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A agência espacial americana, Nasa, anunciou na segunda-feira, 15, uma nova descoberta surpreendente do Telescópio Espacial James Webb. Com o observatório foi possível identificar, pela primeira vez, vapor de água em torno de um cometa, o Read (238P). "O cometa do Cinturão Principal 238P/Read tem uma cabeleira de vapor d'água, escrevem os cientistas em artigo publicado na revista científica Nature.

A descoberta é um avanço científico importante, pois indica que o gelo do sistema solar pode ser preservado naquela região. A detecção inédita, porém, veio junto a um novo mistério: ao contrário de outros cometas, no Read não havia dióxido de carbono (CO2) detectável.

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"Nosso mundo encharcado de água, repleto de vida e único no universo, até onde sabemos, é um mistério. Não temos certeza de como toda essa água chegou aqui", disse Stefanie Milam, vice-cientista do projeto Webb e coautora do estudo relatando a descoberta, em nota. "Entender a história da distribuição de água no sistema solar nos ajudará a entender outros sistemas planetários e se eles podem estar a caminho de hospedar um planeta semelhante à Terra."

Os cientistas há muito especulam que o gelo de água poderia ser preservado no cinturão de asteroides mais quente, dentro da órbita de Júpiter, mas a prova definitiva era ilusória. "No passado, vimos objetos no Cinturão Principal com todas as características dos cometas, mas apenas com esses dados espectrais precisos do Webb podemos dizer que sim, é definitivamente água gelada que está criando esse efeito", explicou o astrônomo Michael Kelley, da Universidade de Maryland, autor principal do estudo.

"Com as observações de Webb do cometa Read, podemos agora demonstrar que o gelo de água do início do sistema solar pode ser preservado no cinturão de asteroides", destacou.

Cometa

O Cometa Read, segundo a Nasa, fica no Cinturão Principal, que se situa entre Marte e Júpiter. O que diferencia um cometa e um asteroide é que o material congelado do primeiro se vaporiza à medida que se aproximam do Sol, o que dá a eles a cauda fluida.

Conforme a Nasa, a falta de dióxido de carbono foi uma surpresa maior. Normalmente, ele compõe cerca de 10% do material volátil em um cometa. A equipe científica levantou duas hipóteses para isso. Na primeira, pensam que o Read tinha dióxido de carbono quando se formou, mas o perdeu por causa das temperaturas quentes. Por outro lado, pode ter se formado em um bolsão particularmente quente do sistema solar, onde sem dióxido de carbono disponível.

Agora, os cientistas querem ver se outros cometas do Cinturão Principal se comparam ao Read. "Esses objetos no cinturão de asteroides são pequenos e fracos, e com o Webb podemos finalmente ver o que está acontecendo com eles e tirar algumas conclusões. Outros cometas do cinturão principal também carecem de dióxido de carbono? De qualquer forma, será emocionante descobrir", disse diz a astrônoma Heidi Hammel, da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia (AURA), em nota.

Já Milam imagina aproximar a pesquisa de casa de casa. "Agora que Webb confirmou que há água preservada tão perto quanto o cinturão de asteroides, seria fascinante acompanhar essa descoberta com uma missão de coleta de amostras e aprender o que mais os cometas do Cinturão Principal podem nos dizer."

O telescópio espacial James Webb, em órbita desde meados do ano para examinar os limites do universo e a atmosfera dos planetas distantes, forneceu imagens excepcionais durante 2022. Seu trabalho até à data é apenas um esboço do que poderia fazer em um futuro não tão distante.

Os resultados do Webb, localizado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, superam em muitos aspectos os do telescópio veterano Hubble, que permanece em funcionamento, mas sem a mesma precisão das lentes de seu jovem concorrente.

Graças ao seu lançamento de sucesso, Webb deve operar durante pelo menos 20 anos, em vez dos dez anos previstos inicialmente.

"Está se comportando muito melhor do que esperávamos", declarou à AFP o chefe da missão no Space Telescope Science Institute, Massimo Stiavelli, que pilota esse artefato espacial de 6,5 toneladas.

