamente o céu da Terra após 50.000 anos desde a última visita e poderá ser visto a olho nu no final de janeiro.

O pequeno corpo rochoso e gelado tem o diâmetro de apenas um quilômetro. O cometa foi descoberto em março de 2022 pelo programa "Zwicky Transient Facility" (ZTF), que opera o telescópio Samuel-Oschin no Observatório Palomar, na Califórnia.

Há 50.000 anos, o "C/2022 E3 (ZTF)" visitou o interior do sistema solar e passou perto da Terra. Ele foi detectado novamente no caminho da órbita de Júpiter e passará esta semana perto do Sol.

Os astrônomos, que calcularam sua trajetória após meses de observação, apontaram que ele atingirá seu periélio - o ponto mais próximo ao Sol - no dia 12 de janeiro.

Quando um cometa se aproxima do Sol, o gelo em seu núcleo passa para o estado gasoso e libera uma longa cauda que reflete a luz do astro-rei.

Esse brilhante fenômeno é o que será visto da Terra, inicialmente no hemisfério norte, à medida que "C/2022 E3 (ZTF)" se aproxima.

O cometa brilhará em todo o seu esplendor "quando estiver mais próximo da Terra", explica o professor de física do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Thomas Prince, que trabalha para a ZTF.

Entretanto, será menos espetacular que o cometa Hale-Bopp (1997) ou Neowise (2020), que foram muito maiores.

O objeto espacial pode ser visto à noite com um bom par de óculos ou mesmo a olho nu, desde que o céu esteja claro, não haja poluição luminosa e o brilho da Lua não incomode.

"Talvez tenhamos sorte e seja duas vezes mais brilhante do que o esperado", arrisca o astrofísico do Observatório de Paris-PSL, Nicolas Biver.

- O melhor período de observação -

O melhor período de observação será o fim de semana de 21 e 22 de janeiro e a semana seguinte.

Durante este período, ele passará entre as constelações da Ursa Menor e da Ursa Maior. Mais tarde, poderá ser visto no Hemisfério Sul para então partir para os limites do sistema solar, onde provavelmente nasceu.

Segundo os modelos atuais, os cometas vêm ou do cinturão de Kuiper, localizado para além da órbita de Netuno, ou da nuvem de Oort, uma imensa área localizada a quase um ano-luz do Sol, no limite de seu campo gravitacional.

Este cometa "vem inicialmente da nuvem de Oort", de acordo com Biver ao considerar sua órbita.

Desta vez, ele provavelmente "sairá do sistema solar de uma vez por todas", diz Biver.

Os preparativos para contemplá-lo estarão concluídos e os cientistas esperam aprender um pouco mais sobre a composição dos cometas, em especial graças ao poderoso Telescópio Espacial James Webb.

"Iremos observar por todos os lados. Não é o cometa do século, mas estamos felizes em poder assistir cometas como este a cada um ou dois anos, pois os consideramos vestígios da formação do sistema solar", explica o astrofísico.

O telescópio espacial James Webb, em órbita desde meados do ano para examinar os limites do universo e a atmosfera dos planetas distantes, forneceu imagens excepcionais durante 2022. Seu trabalho até à data é apenas um esboço do que poderia fazer em um futuro não tão distante.

Os resultados do Webb, localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, superam em muitos aspectos os do telescópio veterano Hubble, que permanece em funcionamento, mas sem a mesma precisão das lentes de seu jovem concorrente.

Graças ao seu lançamento de sucesso, Webb deve operar durante pelo menos 20 anos, em vez dos dez anos previstos inicialmente.

"Está se comportando muito melhor do que esperávamos", declarou à AFP o chefe da missão no Space Telescope Science Institute, Massimo Stiavelli, que pilota esse artefato espacial de 6,5 toneladas.

"Os instrumentos são mais eficazes, as lentes mais precisas e estáveis", explica. Essa estabilidade é chave para obter imagens nítidas.

As imagens que chegam do Webb são inicialmente invisíveis ao olho humano, porque opera essencialmente no espectro infravermelho, diferente do Hubble.

Entretanto, por conta de sua espetacular coloração nas fotografias, ele conseguiu deslumbrar os fãs.

Com esta frequência de ondas infravermelhas, o James Webb pode detectar os traços mais tênues de luz no universo. Ou seja, identificar o alvorecer de seu nascimento sem ser afetado por nebulosas estelares, ou analisar com um espectrógrafo a atmosfera dos exoplanetas, planetas fora do Sistema Solar.

- 18 pétalas -

O lançamento do James Webb a bordo de um foguete Ariane 5, no final de 2021, coroou uma odisseia iniciada pela Nasa há mais de 30 anos.

Após vários fracassos, um investimento de dez bilhões de dólares e a contribuição de dez mil pessoas, o telescópio foi perfeitamente colocado em órbita, especialmente com a instalação de um guarda-sol do tamanho de uma quadra de tênis.

Seu espelho principal, de 6,5 metros de diâmetro, é composto por 18 pétalas que foram gradualmente abertas e calibradas até alcançar uma precisão inigualável, com margem de erro de apenas um milionésimo de metro.

O Webb enviou em 12 de julho de 2022 cinco imagens que destacaram suas capacidades: milhares de galáxias, algumas formadas pouco depois do Big Bang, até 13,8 bilhões de anos.

