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O Goldman Sachs reviu ainda mais para baixo sua estimativa de retração da economia dos Estados Unidos em 2020, em virtude do aumento dos casos confirmados de Covid-19 no país, que pode retardar a reabertura do comércio e o reaquecimento da economia.

Em relatório de sábado, a instituição prevê recuo de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano neste ano, maior do que a projeção anterior, de queda de 4,2%. Em contrapartida, o banco acredita que a recuperação da economia norte-americana em 2021 pode ser entre 1 e 1,5 ponto maior, prevendo crescimento de 5,8% do PIB do país. 

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Em relatório divulgado nesta terça-feira, 1, o banco de investimento americano Goldman Sachs traçou para o Brasil um cenário que ele mesmo qualificou como "sombrio", dada a profundidade e a rapidez da deterioração econômica que se instalou no País.

"O ano que começou com uma recessão e a necessidade de ajustes, graças ao acúmulo de grandes desequilíbrios macroeconômicos, agora se transforma em uma franca depressão econômica", escreveu, logo no texto de abertura, Alberto Ramos, diretor do Grupo de Pesquisas Econômicas para América Latina do Goldman Sachs.

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Segundo o relatório, a depressão da economia está bem caracterizada na forte retração do consumo interno. Seis dos últimos oito trimestres registraram forte contração da demanda e a tendência, projeta Ramos, é que essa retração ocorra não apenas no último trimestre deste ano, mas também entre pelo próximo ano.

O relatório, intitulado "Brasil: evoluindo de uma profunda recessão para uma depressão econômica", destaca que o resultado para o Produto Interno Bruto PIB) no terceiro trimestre "surpreendeu negativamente" e contribuiu para a piora das expectativas. O banco projeta uma queda de 3,6% para o PIB neste ano, acompanhada de uma forte contração de 6% na demanda interna. Para 2016, a estimativa é que o PIB sofra nova queda, de 2,3%.

Na avaliação de Ramos, a economia brasileira vai penar com uma conjunção de "fortes ventos contrários", vindo de todas as direções.

A perspectiva, segundo Ramos, é que o brasileiro enfrente arrocho no crédito, inflação alta, deterioração do mercado de trabalho, aumento de tarifas públicas e de impostos, o que tende a elevar o endividamento das famílias. Paralelamente, a expectativa é de estabilidade no preço internacional das (commodities) matérias-primas e de fraca demanda externa, o que dificulta a retomada da economia doméstica via aumento das exportações e deve elevar o nível de estoques nas empresas - em especial nas indústrias. Tudo isso acompanhado do aumento da incerteza política e uma generalizada falta de confiança, tanto dos consumidores para ir às compras, quanto dos empresários em relação ao desempenho de seus negócios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme, disse que o viés para o cenário global no próximo ano é negativo e que, por esse motivo, discorda da opinião do mercado financeiro de que as taxas de juro podem subir. "A Selic será mantida no nível atual de 7,25% por muito tempo e acho que a curva de juro deveria estar muito mais achatada", do que se encontra atualmente, disse Leme, durante o 4ºSeminário de Private Banking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), realizado nesta quarta-feira em São Paulo.

Leme abriu sua apresentação destacando que o mundo passa por uma daquelas crises que ocorrem a cada 50 anos a 100 anos, nas quais momentos de melhora são interpretados com um enganoso otimismo. O chairman do Goldman Sachs disse que os mercados financeiros passam por um processo de desalavancagem doloroso, no qual todos devem estar preparados para muita incerteza e pouco retorno.

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Segundo Leme, o cenário externo trará um desafio extraordinário para o Brasil, que se beneficiou do ciclo positivo, o que provocará volatilidade nos mercados, nos ciclos dos negócios e pressão pela valorização do real.

Sua estimativa é de que o dólar fique entre R$ 2,00 e R$ 2,10, acrescentando, "não ser uma visão importante", dado que projeção essa pode "ser descartada de acordo com o comportamento do mercado externo. Ele também citou que não há riscos imediatos de inflação no Brasil, que deve ficar entre 5% e 6,5% nos próximos meses, de acordo com sua estimativa.

O executivo disse ainda que, se por algum motivo houver uma mudança "tremenda" na direção da economia mundial, para melhor, o efeito deve ser enorme na atividade econômica brasileira e aumentará a pressão sobre o governo, que não conta com o câmbio como instrumento para atingir suas metas de inflação e crescimento. Leme espera que o crescimento mundial fique entre 2% e 2,5% em médio por ano nos próximos anos, enquanto a China deve registrar expansão de 7,5% até 8%, disse.

Jim O'Neill, economista que preside a divisão de gestão de ativos do grupo Goldman Sachs, em Londres, é candidato para substituir Mervyn King como presidente do Banco da Inglaterra (BoE, o banco central inglês), segundo o jornal Sunday Times, que não cita fontes na matéria.

O'Neill - responsável por cunhar o acrônimo BRIC, para Brasil, Rússia, Índia e China, em 2001, identificando poderes econômicos no mundo emergente - não foi alcançado imediatamente para comentar o assunto.

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Já um porta-voz do Tesouro do Reino Unido, que é responsável por apontar o presidente do BoE, disse que o processo de nomeação do próximo presidente ainda não começou, citando referências feitas na última semana pelo ministro das Finanças britânico em resposta à especulação.

"O presidente ainda tem um quarto de seu mandato para servir e ele está fazendo um excelente trabalho", disse George Osborne, em comunicado, durante reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), na última semana. "Haverá um processo adequado para apontar o próximo presidente, mas ainda não começou e não começará até o outono (Hemisfério Norte). Quando a hora chegar, a melhor pessoa para o trabalho será nomeada, seja ele ou ela."

O jornal Sunday Times diz que O'Neill foi contatado pelos oficiais do Tesouro.

Outros citados como potenciais candidatos para substituir King, o atual presidente do BoE, que deixa o cargo em junho do próximo ano, incluem Paul Tucker, vice-presidente do BOE; Gus O'Donnell, ex-chefe de gabinete do Reino Unido; Adair Turner, presidente da Autoridade de Serviços Financeiros; e Mark Carney, presidente do Banco Central do Canadá. As informações são da Dow Jones.

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