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O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, elogiou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e disse que ele poderia estar pronto para "uma outra presidência".

Para Sarkozy, o discurso feito por Barroso no Fórum Esfera Internacional, nesta sexta-feira, 13, em Paris, foi um discurso de orientação política mais do que de orientação jurídica. O evento é organizado pelo grupo Esfera Brasil, fundado pelo empresário João Camargo e também conta com a presença do ministro do STF Gilmar Mendes, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de ministros do governo Lula e de empresários.

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"Eu entendi tudo. Trata-se de um discurso de orientação política forte muito mais que um discurso de orientação jurídica. Muito interessante", afirmou.

Após a fala do ex-presidente francês, Barroso minimizou a possibilidade de assumir a presidência da República. "Não passa pela minha cabeça", disse.

No pronunciamento feito a empresários e políticos brasileiros e franceses no Esfera Brasil, Barroso falou que é preciso de uma "agenda para o Brasil", e que essa agenda está ditada pela Constituição.

Ele ainda falou do protagonismo do STF na política brasileira. Para o presidente da Corte, a resposta para isso também está na Carta Magna. "O Brasil tem uma Constituição abrangente, que não só organiza o Estado, os Poderes e os direitos fundamentais", afirmou.

Barroso porém, apontou caminhos para o qual a legislação brasileira pode avançar. Uma das principais críticas foi direcionada ao campo do direito trabalhista. "Nós precisamos superar o preconceito que ainda existe no Brasil contra a livre iniciativa e contra o empreendedorismo", afirmou.

"Nós temos uma imensa litigiosidade trabalhista que precisamos equacionar", continuou Barroso, apontando para o grande número processos na área, que, na visão dele ocorrem dos dois lados. "Às vezes porque empresários se comportam mal; às vezes porque existe uma indústria de reclamações trabalhistas."

Já o ex-presidente francês fez um discurso em que reforçou o "enorme" papel político do Brasil nas discussões de segurança internacional e meio ambiente, elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que a França é o parceiro político ideal para o Brasil.

"Não conheço a opinião política dos que estão aqui, mas eu gostei de trabalhar com o Lula. E eu nunca fui de esquerda", disse. Sarkozy apontou que a França é o parceiro ideal porque "o amigo ideal não deve ser potente demais e nem fraco demais".

O ex-ministro das Comunicações do governo Jair Bolsonaro, Fábio Faria, fez elogios ao atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do grupo Esfera realizado em Paris nesta sexta-feira, 13. Faria afirmou que o atual integrante do governo Lula tem boa interlocução com o mercado, embora tenha ressaltado um legado positivo da gestão da qual fez parte.

"Eu acredito que nós temos que continuar fazendo as reformas. Temos que deixar o legado que nós conseguimos no passado, como o Banco Central independente, a privatização da Eletrobras, que esses assuntos sejam mantidos. Eu acho que o governo tem tido uma boa interlocução... O ministro Haddad tem uma boa interlocução com o mercado financeiro, com os bancos", afirmou Fábio Faria.

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O Fórum Esfera Internacional, organizado pelo grupo Esfera Brasil, fundado pelo empresário João Camargo, também conta com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, do ministro Gilmar Mendes, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de ministros do governo Lula e de empresários.

No mesmo evento, empresários ressaltaram o potencial brasileiro para crescer mais. O presidente do Conselho de Administração da Península Participações, Abílio Diniz, enfatizou, porém, que falta um pouco de ambição para que o País consiga se desenvolver de forma mais intensa.

"Está tudo bem para crescermos 3% (em 2023). Será que é isso que precisamos? Está faltando ambição. Somos extremamente atraentes", afirmou o empresário.

No mesmo evento, Wesley Batista, sócio da J&F, afirmou que o mercado tem acreditado no Brasil, que seria, segundo ele, "a bola da vez". Ao tratar do tema, chegou a anunciar que o grupo investirá R$ 38,5 bilhões em diversos ramos de atividade nos próximos anos, criando 30 mil postos de trabalho, por acreditar que o país está no rumo correto.

"Vamos destinar ao Brasil 85% dos investimentos previstos para o grupo", afirmou.

Entre os investimentos que serão feitos pela J&F está a operação de uma segunda linha de produção da Eldorado Celulose, em Três Lagoas (MS). O projeto tem custo de R$ 20 bilhões, com a geração de 10 mil empregos. Também haverá um ramal ferroviário com 85 quilômetros de extensão para conectar a fábrica à malha ferroviária brasileira.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira, 13, que os brasileiros precisam superar o "preconceito" contra o empreendedorismo. Ele também afirmou que existe hoje no País uma indústria de reclamação trabalhista.

"Nós precisamos superar o preconceito que ainda existe no Brasil contra a livre iniciativa e contra o empreendedorismo. Esse é um problema que não conseguimos superar ainda. E a história demonstrou que a iniciativa é a melhor geradora de riquezas e, portanto, ser progressista significa querer gerar o máximo de riqueza e distribui-las de uma maneira justa e adequada", afirmou o ministro.

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"Na verdade, o imaginário social brasileiro ainda associa o sucesso empresarial a concessões com favorecimento, obra pública com licitações duvidosas, golpes no mercado financeiro e grandes latifúndios", acrescentou Barroso.

O comentário foi feito durante o Fórum Esfera Internacional, em Paris, na França. O evento é organizado pelo grupo Esfera Brasil, fundado pelo empresário João Camargo, que também é presidente da CNN Brasil. O evento conta com a presença de ministros do STF, como Barroso e Gilmar Mendes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de ministros do governo Lula e empresários.

Durante sua fala, Barroso defendeu a limitação da atuação do Estado e afirmou que existe uma indústria de reclamação trabalhista no Brasil.

"O custo de uma ação do trabalho a gente só fica sabendo depois que ela termina. Nós temos uma imensa litigiosidade trabalhista que precisamos equacionar. Mais de 5 milhões de processos em curso. Às vezes porque empresários se comportam mal, às vezes porque existem uma indústria trabalhista, às vezes porque a legislação é de uma tal complexidade que quem quer cumpri-la não consegue cumprir adequadamente", afirmou o magistrado.

Após a sua fala, Barroso ouviu do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy que o ministro estaria pronto para disputar uma "outra presidência" - se referindo, talvez, à presidência da República. Barroso respondeu que isso "não passa pela minha cabeça".

"Falta ambição", afirma Abílio Diniz, enquanto Míriam Belchior discorda

O empresário Abílio Diniz, membro do Conselho de Administração do grupo Carrefour, teceu uma série de elogios ao Brasil do ponto de vista econômico, mas afirmou ver necessidade de mais "ambição".

"Estamos vivendo um momento glorioso no Brasil. A inflação está caindo. O juros também, começa a descer. O desemprego está diminuindo. A economia começa a se recuperar", disse, ao ponderar que, no entanto, o Brasil é um País que se atrasou na história. "Está na hora desse futuro chegar. Mas acho que está faltando ambição. Nós estamos correndo o risco de perder de novo oportunidades."

A secretária-executiva da Casa Civil, Míriam Belchior, discordou da visão do empresário. "O presidente Lula é tão otimista quanto o Abílio. Ele [Lula] coloca para a sua equipe desafios permanentes. Eu acho que às vezes a nossa memória é curta. Em janeiro a previsão era de crescer 0,78%. Era isso que os dados do Focus previam. Nós já estamos com a previsão de crescimento de 3%", disse.

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