Alguns meses depois, fotografou Júpiter em grande detalhe, o que ajudará a compreender o funcionamento interno desse enorme planeta gasoso.

- "Excesso" de galáxias -

Outras imagens coloridas que causaram espanto foram os "Pilares da Criação", enormes estruturas de gás e poeira repletas de estrelas, em tons de azul, vermelho e cinza.

As imagens e dados convidam os cientistas a "revisarem seus modelos sobre a formação das estrelas", explicou a Nasa.

Apenas cinco meses depois de entrar em operação, o telescópio deu aos astrônomos um vislumbre de uma galáxia que foi formada 350 milhões de anos depois do Big Bang.

Essas formações galácticas são muito mais brilhantes do que era imaginado e podem ter sido formadas muito antes do que se calculava.

"Temos no universo distante um 'excesso' de galáxias, em comparação com os modelos teóricos", explicou à AFP o diretor científico do Departamento de Astrofísica do Comissariado de Energia Atômica e Energias Alternativas (CEA) da França, David Elbaz.

Onde o Hubble viu apenas "galáxias de formato irregular", a precisão de James Webb "transformou em magníficas espirais galácticas" de formato semelhante ao nosso.

Uma espécie de "padrão universal" que poderia ajudar a desvendar a formação das estrelas.

Em relação aos exoplanetas, conquistou-se a primeira confirmação da presença de dióxido de carbono na atmosfera do Wasp 39-b, cujas nuvens poderiam produzir fenômenos fotoquímicos.

Segundo Massimo Stiavelli, essas primeiras observações indicam "grandes surpresas" em um futuro próximo.

A Nasa e a SpaceX decidiram estudar a viabilidade de outorgar à empresa de Elon Musk um contrato para impulsionar o telescópio espacial Hubble a uma órbita mais alta, com o objetivo de estender sua vida útil, disse nesta quinta-feira (29) a agência espacial americana.

O renomado observatório opera desde 1990 a cerca de 540 quilômetros da Terra, uma órbita que decai lentamente com o tempo.

O Hubble carece de propulsão a bordo para combater a pequena mas notável resistência atmosférica nessa área do espaço, e sua altitude foi anteriormente restabelecida durante missões do ônibus espacial.

O novo projeto envolveria uma cápsula SpaceX Dragon. “Há uns meses, a SpaceX abordou a Nasa com a ideia de estudar se uma tripulação comercial poderia ajudar a impulsionar nossa nave espacial Hubble”, afirmou a jornalistas o cientista-chefe da Nasa, Thomas Zurbuchen, e acrescentou que a agência havia aceitado o estudo sem custos.

Zurbuchen ressaltou, porém, que não há planos concretos no momento de conduzir ou financiar uma missão como essa até que se compreenda melhor seus desafios técnicos.

A SpaceX propôs a ideia em parceria com o Programa Polaris, uma empresa privada de voos espaciais tripulados dirigida pelo bilionário Jared Isaacman, que no ano passado alugou uma nave Dragon, da SpaceX, para orbitar a Terra com outros três astronautas privados.

Em resposta a um repórter que perguntou se poderia haver uma percepção de que a missão foi concebida para dar aos ricos tarefas no espaço, Zurbuchen respondeu: “Acredito que é apropriado que a consideremos devido ao tremendo valor que esse ativo de pesquisa tem para nós.”

Possivelmente um dos instrumentos mais valiosos da história científica, o Hubble continua fazendo importantes descobertas, incluindo a detecção, este ano, da estrela individual mais longe já vista, Eärendel, cuja luz levou 12,9 bilhões de anos para chegar à Terra.

Atualmente, o telescópio tem previsão de permanecer em operação ao longo desta década, com 50% de chances de sair de órbita em 2037, segundo Patrick Crouse, gerente de projeto do Hubble.

O telescópio James Webb, lançado no fim de 2021, continua explorando e mapeando nossa galáxia em alta definição, capturando imagens nunca antes vistas de forma tão nítida ao nosso redor. Após realizar capturas de Júpiter, o telescópio registrou nesta semana as imagens mais nítidas de Netuno até então. As capturas foram divulgadas nesta quarta-feira (21) pela NASA.

Nas imagens divulgadas, é possível notar com grande clareza os detalhes do planeta Netuno, sendo essas as capturas mais nítidas do gigante de gelo e seus anéis de poeira em 30 anos. Desta forma, os astrônomos e cientistas poderão compreender com maior profundidade os detalhes sobre o astro.

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Nos registros, é possível observar o planeta, seus característicos anéis de poeira e também suas sete luas, de um total de 14. Esta é uma conquista marcante para o James Webb, feito que não pode ser atingido por qualquer outro telescópio já projetado.

Como parâmetro de compreensão, Netuno fica a uma distância de quase 4 bilhões de quilômetros, trinta vezes mais longe do Sol do que a Terra. Por lá, como explicado no site oficial da NASA, "o Sol é tão pequeno e fraco no meio-dia que é muito similar à uma leve alvorada na Terra”.

Concebido e projetado como o sucessor do Hubble, James Webb foi lançado quase 25 anos após o início de seu projeto. Contando com 6,4 metros de largura, o telescópio foi projetado para operar durante 20 anos.