"Os instrumentos são mais eficazes, as lentes mais precisas e estáveis", explica. Essa estabilidade é chave para obter imagens nítidas.

As imagens que chegam do Webb são inicialmente invisíveis ao olho humano, porque opera essencialmente no espectro infravermelho, diferente do Hubble.

Entretanto, por conta de sua espetacular coloração nas fotografias, ele conseguiu deslumbrar os fãs.

Com esta frequência de ondas infravermelhas, o James Webb pode detectar os traços mais tênues de luz no universo. Ou seja, identificar o alvorecer de seu nascimento sem ser afetado por nebulosas estelares, ou analisar com um espectrógrafo a atmosfera dos exoplanetas, planetas fora do Sistema Solar.

- 18 pétalas -

O lançamento do James Webb a bordo de um foguete Ariane 5, no final de 2021, coroou uma odisseia iniciada pela Nasa há mais de 30 anos.

Após vários fracassos, um investimento de dez bilhões de dólares e a contribuição de dez mil pessoas, o telescópio foi perfeitamente colocado em órbita, especialmente com a instalação de um guarda-sol do tamanho de uma quadra de tênis.

Seu espelho principal, de 6,5 metros de diâmetro, é composto por 18 pétalas que foram gradualmente abertas e calibradas até alcançar uma precisão inigualável, com margem de erro de apenas um milionésimo de metro.

O Webb enviou em 12 de julho de 2022 cinco imagens que destacaram suas capacidades: milhares de galáxias, algumas formadas pouco depois do Big Bang, até 13,8 bilhões de anos.

Alguns meses depois, fotografou Júpiter em grande detalhe, o que ajudará a compreender o funcionamento interno desse enorme planeta gasoso.

- "Excesso" de galáxias -

Outras imagens coloridas que causaram espanto foram os "Pilares da Criação", enormes estruturas de gás e poeira repletas de estrelas, em tons de azul, vermelho e cinza.

As imagens e dados convidam os cientistas a "revisarem seus modelos sobre a formação das estrelas", explicou a Nasa.

Apenas cinco meses depois de entrar em operação, o telescópio deu aos astrônomos um vislumbre de uma galáxia que foi formada 350 milhões de anos depois do Big Bang.

Essas formações galácticas são muito mais brilhantes do que era imaginado e podem ter sido formadas muito antes do que se calculava.

"Temos no universo distante um 'excesso' de galáxias, em comparação com os modelos teóricos", explicou à AFP o diretor científico do Departamento de Astrofísica do Comissariado de Energia Atômica e Energias Alternativas (CEA) da França, David Elbaz.

Onde o Hubble viu apenas "galáxias de formato irregular", a precisão de James Webb "transformou em magníficas espirais galácticas" de formato semelhante ao nosso.

Uma espécie de "padrão universal" que poderia ajudar a desvendar a formação das estrelas.

Em relação aos exoplanetas, conquistou-se a primeira confirmação da presença de dióxido de carbono na atmosfera do Wasp 39-b, cujas nuvens poderiam produzir fenômenos fotoquímicos.

Segundo Massimo Stiavelli, essas primeiras observações indicam "grandes surpresas" em um futuro próximo.

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla original) divulgou, na manhã desta segunda-feira (29), imagens inéditas da M74, conhecida como a Galáxia Fantasma, distante aproximadamente 32 milhões de anos-luz da Terra. As fotos foram capturadas em um esforço conjunto dos telescópios James Webb e Hubble, em parceria com a Nasa e a Agência Espacial Canadiana (CSA, em inglês).

A Galáxia Fantasma está na constelação de Peixes e, segundo a ESA, é um dos alvos preferidos dos astrônomos por ter os "braços espirais bem definidos e proeminentes". Neles, as lentes do James Webb puderam captar fragmentos de poeira e gás, que saem do interior da estrutura, como visto nas imagens.

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O nome popular da M74 foi dado pela dificuldade de se encontrá-la no espaço sem o auxílio de equipamentos profissionais. De acordo com a ESA, as observações da Galáxia Fantasma fazem parte de um esforço maior e conjunto entre as agências para classificar outras 19 galáxias próximas e responsáveis pela formação de estrelas.

