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Presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), Greg Clarke anunciou sua renúncia ao cargo após dar declarações consideradas racistas por entidades que lutam contra o preconceito no país europeu.

Durante uma palestra a um comitê do parlamento inglês na manhã desta terça-feira, focado em diversidade, Clarke se referiu a jogadores negros como "atletas de cor" e afirmou que pessoas do sul da Ásia tem interesses de carreira diferente aos dos afro-caribenhos, citando como exemplo a área de tecnologia da informação. Ainda citou a homossexualidade como uma 'escolha de vida' e criticou as goleiras do futebol feminino.

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Poucas horas depois, Clarke renunciou ao cargo e pediu desculpas por ter ofendido pessoas com suas declarações. "As minhas palavras inaceitáveis perante o Parlamento foram um péssimo serviço para o nosso jogo e para aqueles que o assistem, jogam, arbitram e administram. Isso cristalizou minha decisão de seguir em frente", afirmou o ex-dirigente em comunicado.

"Estou profundamente triste por ter ofendido essas diversas comunidades no futebol que eu e outros trabalhamos tanto para incluir. Gostaria de agradecer aos meus amigos e colegas do jogo pela sabedoria e pelos conselhos que compartilharam ao longo dos anos e renunciaram à federação imediatamente", completou Clarke.

A FA também publicou uma nota após a saída de Clarke e garantiu que apoia a diversidade no futebol. "Gostaríamos também de reafirmar que, como organização, estamos absolutamente comprometidos em fazer tudo o que pudermos para promover a diversidade, abordar a desigualdade e combater todas as formas de discriminação no jogo", declarou a entidade.

O cargo de presidente da FA será ocupado interinamente por Peter McCormick. O processo eleitoral para escolher um novo presidente para a FA deve começar ainda nesta semana.

Com um tabu histórico no meio do futebol não é muito comum ver jogadores assumidamente homossexuais. No Brasil, por exemplo, nenhum atleta em atividade é abertamente declarado gay. Porém, se por aqui no país ainda existe muito preconceito por parte de todos os envolvidos no esporte, na Inglaterra essa é uma barreira que pretende ser quebrada muito em breve.

Segundo Greg Clarke, presidente da Football Association (FA), órgão governamental que rege o futebol no país, existe a intenção de promover uma revelação coletiva da sexualidade entre atletas que atuam na Premier League. Em entrevista ao jornal The Times, Clarke afirmou que vem conversando com atletas e a intenção é de que o anúncio seja feito no período que antecede o início da temporada de 2017/2018 do futebol no país.

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Apesar da intenção ser concreta, o dirigente sabe que ainda precisará ter cautela para realizar esse anúncio. Mesmo tendo feito uma pesquisa onde a maioria dos torcedores disse não encontrar problemas em ter um jogador homossexual no seu time, o presidente da FA sabe que esses atletas ainda poderão sofrer algum tipo de rejeição por isso.

“Fui perguntado se o futebol está preparado para jogadores de alto nível se assumirem (homossexuais) e respondi que não tinha certeza. Depois, teve uma enquete que disse que as pessoas apoiariam um jogador gay no seu próprio time. Sim, mas estou preocupado com o que eles diriam de um gay no outro time. Não que eles fariam coisas ruins, mas nós devemos nos preparar bem”, destacou ao jornal britânico.

Clarke reforça também que não vem forçando atletas a se assumirem, e sabe que alguns ainda preferirão manter sigilo sobre suas vidas pessoais. “É muito difícil encontrar uma representatividade gay de jogadores porque alguns deles estão feliz com a sexualidade e não querem que ninguém saiba. Não quero fazer parte do processo que diz "você precisa se assumir". Isso não é certo. Pessoas são cautelosas, é um caminho sem volta. Uma vez que você esteja fora do armário, você está fora”, concluiu.

Em entrevista à BBC Rádio 5 no ano passado a filha do ex-jogador John Fashanu (primeiro a assumir a homossexualidade no futebol em 1990), Amal Fashanu revelou que atualmente conhece sete jogadores homossexuais na Premier League, nenhum deles abertamente assumidos.

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