 

 

 

A agência NSF (National Science Foundation) divulgou nesta terça-feira (20) novas imagens inéditas do Sol, capturadas pelo telescópio solar Daniel K. Inouye. A NSF é uma agência governamental dos EUA, que promove a pesquisa e educação científica nas mais diversas áreas do conhecimento.

Os novos registros detalham a superfície da estrela, contribuindo assim para pesquisas futuras sobre o astro que fica no centro do Sistema Solar. A divulgação das imagens vêm dias após o registro da maior mancha solar na superfície do Sol, registrada pela NASA.

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Inaugurado no fim de agosto, Daniel K. Inouye é o telescópio solar mais potente do mundo até então, sendo capaz de sobrepor as dificuldades impostas pela grande luminosidade produzida pelo Sol, realizando registros como o divulgado nesta imagem.

Em entrevista, Sethuraman Panchanathan, cientista indiano e diretor da NSF comentou: “Esse telescópio solar é o mais potente do mundo e vai mudar para sempre a forma que exploramos e entendemos nosso Sol. Suas percepções vão transformar a nação, o planeta e vão nos permitir prever e nos preparar para eventos como tempestades solares.”

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla original) divulgou, na manhã desta segunda-feira (29), imagens inéditas da M74, conhecida como a Galáxia Fantasma, distante aproximadamente 32 milhões de anos-luz da Terra. As fotos foram capturadas em um esforço conjunto dos telescópios James Webb e Hubble, em parceria com a Nasa e a Agência Espacial Canadiana (CSA, em inglês).

A Galáxia Fantasma está na constelação de Peixes e, segundo a ESA, é um dos alvos preferidos dos astrônomos por ter os "braços espirais bem definidos e proeminentes". Neles, as lentes do James Webb puderam captar fragmentos de poeira e gás, que saem do interior da estrutura, como visto nas imagens.

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O nome popular da M74 foi dado pela dificuldade de se encontrá-la no espaço sem o auxílio de equipamentos profissionais. De acordo com a ESA, as observações da Galáxia Fantasma fazem parte de um esforço maior e conjunto entre as agências para classificar outras 19 galáxias próximas e responsáveis pela formação de estrelas.

Com a adição do telescópio James Webb e sua tecnologia de infravermelho, os astrônomos agora pretendem localizar especificamente as regiões das galáxias onde as estrelas são formadas, medir precisamente as massas e idades dos corpos celestes, além de estudar melhor a natureza dos pequenos grãos de poeira que vagam pelo espaço intergaláctico.

"Ao combinar dados de telescópios operando por meio do espectro eletromagnético, os cientistas podem obter entendimento melhor sobre os objetos astronômicos do que se usassem apenas um observatório - mesmo que ele fosse tão potente quanto o James Webb", explica a ESA.

*Imagens: ESA/Divulgação

O telescópio espacial James Webb detectou pela primeira vez a presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera de um exoplaneta, um planeta fora do nosso sistema solar. A descoberta demonstra suas imensas capacidades e entusiasma os cientistas.

O planeta em questão é um gigante gasoso e quente onde a vida tal como conhecemos seria impossível, mas o novo achado indica que essas observações também podem ocorrer em planetas rochosos - com o objetivo final de determinar se algum deles tem condições favoráveis à vida.

“Para mim, é uma porta que se abre para estudos futuros de super Terras, inclusive de Terras”, declarou nesta quinta-feira (25) à AFP o astrofísico Pierre-Olivier Lagage, do Comissariado da Energia Atômica (CEA), um dos três coautores desses trabalhos publicados na revista científica Nature.

“Meu primeiro pensamento: uau, realmente temos a possibilidade de detectar as atmosferas de planetas do porte da Terra”, comentou no Twitter a professora de astrofísica Natalie Batalha, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Além disso, a identificação de CO2 permitirá aprender mais sobre a formação desse planeta, chamado WASP-39b, descoberto em 2011, explicou a Nasa. Localizado a 700 anos-luz, o planeta tem cerca de um quarto da massa de Júpiter e está muito próximo de seu sol.

Esse planeta foi selecionado a partir de vários critérios que faziam sua observação mais fácil enquanto os cientistas ainda avaliam as capacidades do telescópio, que revelou suas primeiras imagens há menos de dois meses.

O WASP-39b passa periodicamente em frente a seu sol, com uma órbita de quatro dias.

Para suas observações, o James Webb usa o método dos trânsitos, ou seja, quando o planeta passa diante de sua estrela, o telescópio capta a ínfima variação de luminosidade resultante.

Em seguida, analisa a luz “filtrada” por meio da atmosfera do planeta. As diferentes moléculas presentes na atmosfera deixam marcas específicas que permitem determinar sua composição.

Os telescópios Hubble e Spitzer já haviam detectado vapor de água, sódio e potássio na atmosfera desse planeta, mas o James Webb pode ir mais longe graças a sua enorme sensibilidade à luz infravermelha.

No comunicado da Nasa, Zafar Rustamkulov, da Universidade Johns Hopkins, comenta o que sentiu quando a presença de CO2 foi claramente estabelecida: “Foi um momento especial, alcançar um ponto de inflexão na ciência dos exoplanetas”.

O telescópio espacial James Webb atravessou o tempo e enormes quantidades de poeira para captar uma nova imagem da galáxia "Roda de Carro" com uma nitidez sem precedentes, informaram as agências espaciais dos Estados Unidos e da Europa, Nasa e ESA, respectivamente, nesta terça-feira (2).