Com a adição do telescópio James Webb e sua tecnologia de infravermelho, os astrônomos agora pretendem localizar especificamente as regiões das galáxias onde as estrelas são formadas, medir precisamente as massas e idades dos corpos celestes, além de estudar melhor a natureza dos pequenos grãos de poeira que vagam pelo espaço intergaláctico.

"Ao combinar dados de telescópios operando por meio do espectro eletromagnético, os cientistas podem obter entendimento melhor sobre os objetos astronômicos do que se usassem apenas um observatório - mesmo que ele fosse tão potente quanto o James Webb", explica a ESA.

*Imagens: ESA/Divulgação

O telescópio espacial James Webb detectou pela primeira vez a presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera de um exoplaneta, um planeta fora do nosso sistema solar. A descoberta demonstra suas imensas capacidades e entusiasma os cientistas.

O planeta em questão é um gigante gasoso e quente onde a vida tal como conhecemos seria impossível, mas o novo achado indica que essas observações também podem ocorrer em planetas rochosos - com o objetivo final de determinar se algum deles tem condições favoráveis à vida.

“Para mim, é uma porta que se abre para estudos futuros de super Terras, inclusive de Terras”, declarou nesta quinta-feira (25) à AFP o astrofísico Pierre-Olivier Lagage, do Comissariado da Energia Atômica (CEA), um dos três coautores desses trabalhos publicados na revista científica Nature.

“Meu primeiro pensamento: uau, realmente temos a possibilidade de detectar as atmosferas de planetas do porte da Terra”, comentou no Twitter a professora de astrofísica Natalie Batalha, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.

Além disso, a identificação de CO2 permitirá aprender mais sobre a formação desse planeta, chamado WASP-39b, descoberto em 2011, explicou a Nasa. Localizado a 700 anos-luz, o planeta tem cerca de um quarto da massa de Júpiter e está muito próximo de seu sol.

Esse planeta foi selecionado a partir de vários critérios que faziam sua observação mais fácil enquanto os cientistas ainda avaliam as capacidades do telescópio, que revelou suas primeiras imagens há menos de dois meses.

O WASP-39b passa periodicamente em frente a seu sol, com uma órbita de quatro dias.

Para suas observações, o James Webb usa o método dos trânsitos, ou seja, quando o planeta passa diante de sua estrela, o telescópio capta a ínfima variação de luminosidade resultante.

Em seguida, analisa a luz “filtrada” por meio da atmosfera do planeta. As diferentes moléculas presentes na atmosfera deixam marcas específicas que permitem determinar sua composição.

Os telescópios Hubble e Spitzer já haviam detectado vapor de água, sódio e potássio na atmosfera desse planeta, mas o James Webb pode ir mais longe graças a sua enorme sensibilidade à luz infravermelha.

No comunicado da Nasa, Zafar Rustamkulov, da Universidade Johns Hopkins, comenta o que sentiu quando a presença de CO2 foi claramente estabelecida: “Foi um momento especial, alcançar um ponto de inflexão na ciência dos exoplanetas”.

Imagens impressionantes do planeta Júpiter, mostrando duas pequenas luas, anéis escuros e auroras nos polos norte e sul, foram tiradas pelo Telescópio Espacial James Webb da Nasa, informou a agência espacial dos Estados Unidos.

"Para ser honesto, não esperávamos que isso ficaria tão bom", comentou o astrônomo Imke de Pater, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, em um comunicado datado de segunda-feira.

"É realmente notável que possamos ver detalhes sobre Júpiter junto com seus anéis, seus minúsculos satélites e até galáxias, em uma única imagem", afirmou.

De Pater liderou as observações de Júpiter, o maior planeta do nosso sistema solar, juntamente com Thierry Fouchet do Observatório de Paris.

As imagens foram tiradas com a câmera de infravermelho próximo (NIRCam) do observatório e coloridas artificialmente, já que a luz infravermelha não é visível ao olho humano.