Situada a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra, na constelação do Escultor, a Roda de Carro adquiriu sua forma após uma colisão frontal entre duas galáxias.

O impacto fez com que dois anéis se expandissem do centro da galáxia, "como as ondas na água de um tanque depois que uma pedra é lançada nele", explicaram a Nasa e a ESA em comunicado conjunto.

No centro da galáxia há um anel branco menor, enquanto o anel externo, com seus raios coloridos, expandiu-se no Universo durante 440 milhões de anos, acrescenta a nota. Na medida em que o exterior se expande, ele se choca com o gás, o que provoca a formação de novas estrelas.

O telescópio Hubble já havia captado imagens dessa rara galáxia anelar, que, provavelmente, era uma espiral como a Via Láctea antes de ser atingida por uma galáxia menor. Contudo, o telescópio Webb, lançado em dezembro de 2021, tem maior alcance para conseguir as fotografias.

A capacidade do Webb para detectar a luz infravermelha permitiu que ele atravessasse "um enorme quantidade de poeira quente" que atrapalhava a vista da galáxia da Roda de Carro, afirmaram a Nasa e a ESA. Dessa forma,o telescópio revelou novos detalhes sobre a formação de estrelas na galáxia, assim como o comportamento do buraco negro supermaciço em seu coração, acrescentaram as agências espaciais.

Também foi possível detectar regiões ricas em hidrocarbonetos e outras substâncias químicas, bem como uma poeira similar à da Terra.

Por trás da Roda de Carro, brilham outras duas galáxias menores e, mais além delas, é possível ver ainda mais estruturas.

Os estudos a partir da imagem mostram que a galáxia da Roda de Carro ainda está em uma "fase muito transitória", segundo as agências espaciais."O Webb nos oferece uma fotografia do estado atual da Roda de Carro e também proporciona uma visão do que aconteceu com esta galáxia no passado e como ela irá evoluir."

Depois de revelar as primeiras imagens captadas pelo telescópio James Webb no começo da semana, a Nasa voltou a dar mostras da capacidade do seu observatório. Nesta quinta-feira, 14, a agência aeroespacial dos Estados Unidos publicou os registros feitos pelo telescópio quando o aparelho estava ainda em fase de teste - mas já em órbita. E entre os retratos obtidos, estão fotos de Júpiter, luas e asteroides apresentados com detalhamentos nunca antes vistos.

As imagens divulgadas demonstram que James Webb, projetado para fazer registros fotográficos de longas distâncias, também pode capturar objetos presentes do sistema solar da Terra. Algo que era tratado com expectativa pelos cientistas da Nasa, que constataram que o telescópio também pode observar com nitidez satélites (luas) e anéis, como os de Júpiter, que estão muito próximos de objetos brilhantes.

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"Combinadas com as imagens de campo profundo divulgadas no outro dia, essas imagens de Júpiter demonstram a compreensão completa do que Webb pode observar, desde as galáxias observáveis mais fracas e distantes até planetas em nosso próprio quintal cósmico", disse Bryan Holler, cientista do Space Telescope Science Institute em Baltimore, que ajudou a planejar essas observações.

De Júpiter, Webb conseguiu mostrar, por meio da visão infravermelha com a qual opera pela NIRCam, bandas distintas que circundam o planeta, assim como a Grande Mancha Vermelha, descrita pela Nasa como "uma tempestade grande o suficiente capaz de engolir a Terra."

A imagem também permitiu a visualização da Europa, uma lua tratada pela agência aeroespacial como portadora de um oceano abaixo de uma espessa crosta gelada; e também a Tebe e Métis, outras duas luas que estão próximas de Júpiter. A Europa, inclusive, é o alvo da próxima missão da Nasa.

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"As imagens de Júpiter nos filtros de banda estreita foram projetadas para fornecer boas imagens de todo o disco do planeta, mas a riqueza de informações adicionais sobre objetos muito fracos (Métis e Tebe, o anel principal, neblinas) nessas imagens com aproximadamente exposições de um minuto foram absolutamente uma surpresa muito agradável", disse John Stansberry, cientista do observatório e líder de comissionamento do NIRCam - a câmera que funciona em infravermelho.

"Eu não podia acreditar que vimos tudo tão claramente e quão brilhantes eles eram", disse Stefanie Milam, cientista do projeto de Webb. "É realmente emocionante pensar na capacidade e oportunidade que temos para observar esses tipos de objetos em nosso sistema solar", disse ele, completando que o fato de os anéis tenham aparecido em uma das primeiras imagens do sistema solar de Webb é "absolutamente surpreendente".

Segundo a Nasa, as imagens motivaram os cientistas a usarem o James Webb para explorar plumas (trajeto de fumaça) de materiais que saem e se depositam nas luas, como a Europa. "Acho que é apenas uma das coisas mais legais que poderemos fazer com este telescópio no sistema solar", disse Milam.

Após divulgar a primeira imagem capturada pelo telescópio James Webb, a Nasa revelou novas imagens nesta terça-feira (12), que mostram registros de uma assinatura de água em um exoplaneta descoberto.