As auroras sobre os polos norte e sul de Júpiter aparecem em cores mais vermelhas, enquanto a Grande Mancha Vermelha, uma tempestade maior que a Terra, aparece em branco. Uma imagem mostra os anéis escuros de Júpiter e suas luas Amalthea e Adrasthea.

Lançado em dezembro de 2021 da Guiana Francesa em um foguete Ariane 5, o Telescópio Espacial James Webb está orbitando o Sol a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, em uma região do espaço chamada segundo ponto de Lagrange.

Demorou quase um mês para o telescópio chegar à região, onde permanece em uma posição fixa atrás da Terra e do Sol para ter uma visão clara do cosmos.

O Telescópio Webb é uma colaboração internacional entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA), envolvendo mais de 10.000 pessoas.

Depois de revelar as primeiras imagens captadas pelo telescópio James Webb no começo da semana, a Nasa voltou a dar mostras da capacidade do seu observatório. Nesta quinta-feira, 14, a agência aeroespacial dos Estados Unidos publicou os registros feitos pelo telescópio quando o aparelho estava ainda em fase de teste - mas já em órbita. E entre os retratos obtidos, estão fotos de Júpiter, luas e asteroides apresentados com detalhamentos nunca antes vistos.

As imagens divulgadas demonstram que James Webb, projetado para fazer registros fotográficos de longas distâncias, também pode capturar objetos presentes do sistema solar da Terra. Algo que era tratado com expectativa pelos cientistas da Nasa, que constataram que o telescópio também pode observar com nitidez satélites (luas) e anéis, como os de Júpiter, que estão muito próximos de objetos brilhantes.

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"Combinadas com as imagens de campo profundo divulgadas no outro dia, essas imagens de Júpiter demonstram a compreensão completa do que Webb pode observar, desde as galáxias observáveis mais fracas e distantes até planetas em nosso próprio quintal cósmico", disse Bryan Holler, cientista do Space Telescope Science Institute em Baltimore, que ajudou a planejar essas observações.

De Júpiter, Webb conseguiu mostrar, por meio da visão infravermelha com a qual opera pela NIRCam, bandas distintas que circundam o planeta, assim como a Grande Mancha Vermelha, descrita pela Nasa como "uma tempestade grande o suficiente capaz de engolir a Terra."

A imagem também permitiu a visualização da Europa, uma lua tratada pela agência aeroespacial como portadora de um oceano abaixo de uma espessa crosta gelada; e também a Tebe e Métis, outras duas luas que estão próximas de Júpiter. A Europa, inclusive, é o alvo da próxima missão da Nasa.

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"As imagens de Júpiter nos filtros de banda estreita foram projetadas para fornecer boas imagens de todo o disco do planeta, mas a riqueza de informações adicionais sobre objetos muito fracos (Métis e Tebe, o anel principal, neblinas) nessas imagens com aproximadamente exposições de um minuto foram absolutamente uma surpresa muito agradável", disse John Stansberry, cientista do observatório e líder de comissionamento do NIRCam - a câmera que funciona em infravermelho.

"Eu não podia acreditar que vimos tudo tão claramente e quão brilhantes eles eram", disse Stefanie Milam, cientista do projeto de Webb. "É realmente emocionante pensar na capacidade e oportunidade que temos para observar esses tipos de objetos em nosso sistema solar", disse ele, completando que o fato de os anéis tenham aparecido em uma das primeiras imagens do sistema solar de Webb é "absolutamente surpreendente".

Segundo a Nasa, as imagens motivaram os cientistas a usarem o James Webb para explorar plumas (trajeto de fumaça) de materiais que saem e se depositam nas luas, como a Europa. "Acho que é apenas uma das coisas mais legais que poderemos fazer com este telescópio no sistema solar", disse Milam.

O telescópio espacial James Webb, o mais poderoso já colocado em órbita, revelou "a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo primordial" jamais feita, olhando para mais de 13 bilhões de anos atrás, informou a Nasa nessa segunda-feira (11).