De acordo com a Agência Espacial, o telescópio registrou um exoplaneta a 1.150 anos-luz de distância da Terra, orbitando uma estrela semelhante ao Sol. Além da assinatura de água, existem também indícios de nuvens e neblina na atmosfera do planeta gasoso, conhecido até então como WASP 96-b.

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Outra imagem feita pelo James Webb, disponível nas redes da Nasa, mostra uma região conhecida informalmente como Nebulosa do Anel Sul, que se localiza a 2.500 anos-luz de distância. O registro captura uma estrela que morreu e ficou envolta em camadas de poeira e luz.

Segundo a Nasa, o novo registro possível pelo James Webb nos ajudará a entender quais moléculas ficam presentes nas camadas de gás e poeiras em eventos como este.

O telescópio foi lançado ao espaço no final de 2021, porém, só agora em abril ele completou sua fase de alinhamento e se tornou operacional. O James Webb conta com 18 espelhos que totalizam mais de 6,4 m de largura, instrumento mais potente e que pode ser ferramenta para a ciência encarar os mistérios que se escondem nos cantos afastados de nossa galáxia.

O projeto do telescópio foi concebido como sucessor do Hubble, que se aposentou após décadas vagando pelo espaço. Apenas a fase de desenvolvimento do telescópio durou mais de 20 anos, tendo começado em 1996.

Por Matheus Maio.

O telescópio espacial James Webb, o mais poderoso já colocado em órbita, revelou "a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo primordial" jamais feita, olhando para mais de 13 bilhões de anos atrás, informou a Nasa nessa segunda-feira (11).

A imagem, repleta de pontos de luz de vários tamanhos, mostra as primeiras galáxias formadas pouco depois do Big Bang e apresenta objetos de pouca luminosidade que nunca haviam sido observados. É um dia "histórico", celebrou o presidente Joe Biden durante a apresentação na Casa Branca.

O Webb conseguiu ver milhares de galáxias por meio de seu mecanismo infravermelho, pois, ao mesmo tempo, atravessava as nuvens de poeira cósmica e detectava a luz das primeiras estrelas, que se expandiram em comprimentos de onda infravermelhos à medida que o universo se expandia.

Além disso, trata-se da primeira imagem de “campo profundo” do Webb, feita com um prolongado tempo de exposição, que possibilita a detecção das luzes mais fracas.

Na foto, é possível ver um grupo de galáxias chamado SMACS 0723, que, ao atuar como uma lupa, revelou objetos do cosmos atrás, muito distantes, graças a um efeito conhecido como lente gravitacional.

Mais imagens por vir

Os primeiros cinco alvos da lente do Webb haviam sido anunciados na semana passada, mas as imagens foram cuidadosamente guardadas, para criar expectativas.

Nesta terça-feira, a Nasa revelará outras imagens em um evento muito esperado pelos entusiastas do espaço. Espera-se que impressionem por sua beleza, mas também que demonstrem aos astrônomos o poder dos instrumentos científicos a bordo.

Especialistas poderão começar a interpretar os dados compilados. Essa etapa será o ponto de partida para anos de pesquisa, que prometem ser emocionantes.

Para esta terça-feira, está prevista a apresentação de duas nebulosas - fotogênicas e gigantescas nuvens de poeira e gás onde nascem as estrelas -: a de Carina e a do Anel do Sul. Outro alvo é o Quinteto de Stephan, um grupo de galáxias que interagem entre si.

Outros mundos 

O Webb também fez uma espectroscopia - análise de luz que revela informações detalhadas - de um enorme planeta gasoso chamado WASP-96 b, descoberto em 2014.

A cerca de 1.150 anos-luz da Terra, o planeta tem cerca de metade da massa de Júpiter e gira ao redor de sua estrela em apenas 3,4 dias.

Os exoplanetas, que orbitam ao redor de uma estrela diferente do nosso Sol, também são uma importante área de investigação do telescópio espacial.

Desde 1995, foram descobertos em torno de 5.000 exoplanetas, mas eles ainda guardam muitos mistérios. O Webb tentará obter dados que permitam estudar a sua atmosfera e determinar se podem ser habitáveis ou aptos a desenvolver vida.

A publicação marca o fim de anos de espera para astrônomos de todo o mundo e também o começo de uma aventura científica.

Lançado em dezembro de 2021 da Guiana Francesa, sobre um foguete Ariane 5, o telescópio James Webb orbita o Sol a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, em uma região do espaço conhecida como o segundo ponto de Lagrange.

Considerado uma maravilha da engenharia, o custo total do projeto é estimado em 10 bilhões de dólares, o que o torna a plataforma científica mais cara já construída, comparável apenas ao Grande Colisor de Hadrons da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern).

Após um lançamento eficiente, a Nasa estima que o propulsor do Webb possa ter uma vida útil de 20 anos, tempo em que o telescópio trabalhará junto ao Hubble e o Spitzer para responder às perguntas fundamentais do cosmo.

O Telescópio Espacial Hubble detectou a estrela mais longínqua já observada, nomeada Earendel, cuja luz viajou durante 12,9 bilhões de anos para chegar até nós.

Os cientistas estimam que sua massa seja pelo menos 50 vezes a do nosso sol e milhões de vezes mais brilhante do que ele.

A estrela que detinha o recorde anterior também teria sido observada pelo Hubble, em 2018, mas existia em um universo que tinha então 4 bilhões de anos contra 900 milhões da Earendel.