A imagem, repleta de pontos de luz de vários tamanhos, mostra as primeiras galáxias formadas pouco depois do Big Bang e apresenta objetos de pouca luminosidade que nunca haviam sido observados. É um dia "histórico", celebrou o presidente Joe Biden durante a apresentação na Casa Branca.

O Webb conseguiu ver milhares de galáxias por meio de seu mecanismo infravermelho, pois, ao mesmo tempo, atravessava as nuvens de poeira cósmica e detectava a luz das primeiras estrelas, que se expandiram em comprimentos de onda infravermelhos à medida que o universo se expandia.

Além disso, trata-se da primeira imagem de “campo profundo” do Webb, feita com um prolongado tempo de exposição, que possibilita a detecção das luzes mais fracas.

Na foto, é possível ver um grupo de galáxias chamado SMACS 0723, que, ao atuar como uma lupa, revelou objetos do cosmos atrás, muito distantes, graças a um efeito conhecido como lente gravitacional.

Mais imagens por vir

Os primeiros cinco alvos da lente do Webb haviam sido anunciados na semana passada, mas as imagens foram cuidadosamente guardadas, para criar expectativas.

Nesta terça-feira, a Nasa revelará outras imagens em um evento muito esperado pelos entusiastas do espaço. Espera-se que impressionem por sua beleza, mas também que demonstrem aos astrônomos o poder dos instrumentos científicos a bordo.

Especialistas poderão começar a interpretar os dados compilados. Essa etapa será o ponto de partida para anos de pesquisa, que prometem ser emocionantes.

Para esta terça-feira, está prevista a apresentação de duas nebulosas - fotogênicas e gigantescas nuvens de poeira e gás onde nascem as estrelas -: a de Carina e a do Anel do Sul. Outro alvo é o Quinteto de Stephan, um grupo de galáxias que interagem entre si.

Outros mundos 

O Webb também fez uma espectroscopia - análise de luz que revela informações detalhadas - de um enorme planeta gasoso chamado WASP-96 b, descoberto em 2014.

A cerca de 1.150 anos-luz da Terra, o planeta tem cerca de metade da massa de Júpiter e gira ao redor de sua estrela em apenas 3,4 dias.

Os exoplanetas, que orbitam ao redor de uma estrela diferente do nosso Sol, também são uma importante área de investigação do telescópio espacial.

Desde 1995, foram descobertos em torno de 5.000 exoplanetas, mas eles ainda guardam muitos mistérios. O Webb tentará obter dados que permitam estudar a sua atmosfera e determinar se podem ser habitáveis ou aptos a desenvolver vida.

A publicação marca o fim de anos de espera para astrônomos de todo o mundo e também o começo de uma aventura científica.

Lançado em dezembro de 2021 da Guiana Francesa, sobre um foguete Ariane 5, o telescópio James Webb orbita o Sol a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros da Terra, em uma região do espaço conhecida como o segundo ponto de Lagrange.

Considerado uma maravilha da engenharia, o custo total do projeto é estimado em 10 bilhões de dólares, o que o torna a plataforma científica mais cara já construída, comparável apenas ao Grande Colisor de Hadrons da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern).

Após um lançamento eficiente, a Nasa estima que o propulsor do Webb possa ter uma vida útil de 20 anos, tempo em que o telescópio trabalhará junto ao Hubble e o Spitzer para responder às perguntas fundamentais do cosmo.

O telescópio James Webb conseguiu desdobrar perfeitamente no Espaço e assumiu sua forma final na noite deste sábado (8), informou a Nasa.

O procedimento foi completado duas semanas após o lançamento, ocorrido no dia 25 de dezembro, e agora serão mais 15 dias para que o equipamento chegue ao seu destino a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

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"Duas semanas após o lançamento, o Webb atingiu seu próximo grande marco: os espelhos foram implantados e o telescópio de próxima geração tomou sua forma final. O próximo passo para Webb? Cinco meses de alinhamento e calibração antes de começarmos a obter as imagens", escreveu a Nasa no Twitter.