A descoberta foi publicada na quarta-feira na prestigiosa revista científica Nature.

"A princípio quase não acreditamos", disse o principal autor do estudo, Brian Welch, da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, Estados Unidos, em um comunicado.

Foi Welch quem teve o privilégio de nomear esta estrela: Earendel significa "estrela da manhã" em inglês antigo.

A estrela "existia há tanto tempo que poderia não ter sido composta pelas mesmas matérias-primas que as estrelas que nos cercam hoje", explicou o pesquisador.

"Estudar Earendel dará uma janela a um período do Universo com o qual não estamos familiarizados, mas que levou a tudo o que conhecemos hoje", acrescentou.

Esta estrela será um objeto principal de estudo para o novo telescópio espacial James Webb, que atualmente está calibrando no espaço. O James Webb a observará este ano, informou em um comunicado a Agência Espacial Europeia (ESA), que opera o telescópio junto com a Nasa.

Diferentemente do Hubble, que tem uma capacidade pequena de infravermelhos, o James Webb só vai operar nestes comprimentos de onda, o que permitirá retroceder ainda mais no tempo.

Até agora a essa distância só era possível observar grupos de estrelas, mas não era possível distinguir uma estrela em particular.

Earendel contou com uma ajuda cósmica: um fenômeno chamado lente gravitacional. Um cúmulo de galáxias, localizado entre nós e a estrela, atua como uma lupa que amplifica a luz do objeto.

A ESA compara este efeito às ondas na superfície da água, que quando há um bom tempo podem criar feixes de luz amplificados no piso de uma piscina. Este estranho alinhamento deveria durar anos, segundo os astrônomos.

O telescópio James Webb conseguiu desdobrar perfeitamente no Espaço e assumiu sua forma final na noite deste sábado (8), informou a Nasa.

O procedimento foi completado duas semanas após o lançamento, ocorrido no dia 25 de dezembro, e agora serão mais 15 dias para que o equipamento chegue ao seu destino a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

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"Duas semanas após o lançamento, o Webb atingiu seu próximo grande marco: os espelhos foram implantados e o telescópio de próxima geração tomou sua forma final. O próximo passo para Webb? Cinco meses de alinhamento e calibração antes de começarmos a obter as imagens", escreveu a Nasa no Twitter.

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Os espelhos foram enviados "dobrados" para o Espaço por conta do seu tamanho, já que não há foguete capaz de comportar tamanha envergadura. Por isso, ele foi enviado por um foguete Ariane 5 normal, mas precisa completar uma série de procedimentos no Espaço para entrar em funcionamento.

Além dos espelhos, que têm cerca de seis metros de comprimento, o equipamento também abriu perfeitamente a base protetora do Sol de 21 metros, que manterá o telescópio sempre na sombra para conseguir captar imagens.

O James Webb é o maior e mais caro telescópio já feito e nasceu de uma parceria entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA). O principal objetivo do equipamento é revelar as origens do Universo e conseguir "voltar no tempo" até 100 milhões de anos após o Big Bang.

Da Ansa

A bordo do foguete Ariane 5, o telescópio espacial James Webb foi lançado pela agência espacial americana (Nasa) ontem. O lançamento ocorreu na base da Agência Espacial Europeia (ESA) em Kourou, na Guiana Francesa.

Aproximadamente 30 minutos após o lançamento, o painel solar do telescópio já havia começado a se abrir. Agora, ele tem uma longa viagem de 1,5 milhão de quilômetros pela frente. Como vai orbitar o Sol, o telescópio conta com a proteção de um escudo do tamanho de uma quadra de tênis, cuja função é criar uma diferença de temperatura entre os lados frio e quente da nave e manter o observatório a 233ºC.

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Na transmissão ao vivo do lançamento, o administrador da Nasa Bill Nelson disse que este é um "bom dia para o planeta Terra". Ele declarou que o telescópio vai proporcionar uma viagem no tempo para "o começo do Universo", e descobrir "coisas incríveis que nunca imaginamos".

Desenvolvido pela Nasa, com a colaboração da ESA e da Agência Espacial Canadense (CSA), o observatório pretende detectar planetas capazes de abrigar vida, além de enxergar as primeiras luzes do Universo e a formação das primeiras estrelas e galáxias logo após o Big Bang - a explosão primordial que deu origem a tudo.

RESPOSTAS. O maior telescópio já enviado ao espaço tem a ambiciosa missão de responder a duas perguntas fundamentais para a humanidade: de onde viemos? Estamos sozinhos no universo? Para isso, tem sensibilidade o suficiente para detectar o sinal térmico de uma abelha na lua.

Com 30 anos de atraso, os recálculos orçamentários levaram a missão a um custo final inédito: R$ 51 bilhões. Projetado para ser o substituto do telescópio Hubble - lançado em 1990 e ainda em funcionamento -, o James Webb é um instrumento maior, mais complexo e com metas mais ambiciosas. O novo telescópio não vai estudar a parte visível do espectro eletromagnético como fazem o Hubble e observatórios em operação na Terra. O JW captará a radiação em infravermelho.

O telescópio Hubble revolucionou a observação do Universo. Foi graças a ele que os cientistas descobriram a existência de um buraco negro no centro de todas as galáxias e de vapor d’água em torno dos exoplanetas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A data de lançamento do telescópio espacial James Webb (JWST) por um foguete Ariane 5, adiada várias vezes, foi confirmada neste sábado (18) pela Nasa e a Arianespace para a véspera do Natal.