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Os espelhos foram enviados "dobrados" para o Espaço por conta do seu tamanho, já que não há foguete capaz de comportar tamanha envergadura. Por isso, ele foi enviado por um foguete Ariane 5 normal, mas precisa completar uma série de procedimentos no Espaço para entrar em funcionamento.

Além dos espelhos, que têm cerca de seis metros de comprimento, o equipamento também abriu perfeitamente a base protetora do Sol de 21 metros, que manterá o telescópio sempre na sombra para conseguir captar imagens.

O James Webb é o maior e mais caro telescópio já feito e nasceu de uma parceria entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA). O principal objetivo do equipamento é revelar as origens do Universo e conseguir "voltar no tempo" até 100 milhões de anos após o Big Bang.

Da Ansa

A bordo do foguete Ariane 5, o telescópio espacial James Webb foi lançado pela agência espacial americana (Nasa) ontem. O lançamento ocorreu na base da Agência Espacial Europeia (ESA) em Kourou, na Guiana Francesa.

Aproximadamente 30 minutos após o lançamento, o painel solar do telescópio já havia começado a se abrir. Agora, ele tem uma longa viagem de 1,5 milhão de quilômetros pela frente. Como vai orbitar o Sol, o telescópio conta com a proteção de um escudo do tamanho de uma quadra de tênis, cuja função é criar uma diferença de temperatura entre os lados frio e quente da nave e manter o observatório a 233ºC.

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Na transmissão ao vivo do lançamento, o administrador da Nasa Bill Nelson disse que este é um "bom dia para o planeta Terra". Ele declarou que o telescópio vai proporcionar uma viagem no tempo para "o começo do Universo", e descobrir "coisas incríveis que nunca imaginamos".

Desenvolvido pela Nasa, com a colaboração da ESA e da Agência Espacial Canadense (CSA), o observatório pretende detectar planetas capazes de abrigar vida, além de enxergar as primeiras luzes do Universo e a formação das primeiras estrelas e galáxias logo após o Big Bang - a explosão primordial que deu origem a tudo.

RESPOSTAS. O maior telescópio já enviado ao espaço tem a ambiciosa missão de responder a duas perguntas fundamentais para a humanidade: de onde viemos? Estamos sozinhos no universo? Para isso, tem sensibilidade o suficiente para detectar o sinal térmico de uma abelha na lua.

Com 30 anos de atraso, os recálculos orçamentários levaram a missão a um custo final inédito: R$ 51 bilhões. Projetado para ser o substituto do telescópio Hubble - lançado em 1990 e ainda em funcionamento -, o James Webb é um instrumento maior, mais complexo e com metas mais ambiciosas. O novo telescópio não vai estudar a parte visível do espectro eletromagnético como fazem o Hubble e observatórios em operação na Terra. O JW captará a radiação em infravermelho.

O telescópio Hubble revolucionou a observação do Universo. Foi graças a ele que os cientistas descobriram a existência de um buraco negro no centro de todas as galáxias e de vapor d’água em torno dos exoplanetas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A data de lançamento do telescópio espacial James Webb (JWST) por um foguete Ariane 5, adiada várias vezes, foi confirmada neste sábado (18) pela Nasa e a Arianespace para a véspera do Natal.

"O lançamento do telescópio espacial James Webb está confirmado para 24 de dezembro às 9h20 em Kourou (12h20 GMT)", tuitou Arianespace.

O JWST, complexa joia da engenharia, será o maior e mais poderoso telescópio já lançado ao espaço. Foi construído nos Estados Unidos sob a direção da Nasa e incorpora instrumentos da Agência Espacial Europeia (ESA) e Canadense (CSA).

Seu lançamento da base de Kourou, onde chegou em outubro vindo da Califórnia, foi adiado duas vezes devido a pequenos problemas.

A Nasa e a Arianespace queriam excluir qualquer risco relacionado ao lançamento do instrumento, desenvolvido há mais de 20 anos a um custo próximo a 10 bilhões de dólares.

As equipes conjuntas da agência e da empresa "encapsularam com sucesso o observatório no foguete Ariane 5", explicou a Nasa ao confirmar a data de lançamento. O telescópio foi colocado na cabeça do foguete.