"O lançamento do telescópio espacial James Webb está confirmado para 24 de dezembro às 9h20 em Kourou (12h20 GMT)", tuitou Arianespace.

O JWST, complexa joia da engenharia, será o maior e mais poderoso telescópio já lançado ao espaço. Foi construído nos Estados Unidos sob a direção da Nasa e incorpora instrumentos da Agência Espacial Europeia (ESA) e Canadense (CSA).

Seu lançamento da base de Kourou, onde chegou em outubro vindo da Califórnia, foi adiado duas vezes devido a pequenos problemas.

A Nasa e a Arianespace queriam excluir qualquer risco relacionado ao lançamento do instrumento, desenvolvido há mais de 20 anos a um custo próximo a 10 bilhões de dólares.

As equipes conjuntas da agência e da empresa "encapsularam com sucesso o observatório no foguete Ariane 5", explicou a Nasa ao confirmar a data de lançamento. O telescópio foi colocado na cabeça do foguete.

Uma revisão geral do lançamento ocorrerá em 21 de dezembro e, se tudo estiver pronto, o foguete passará para o estágio de lançamento em 22 de dezembro, segundo a Nasa.

Apresentado como o sucessor do telescópio Hubble, lançado em 1990, o JWST deve explorar com precisão incomparável todas as fases do cosmos, até as primeiras idades do Universo e a formação das primeiras galáxias. Ele orbitará o sol, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

O telescópio Desi, que permitirá elaborar um mapa em 3D com uma precisão única, iniciou suas observações nos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira (17) os responsáveis pelo projeto internacional, que busca uma melhor compreensão da expansão do Universo.

Instalado no deserto do Arizona, o instrumento espectroscópico Desi irá apontar por cinco anos seus 5 mil "olhos" de fibra ótica para o céu noturno, a fim de capturar e analisar a luz emitida por 35 milhões de galáxias em diferentes épocas do Universo. Esses dados devem permitir aos cientistas compreender a força misteriosa chamada "energia escura", responsabilizada pela aceleração da expansão do Cosmos, explicou o Berkley Lab, que supervisiona o programa.

Devido à expansão do Universo, as galáxias se distanciam umas das outras e, quanto mais se afastam, mais a luz que emitem se desloca para as grandes longitudes de onda do espectro observado, ou seja, para o vermelho, indicou a Comissão de Energia Atômica francesa (CEA), que participa da missão astronômica.

Ao analisar a radiação energética das galáxias, o Desi poderá medir o deslocamento para o vermelho ligado à velocidade do distanciamento e, dessa forma, ter informações sobre a sua distância da Terra. Os pesquisadores também poderão criar um mapa do Universo em 3D com "detalhes sem precedentes, ao multiplicarem por 10 o número de espectros de galáxias identificadas", acrescentou o órgão público francês. O Desi é capaz de coletar "5.000 espectros de galáxias em 20 minutos", apontou Christophe Yeche, cosmólogo da CEA.

Com o mapa do Universo, os pesquisadores esperam compreender melhor a natureza e influência da energia escura. Esse componente invisível do Cosmos se comporta como uma força repulsiva que explicaria por que, há bilhões de anos, a expansão do Universo se acelerou.

O asteroide Apophis 99942 passará próximo à Terra nesta sexta-feira (5) e poderá ser observado através de telescópios. Apesar de classificado pela Nasa como “Asteroide potencialmente perigoso", o Apophis não oferece risco de colisão com a Terra.

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A classificação de perigo se dá devido as próximas passagens do corpo previstas pela Terra. Porém o Apophis é um asteroide muito pequeno, possui cerca de 0,3 km de diâmetro, o que o torna maior do que 90% dos asteroides, mas minúsculo em comparação com os grandes. Segundo os cientistas, é provável que o meteoro tenha em sua composição silicato de magnésio e silicato de ferro.

O Apophis passará há 16.852.647km de distância da terra e a observação do meteoro poderá ser feita através de telescópios de no mínimo 12 polegadas ou algumas câmeras. Após a aproximação do meteoro do nosso planeta nesta sexta-feira, o Apophis 99942 só voltará a passar por perto em 13 de abril de 2029.

As primeiras observações desse asteroide datam 15 de março de 2004, nos estudos foi observado que a órbita de Apophis está bastante próxima a da Terra (a 0,00 UA da órbita da Terra). Até o momento o Centro de Planeta Menor da IAU registra 5.022 observações usadas para determinar suas órbitas, há interesse dos cientistas monitorarem o meteoro de perto, mas uma viagem até ele duraria 354 dias.

A agência espacial do governo estadunidense, Nasa, disponibilizou na última terça-feira (31) uma ferramenta que permite visualizar a foto que o telescópio Hubble capturou no dia do aniversário do usuário.

O telescópio, que está prestes a completar 30 anos fora de órbita, registra desde 1990 imagens diárias da galáxia. No site, além da foto, o usuário pode visualizar o nome e uma breve descrição da imagem. As imagens surpreenderam o público, que foi às redes sociais compartilhar a descoberta.

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Para descobrir qual imagem a Nasa fez no dia do seu aniversário, acesse www.nasa.gov, coloque mês e dia do nascimento, clique em "submit" e aguarde o site carregar a imagem.

Um enorme telescópio americano situado no topo de uma ilha vulcânica do Pacífico fotografou o Sol com uma resolução inédita, permitindo ver bolhas de plasma do tamanho da França. E para o diretor do telescópio, "isto é apenas o começo".

O sol é uma bola de plasma (gás submetido a altíssima temperatura), observada com telescópios há séculos e por satélites há décadas.

Mas a resolução das imagens sempre foi limitada. Um telescópio espacial japonês, Hinotori, tinha, por exemplo, uma abertura de 50 cm. O modelo Daniel K. Inouye, na ilha havaiana de Maui, tem uma abertura de quatro, metros, o maior espelho do mundo para um telescópio solar.

"Essas imagens têm a maior resolução já vista", diz à AFP Thomas Rimmele, diretor do telescópio de 344 milhões de dólares, de Boulder (Colorado), sede do National Solar Observatory, uma instituição pública americana.

"Agora podemos ver estruturas de cuja existência suspeitávamos em modelos informáticos, mas não podíamos ver por falta de resolução", explica o astrônomo alemão de quase 60 anos, que chegou aos Estados Unidos para fazer um pós-doutorado e se uniu ao projeto há 25 anos.

Em imagens e vídeos publicados na quarta-feira, pode-se ver bolhas que crescem e sobem para a superfície antes de mudar de cor. São bolhas de plasma que aquecem e esfriam. Cada célula da imagem tem mais ou menos o tamanho da França. A foto em primeiro plano publicada mostra uma parte do Sol de 8.200 km por 8.200 km.

Após nove anos de construção, o telescópio foi usado pela primeira vez em 10 de dezembro. "Foi muito emocionante", lembra o diretor. "É o trabalho da minha vida".

Como o telescópio concentra a luz do sol em uma pequena superfície sob sua cúpula, a temperatura alcança níveis extremos. "Se a gente colocasse metal ali, derreteria muito rápido", disse Rimmele. Um prédio inteiro foi construído para abrigar equipamentos de resfriamento.

- Coroa e manchas -

Restam seis meses de construção para instalar ferramentas adicionais. O verdadeiro objetivo científico é medir os campos magnéticos na atmosfera do sol e, sobretudo, na coroa solar, a parte mais extensa do astro, que distinguimos durante um eclipse.

Rimmele explica que os campos magnéticos são os responsáveis pelas erupções solares, liberações repentinas de energia e de partículas que podem alcançar a Terra e provocar falhas em redes elétricas, equipamentos eletrônicos ou satélites por GPS. Isto acontece com frequência.

As observações em alta definição do telescópio ajudarão a estabelecer a física fundamental destes campos magnéticos para criar modelos de previsão, uma espécie de meteorologia espacial que pode permitir antecipar tempestades solares para poder desligar os equipamentos mais vulneráveis.

O telescópio aparece um um momento apaixonante para os astrônomos: o sol vai entrar em um novo ciclo de 11 anos e vai começar a produzir novas manchas solares.

"O objetivo é publicar um primeiro plano de uma mancha solar com a maior resolução já alcançada", disse Rimmele. E como o telescópio grava 30 imagens por segundo durante horas, também fará filmes destas manchas.

O telescópio espacial Hubble voltou a funcionar quase normalmente, depois que uma ferramenta de orientação falhou, obrigando os engenheiros a colocá-lo em modo seguro no início deste mês, informou a Nasa.

Um dos três giroscópios do telescópio ficou avariado em 5 de outubro e o giroscópio de emergência, que esteve desligado durante sete anos e meio, foi ligado mas não estava funcionando normalmente.

O giroscópio é um dispositivo que mede, mantém ou muda a orientação da nave na qual se encontra, neste caso, o telescópio. Este permite ao Hubble se estabilizar e se focar em um objetivo e obter uma imagem muito clara.

O giroscópio substituto, o último que o telescópio dispunha, mostrava uma velocidade de giro muito superior à real, explicou a Nasa.

Em terra, no Centro Goddard da Nasa, os engenheiros desligaram e ligaram novamente o giroscópio e fizeram com que o telescópio realizasse manobras para recalibrar o instrumento, o que parece ter funcionado.

"As velocidades de giro estão normais agora", assinalou a Nasa em um comunicado nesta terça-feira.

Ainda precisam de provas para avaliar o rendimento do giroscópio em diversas condições de observação.

"Uma que tivermos completado esses testes de engenharia, o Hubble deve voltar às suas operações científicas normais", disse a Nasa.

O Hubble possibilitou milhares de descobertas espaciais desde o seu lançamento, em 1990. Tem um comprimento de 13 metros e orbita ao redor da Terra a 547 quilômetros.

Devido ao fato de estar fora da atmosfera terrestre, pode ver muito mais do que os telescópios terrestres.

Sua observação mais distante é a 13,4 bilhões de anos-luz da Terra.

Dois seis giroscópios instalados por astronautas americanos em 2009 durante uma missão de reparação agora restam três. O Hubble pode trabalhar, mas não de forma excelente, com um.

O desenvolvimento do seu sucessor, chamado James Webb, está atrasado há anos e deve ser lançado em março de 2021, segundo o último programa da agência espacial americana.

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