Uma revisão geral do lançamento ocorrerá em 21 de dezembro e, se tudo estiver pronto, o foguete passará para o estágio de lançamento em 22 de dezembro, segundo a Nasa.

Apresentado como o sucessor do telescópio Hubble, lançado em 1990, o JWST deve explorar com precisão incomparável todas as fases do cosmos, até as primeiras idades do Universo e a formação das primeiras galáxias. Ele orbitará o sol, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.

O lançamento do telescópio espacial James Webb (JWST), que segundo astrônomos propiciará uma nova era de descobertas, foi adiado de 18 a 22 de dezembro após um "incidente" na plataforma na Guiana Francesa, informou a Nasa nesta segunda-feira (22).

Os técnicos se preparavam para acoplar o James Webb ao "launch vehicle adapter", usado para inserir o telescópio de 10 bilhões de dólares na parte superior de um foguete Ariane 5.

"Um súbito desprendimento inesperado de uma argola de sujeição, que fixa o Webb ao launch vehicle adapter, causou uma vibração através do observatório", explicou a agência espacial americana, destacando que o incidente ocorreu enquanto as operações eram realizadas "sob a responsabilidade geral da Arianespace".

A Arianespace é uma empresa francesa, contratada para o lançamento do telescópio.

Uma investigação da Nasa visa a determinar como ocorreu e testes são realizados para "determinar com certeza que o incidente não danificou nenhum componente".

O telescópio vai orbitar em volta do sol, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, muito além dos limites de seu irmão mais velho, o Hubble, que opera a 600 km de altitude desde 1990.

Os cientistas querem usar o telescópio James Webb, o maior e mais potente já construído, para olhar para trás no tempo mais de 13,5 bilhões de anos e ver as primeiras estrelas e galáxias formadas, cem milhões de anos após o Big Bang.

Apresentado como o sucessor do Hubble, o JWST foi construído nos Estados Unidos, sob a direção da Nasa, e incorpora instrumentos das agências espaciais da Europa (ESA) e do Canadá (CSA).

Uma de suas características principais é a sua habilidade para detectar o infravermelho, pois quando a luz dos primeiros objetos chega aos nossos telescópios, se deslocou para o extremo vermelho do espectro eletromagnético como resultado da expansão do universo.

O lançamento do telescópio espacial americano James Webb, sucessor do Hubble e considerado o observatório mais potente que será lançado ao espaço, continua previsto para 2018, disse nesta segunda-feira o chefe da agência espacial americana (Nasa), Charles Bolden.

"Estamos bem encaminhados para seu lançamento em 2018", como se esperava, disse ao apresentar aos jornalistas os avanços deste projeto de quase 9 bilhões de dólares, que sofreu problemas de gestão nos últimos anos.

Os quatro instrumentos científicos especializados que contêm já foram construídos e os 18 segmentos hexagonais de seu enorme espelho foram entregues, explicou Bolden. O projeto do James Webb Space Telescope (JWST), que seria lançado em 2013 e inicialmente devia custar 3,5 bilhões de dólares, teve problemas e vários atrasos, entre eles uma falta de fundos para seu desenvolvimento, que finalmente foram aprovados pelo Congresso.

O JWST será o telescópio mais potente fabricado até agora, com uma sensibilidade 100 vezes superior à do Hubble, lançado em 1990 e que revolucionou a astronomia. O novo telescópio vai explorar todos os campos da astronomia e todos os períodos da história do universo, do Big Bang à formação de galáxias e sistemas estelares na Via Láctea, que conta com outros planetas capazes de abrigar a vida.

Ele poderá estudar a atmosfera dos exoplanetas situados fora do nosso sistema solar, "algo que ainda era impensável há 10 anos", disse Bolden. Também será o maior telescópio enviado até agora ao espaço, com uma lente principal com diâmetro total de 6,5 metros, quase três vezes maior que o do Hubble. O JWST será colocado em órbita a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, muito mais longe que o Hubble (a 600 km), e está previsto que funcione durante uma década.

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